Bloomberg — Os cientistas que já haviam dado ao mundo o primeiro vislumbre de um buraco negro divulgaram sua última imagem, mostrando o buraco negro supermassivo que fica no centro da Via Láctea.
O Sagittarius A* está a cerca de 27 mil anos-luz da Terra e é considerado supermassivo porque tem uma massa de mais de 4 milhões de vezes a do Sol. É apenas a segunda vez que a evidência visual de um objeto desse porte é capturada.
Para produzir a imagem “envolveu uma equipe internacional de mais de 300 cientistas”, disse Xavier Barcons, diretor-geral do Observatório Europeu do Sul, em entrevista coletiva na quinta-feira (12).
“Essas observações inéditas melhoraram muito nossa compreensão do que acontece no centro de nossa galáxia e oferecem novos insights sobre como esses buracos negros gigantes interagem com seus arredores”, disse o cientista do projeto Event Horizon Telescope (EHT), Geoffrey Bower, sobre a imagem em um demonstração.
Finalmente estamos vendo o buraco negro da Via Láctea, Sagittarius A*. É o alvorecer de uma nova era da física dos buracos negros. Créditos: EHT Collaboration.
O EHT ganhou as manchetes pela última vez em 2019, quando capturou a primeira imagem de um buraco negro a cerca de 55 milhões de anos-luz da Terra, com uma massa 6,5 bilhões de vezes maior que a do Sol. O feito foi elogiado como um grande avanço na física.
A colaboração dos cientistas revela o que é chamado de “horizonte de eventos”, o limite na borda de um buraco negro onde a atração gravitacional é tão forte que nenhuma lei física convencional se aplica e nada consegue escapar. A imagem divulgada na quinta-feira mostra a sombra do buraco no centro do plasma brilhante.
A existência de buracos negros, um dos objetos mais misteriosos do cosmos, foi universalmente aceita, embora pouco se saiba sobre eles. Buracos negros se formam a partir de restos de uma grande estrela que morre em uma explosão de supernova. Os cientistas estimam que pode haver até um bilhão de buracos negros na Via Láctea, de acordo com a Nasa.
“Ficamos surpresos com o quanto o tamanho do anel batia com as previsões da Teoria da Relatividade Geral de Einstein”, disse Bower.
--Com a colaboração de Low De Wei.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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