O dilema eleitoral do clube dos mais ricos

Também no Breakfast: Inflação dos EUA é o destaque do dia nos mercados; É hora de comprar dólar? Bancos de Wall Street acham que sim e As 5 startups da América Latina reconhecidas pelo Fórum Econômico Mundial

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Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Longe do Twitter onde a arraia-miúda da Faria Lima se engalfinha, o discreto clube dos brasileiros mais ricos do país está diante de um dilema com a aproximação da eleição de 2022: rejeita dar mais quatro anos a Bolsonaro enquanto o discurso mais à esquerda de Lula impede uma adesão da nata do PIB ao petista, como ocorreu na eleição de 2002.

Até agora, alguns ativistas desta fatia do empresariado dedicaram-se a mobilizar outros empresários para tentar construir uma alternativa de poder a Lula e Bolsonaro. Numa dessas articulações, um grupo de 12 empresários e grandes investidores reuniram-se quase semanalmente desde o ano passado para discutir uma agenda e ouvir os pré-candidatos.

Um dos raros empresários a vocalizar essa insatisfação é Horácio Lafer Piva, acionista e presidente do conselho de administração da Klabin. Junto com Pedro Passos (Natura) e Pedro Wongtschowski (Grupo Ultra), Lafer Piva tem defendido publicamente uma candidatura do “centro democrático”.

Em conversa com a Bloomberg Línea na semana passada (antes do lançamento da chapa Lula-Alckmin no último sábado), o empresário se disse “exasperado” com as alternativas para enfrentar um quadro econômico mais complicado em décadas, com inflação fora de controle, juro em alta nos Estados Unidos e uma tendência internacional a um revival do protecionismo, além da guerra na Ucrânia. No ambiente doméstico, ele vê um “constrangimento fiscal” se arrastando pelos próximos anos.

A matéria completa você lê aqui: Por que uma parte do PIB virou as costas à candidatura de Bolsonaro

Na trilha dos Mercados

💸 Inflação. A vilã do poder aquisitivo, esta que tem roubado o sono das lideranças de bancos centrais mundiais, volta à cena como a grande protagonista do dia. Todos os olhos estarão dirigidos ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos. Os esforços do Federal Reserve (Fed) para domar a inflação da maior economia do mundo começam a surtir efeito?

🙌🏽 O mercado acredita que sim. Caso se confirme a expectativa dos analistas, o avanço dos preços perderá fôlego e marcará 8% em abril, na comparação com o ano anterior. Esta seria a primeira desaceleração desde agosto de 2021, deixando a taxa de 8,5% em março como a máxima para o ciclo atual. Também está programado para hoje o IPC da maior economia da Europa, a Alemanha.

🏦 Reflexos na política monetária. As interrupções nas cadeias de abastecimento relacionadas à guerra Rússia-Ucrânia e aos lockdowns na China estão aumentando o custo de vida, de modo que uma leitura mais suave da inflação virá como uma esperança de que o Fed não precise pesar ainda mais a mão sobre os juros, o remédio que bancos centrais de vários cantos do globo têm usado para aproximar a inflação de suas metas.

🗣️ O que dizem membros do Fed. Enquanto esperam para ver o comportamento da inflação, os operadores vão coletando dados para traçar conjecturas e armar suas estratégias. Ontem, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse à Bloomberg Television que não se descartam aumentos de 0,75 ponto percentual nos juros norte-americanos, se a inflação persistir. Seu homólogo de Nova York, John Williams, espera que o banco central “se movimente rapidamente para trazer a taxa de fundos federais de volta a níveis mais normais este ano”.

🔊 Mais bancos centrais ecoando por aí. Hoje estão previstos pronunciamentos de outros membros do Fed, da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e de lideranças do Banco Central da Alemanha.

