Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Em um momento de convulsão dos mercados e onda de demissões entre unicórnios, uma fintech brasileira logrou captar mais de uma centena de milhão e, com isso, atingir uma avaliação bilionária.
A Dock, plataforma brasileira de tecnologia para meios de pagamentos e serviços bancários, captou US$ 110 milhões em Growth Capital em uma rodada liderada por Lightrock e Silver Lake Waterman, com participação dos já investidores Riverwood Capital, Viking Global Investors e Sunley House Capital. Com a rodada, a companhia passa a ser avaliada em US$1,5 bilhão, atingindo o valuation de um unicórnio - empresa privada avaliada em mais de US$ 1 bilhão - embora a Dock prefira não ser chamada assim.🎢 Esta é a segunda empresa da América Latina avaliada em mais de US$ 1 bi em uma semana. No período, a proptech colombiana Habi também atingiu o valuation bilionário.
A ideia da Dock é entregar produtos financeiros para empresas, desde bancos, fintechs, até outras indústrias. A Dock já tem 20 anos. Antes se chamava Conductor - foi fundada por Antonio Soares, empreendedor já atuava no mercado corporativo com varejistas e consultorias.
Expansão pela América Latina
A empresa já tinha presença no Peru e na Colômbia com um crescimento orgânico. Mas Soares quis replicar nos países latino-americanos de língua espanhola o sucesso que teve no Brasil. Agora, com uma country manager na Colômbia e um escritório no México, quer acelerar a empresa na região.
“Temos um produto global que é uma conta corrente, os débitos e créditos, que é igual em todos os países”, disse Soares, que é o CEO da Dock, em entrevista à Bloomberg Línea.
➡ A matéria completa você lê aqui: A segunda empresa da LatAm avaliada em mais de US$1 bi em uma semana: Dock
Na trilha dos Mercados
Jerome Powell voltou a se pronunciar e livrou os mercados de uma manhã negativa nesta sexta-feira 13. Pelo menos nos primeiros negócios do dia. Tanto os futuros de índices dos Estados Unidos como as bolsas europeias operavam no azul, seguindo a mesma toada das bolsas asiáticas. Se avizinha a bonança depois da tempestade?
💆♂️ Acalmando os nervos do mercado. O presidente do Federal Reserve (Fed) reiterou que seria apropriado aumentar as taxas de juros em rodadas de meio ponto percentual nas próximas duas reuniões. Mas também observou que o banco central norte-americano estaria preparado para mudar de rumo, dependendo da evolução dos dados macroeconômicos. Questionado por uma emissora de rádio se um aumento de 0,75 ponto estaria fora de questão, Powell voltou a afirmar que o Fed não está “considerando ativamente” tal movimento. “Se as coisas saírem melhor do que esperamos, então estamos preparados para fazer menos”. Se eles saírem pior do que esperamos, então estamos preparados para fazer mais”, ponderou.
O Fed, em luta contra a maior inflação em quatro décadas, aumentou as taxas de juros em meio ponto percentual na semana passada. A decepção com a inflação ao consumidor dos EUA - que veio mais elevada que o esperado quando o mercado já considerava que os preços estavam perto de tocar o teto - levou os investidores a temer uma recessão em um ambiente de forte aperto monetário e baixo crescimento econômico.
🆙 Trégua cripto. Calmaria também entre a maioria das moedas digitais. Depois de uma queda vertiginosa que colocou em dúvida até mesmo as criptodivisas que prometem mais estabilidade, o mercado tenta seguir pela senda positiva. Ainda assim, nem todas as notícias são alentadoras. Os desenvolvedores da TerraUSD interromperam esta madrugada, pela segunda vez em menos de um dia, novas transações no blockchain.
A pausa se produz quando a stablecoin UST e o token Luna chegam a cotações próximas a zero. A moeda digital TerraUST era cotada a menos de 20 centavos de dólares nesta sexta-feira em Londres, segundo a Bloomberg. Enquanto isso, o token Luna, cujo máximo histórico chegou a US$ 119,51, quase zerou seu valor. Nos mercados mais amplos, o tom era de recuperação, com o bitcoin subindo para acima dos US$ 30 mil.
📊 A macro do dia. No campo macroeconômico, na Europa a atenção recai sobre os índices de preços ao consumidor da Espanha e da França, assim como a produção industrial da Zona do Euro. Nos EUA, indicadores de confiança, compilados pela Universidade de Michigan, tomarão a temperatura dos consumidores. Também estão previstos discursos de membros do Fed e do Banco Central Europeu (BCE).
