Dólar encosta em R$ 5,20, na maior alta desde março, com aversão ao risco global

Perto das 10h45, o dólar americano subia 0,6%, negociado a R$ 5,1681, após bater brevemente a casa dos R$ 5,20 pela manhã

Dólar encosta no maior patamar desde o início de março de 2022
12 de Maio, 2022 | 10:59 AM

Bloomberg Línea — O real seguia uma cesta de moedas pares e perdia valor em relação ao dólar americano nesta quinta-feira (12), à medida que investidores mundo afora buscam ativos de refúgio para se proteger contra a volatilidade que domina os mercados nesta semana.

O contínuo sell-off nas bolsas globais, juntamente à queda das criptomoedas, são consequências dos registros de inflação teimosamente alta, que está levando bancos centrais das maiores economias a apertarem os juros para conter os preços - minando as expectativas de crescimento econômico para este ano.

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  • Perto das 10h45, o dólar americano (USDBRL) subia 0,6%, negociado a R$ 5,1681, após bater brevemente a casa dos R$ 5,20 pela manhã - o maior patamar desde o início de março de 2022.

Enquanto isso, o Ibovespa (IBOV) recuava, seguindo o sentimento de risco que leva os índices americanos à quarta queda seguida nesta semana. Apesar de não tão forte quanto aos recuos no exterior, o principal índice brasileiro era derrubado por papéis ligados a commodities - que foram os destaques de alta de ontem - como SLC Agrícola (SLCE3) e CSN Mineração (CMIN3).

  • O índice recuava 0,13%, a 103.936 pontos nesta manhã
  • Entre as maiores altas, estavam Cielo (CIEL3), Qualicorp (QUAL3) e Embraer (EMBR3)
  • Nos EUA, os índices Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 recuavam 1,1%, 0,6% e 0,88%, respectivamente

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor americano teve alta de 8,3% em abril na base anual, acima dos 8,1% esperados e próximo do maior patamar para o indicador em mais de 40 anos. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (11), ajudaram a colocar combustível no sell-off dos mercados ao mostrar uma inflação persistente, que pode levar a apertos monetários mais agressivos por parte do Federal Reserve, o banco central dos EUA.

Já no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 1,06% em abril, no maior resultado para o mês desde 1996. O resultado foi puxado principalmente pela alta dos alimentos e bebidas, bem como por transportes, com destaque para a gasolina. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 12,13%, acima dos 11,3% registrados no mês passado.

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Sell-off de cripto

A volatilidade contínua nas criptomoedas, que viu o Bitcoin cair até 10,5% esta manhã antes de se recuperar, continua em meio à incerteza sobre o destino das stablecoins. A Terra despencou 99,95% da proporção de 1:1 para o dólar na semana passada.

A stablecoin Tether, muito mais amplamente usada, que afirma ser lastreada em ativos reais, incluindo o dólar americano, também viu sua paridade ser atingida. A queda do Bitcoin, em meio a um movimento global muito mais amplo de aversão ao risco, novamente questiona o papel das criptomoedas como proteção contra a inflação.

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Ana Siedschlag

Editora na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero e especializada em finanças e investimentos. Passou pelas redações da Forbes Brasil, Bloomberg Brasil e Investing.com.