Musk diz que Twitter deve provar número de bots para seguir com acordo

Bilionário ameaça largar a oferta de US$ 44 bilhões pela plataforma por questionar o número de 5% apresentado pela companhia

As ações do Twitter caíam mais 3,2% nas negociações pré-mercado em Nova York, depois de recuarem mais de 8% no dia anterior.
Por Edwin Chan
17 de Maio, 2022 | 07:50 AM

Bloomberg — Elon Musk declarou que não prosseguirá com sua aquisição de US$ 44 bilhões do Twitter (TWTR) a menos que a gigante da mídia social possa provar que os bots representam menos de 5% de seus usuários, lançando ainda mais incertezas sobre o acordo.

O bilionário twittou “este acordo não pode avançar” a menos que o Twitter forneça provas de suas alegações, reiterando sua própria opinião de que a proporção é muito maior.

O mais recente pronunciamento online de Musk complica uma aquisição já caótica, potencialmente uma das maiores aquisições que a indústria da internet já viu. Ele recentemente brigou com o chefe do Twitter, Parag Agrawal, sobre a forma como a gigante da mídia social contabiliza bots, alimentando especulações de que o bilionário pode tentar baixar o preço ou até mesmo ir embora.

As ações do Twitter caíam mais 3,2% nas negociações pré-mercado em Nova York, depois de recuarem mais de 8% no dia anterior. O spread entre o preço de oferta de Musk de US$ 54,20 e seu último preço de negociação é atualmente de cerca de 40%, sugerindo que os investidores acham que há pouca chance de o negócio ser fechado sem desconto - se for o caso.

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O Twitter disse que está “comprometido em concluir a transação no preço e nos termos acordados o mais rápido possível”, em comunicado na terça-feira (17).

20% de contas falsas/spam, enquanto 4 vezes o que o Twitter afirma, pode ser *muito* maior.

Minha oferta foi baseada na precisão dos registros da SEC do Twitter.

Ontem, o CEO do Twitter se recusou publicamente a mostrar prova de <5%.

Este acordo não pode avançar até que ele o faça.

— Elon Musk (@elonmusk) 17 de maio de 2022

A batalha pelos bots se tornou um ponto de discórdia para Musk, que disse em uma conferência de tecnologia em Miami na segunda-feira (16) que usuários falsos representam pelo menos 20% de todas as contas do Twitter, possivelmente até 90%. O Twitter afirma regularmente em seus resultados trimestrais que a média de contas falsas ou spam “representava menos de 5% de nossos usuários ativos diários mensais durante o trimestre”, acrescentando que aplicou “julgamento significativo” à sua estimativa, e o número verdadeiro pode ser superior.

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Musk incentivou os usuários do Twitter a fazer seus próprios testes para bots, fazendo crowdsourcing do esforço para calcular se eles representavam menos de 5% do serviço. Respondendo às afirmações de Musk, Agrawal postou um longo tópico apresentando a metodologia de sua empresa. Musk respondeu perguntando primeiro por que o Twitter não liga apenas para os usuários para verificar sua identidade – e depois postando um emoji de cocô.

A aquisição proposta inclui uma taxa de separação de US$ 1 bilhão para cada parte, que Musk terá que pagar se encerrar o acordo ou não entregar o financiamento da aquisição conforme prometido. Não está claro se uma atualização do Twitter sobre o número de contas falsas - se materialmente maior que 5% - acionaria a chamada cláusula de efeito adverso material, liberando Musk da taxa de separação.

A última enxurrada de tweets da pessoa mais rica do mundo é mais uma reviravolta na tentativa de Musk de assumir o controle do site de microblogs. Um usuário prolífico com mais de 90 milhões de seguidores, ele revelou uma participação de mais de 9% na empresa no mês passado, então lançou uma oferta de aquisição não solicitada – sem planos de financiamento detalhados – tudo em questão de semanas.

Musk fez com que as possíveis rachaduras no acordo aumentassem na semana passada, quando ele twittou que sua oferta de compra do Twitter estava “temporariamente suspensa” até que ele obtivesse mais informações sobre a proporção de contas falsas. Cerca de duas horas depois, Musk afirmou em outro tweet que ele “ainda estava comprometido” com o acordo.

--Com a colaboração de Subrat Patnaik

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