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (-0,33%), S&P 500 (-0,13%), Nasdaq Composite (+0,06%), Stoxx 600 (-0,75%), Ibovespa (+1,24%)
O declínio do mercado acionário norte-americano continua à medida que os temores de um crescimento econômico mais lento em meio a uma inflação elevada continuam a pesar sobre o ânimo dos investidores. O movimiento de baixa foi reforçado após a liberação dos preços mais altos do que o esperado pagos aos produtores americanos em abril, reforçando as apostas de que o Fed vai apertar ainda mais a política monetária.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Expectativas de Inflação a 5 anos - Univ. Michigan/Mai; Índice Michigan de Confiança do Consumidor/Mai; Preços de Bens Importados e Exportados/Abr
• Europa: Zona do Euro (Produção Industrial/Mar); Espanha (IPC/Abr); França (IPC/Abr)
• Ásia: China (Investimento Estrangeiro Direto; PIB/1T22)
• América Latina: Brasil (IBC-Br; Fluxo Cambial Estrangeiro)
• Bancos centrais: Discursos de Neel Kashkari e Loretta Mester (FOMC/Fed); Isabel Schnabel e Luis de Guindos (BCE)
• Balanços: Toshiba, Deutsche Telekom
Destaques da Bloomberg Línea
• Verdadeiro ou falso: Colapso das cripto é um risco real para El Salvador?
• Bitcoin abaixo de US$ 30 mil é compra, dizem especialistas
• Para fugir da inflação, consumidor compra mais marcas próprias dos supermercados
• Musk busca mais capital para poupar Tesla em compra do Twitter
Também é importante
• 5 pontos para entender o que está acontecendo com o Nubank. Quando o Nubank foi à Bolsa em dezembro de 2021, levou pessoas que normalmente não investiam em renda variável. O Nubank promoveu sua oferta pública inicial (IPO), dando a 7,5 milhões de clientes os chamados BDRs (recibos de ações) para que seus correntistas fossem investidores da empresa. A Bloomberg Línea listou, com auxílio do economista e professor da FGV Roberto Kanter, cinco pontos para entender a queda do preço das ações do Nubank.
• Entenda por que Mastercard e supermercados entraram em confronto. Em tempos de inflação no maior patamar desde os anos 1990, os ânimos no varejo estão acirrados. Supermercados não ficaram nada satisfeitos com a decisão da Mastercard de atualizar suas taxas de intercâmbio, que são cobradas em cima das transações comerciais. O aumento proposto pela empresa de cartões foi de 0,5% nas taxas de operações feitas no débito e de 0,2% no crédito.
• Por que XP, Nubank e BTG vão oferecer negociação de cripto agora? A XP lançou sua exchange de criptomoedas: a XTAGE, uma nova plataforma de negociação de ativos digitais em parceria com a Nasdaq. Só que a empresa não está sozinha: também nesta semana, representantes do BTG Pactual confirmaram que devem lançar em breve uma plataforma exclusiva para negociação de cripto, enquanto o Nubank divulgou ontem sua entrada no mesmo segmento.
• Turquia é a mais recente a congelar preços para controlar inflação; há risco no Brasil? O ministro das Finanças da Turquia está pedindo aos fabricantes e varejistas locais que imponham um congelamento temporário dos preços, o mais recente passo do governo para tentar conter a inflação mais alta em duas décadas. O ministro do Tesouro e das Finanças, Nureddin Nebati, fez seu apelo em reuniões consecutivas a portas fechadas em Istambul com empresários de diversos setores nesta quinta-feira (12), segundo uma pessoa com conhecimento direto do assunto.
Opinião Bloomberg
Qual é a real utilidade das Big Techs durante o lockdown?
As empresas de tecnologia de consumo da China estão em um poço de problemas. Assim como o governo parece estar diminuindo sua repressão regulatória, a fadiga do consumidor – até mesmo o desinteresse – chegou para ficar. Mas uma ameaça potencialmente maior se aproxima: os lockdowns em toda a cidade estão forçando os consumidores a buscar alternativas e questionar a utilidade das Big Techs. Por Shuli Ren.
Pra não ficar de fora
O iPod da Apple, um dispositivo inovador que mudou a indústria da música e eletrônicos há mais de duas décadas, não existe mais.
🎧 A empresa anunciou que iria descontinuar o iPod Touch, o último remanescente de uma linha de produtos que começou a ser vendida em outubro de 2001. O modelo com tela sensível ao toque, lançado em 2007, permanecerá à venda até que os estoques acabem.
📱 A Apple lançou dezenas de versões do iPod ao longo dos anos, mas o produto foi gradualmente eclipsado por seus outros dispositivos, especialmente o iPhone. Isso levou a empresa a começar a descontinuar os modelos em 2014.
🍏 Na época, a Apple parou de fabricar o iPod classic, uma versão com click wheel e tela pequena mais parecida com a versão original. Em 2017, a empresa da maçã parou de fabricar seus menores players de música, o iPod Nano e o iPod Shuffle.
➡ Leia também: Google aposta em óculos que traduz o que as pessoas falam