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (-0,26%), S&P 500 (+0,25%), Nasdaq Composite (+0,98%), Stoxx 600 (+0,68%), Ibovespa (-0,14%)

Em um dia volátil e misto, os mercados acionários norte-americanos ainda sentiam o peso do sentimento de baixa dos investidores, em meio a temores de que a maior economia do mundo pudesse cair para uma recessão com a combinação de inflação e juros elevados. No dia, também afetaram os negócios as declarações de funcionários do Fed sobre um movimento potencialmente mais aguerrido do banco central dos EUA.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: IPC/Abr; Juros e Pedidos de Hipotecas de 30 anos - MBA; Índice de Compras MBA; Rendimento Real/Abr; Estoques de Petróleo Bruto; Atividade das refinarias de Petróleo - EIA; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API; Balanço Orçamentário Federal/Abr

• Europa: Alemanha (IPC/Abr); Portugal (IPC/Abr; Taxa de Desemprego/1T22)

• Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes/Mar)

• América Latina: Brasil (IPCA/Abr; Fluxo Cambial Estrangeiro)

• Bancos centrais: Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE); Frank Elderson (BCE); Joachim Nagel (presidente do Bundesbank); Claudia Buch (vice-presidente do Bundesbank)

• Balanços: Toyota, Disney, Rivian, BancColombia, Ypf sociedad, Toyota Motor, Banco do Brasil, JBS, Braskem

📌 E para amanhã:

• EUA: IPP/Abr; Pedidos iniciais de Seguro-Desemprego; Relatório Mensal da OPEP

• Europa: Alemanha (Transações Correntes); Reino Unido (PIB/1T22; Investimento das Empresas/1T22; Gastos Governamentais; Produção do Setor de Construção/Mar; Produção Industrial; Índice do Setor de Serviços; Balança Comercial)

• Ásia: Japão (Balança Comercial(Mar); Empréstimos Bancários/Abr); China (Novos Empréstimos)

• América Latina: Brasil (Crescimento do Setor de Serviços/Mar); México (Produção Industrial/Mar); Argentina (IPC/Abr)

• Bancos centrais: Sumário de opiniões do BoJ. Discurso de Mary Daly (Fed)

• Balanços: SoftBank, Siemens, Allianz, RWE, Telefónica, Affirm, Commerzbank

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Também é importante

• Os 10 carros mais vendidos no Brasil em abril. Assim como nos meses anteriores, a picape Fiat Strada foi o carro mais vendido no Brasil em abril, segundo dados divulgados pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No período, foram emplacadas 7,98 mil unidades, um crescimento de 5,5% em relação aos 7.567 carros vendidos do modelo no mês anterior.

É hora de comprar dólar? Bancos de Wall Street apostam juntos que moeda vai subir. A turbulência nos mercados globais gera muitos sinais contraditórios, mas com um deles todos concordam: este é um momento de muito otimismo para o dólar. Goldman Sachs (GS), Morgan Stanley (MS), JPMorgan (JPM), Citigroup (C), Bank of America (BAC) e Société Générale dizem aos clientes que enquanto o medo correr pelos mercados, a moeda americana continuará a se fortalecer.

Pfizer adquire Biohaven Pharmaceutical por US$ 11,6 bilhões. A Pfizer disse que vai adquirir a Biohaven Pharmaceutical Holding (BHVN) por US$ 11,6 bilhões em dinheiro para obter um tratamento aprovado para enxaquecas. Com bilhões de dólares das vendas de sua vacina e tratamento contra covid-19, a Pfizer tem recursos para diversificar além dos produtos de auxílio à pandemia que podem ter demanda limitada à medida que o surto diminui.

Elon Musk diz que reverteria a expulsão de Trump do Twitter. O Twitter foi “tolo ao extremo” ao expulsar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de seu serviço, e proibições permanentes devem ser extremamente raras, disse Elon Musk, o bilionário que concordou em adquirir a empresa de mídia social. “Eu reverteria a proibição permanentemente”, disse Musk na terça-feira (10) em uma conferência do Financial Times.

Opinião Bloomberg

Jovens americanos não ‘lacram’ tanto quanto parece

Uma das poucas coisas com as quais os americanos democratas e republicanos podem concordar nesta era de polarização é que os jovens se voltaram bruscamente para a esquerda – não apenas no sentido da generosidade natural (ou ingenuidade) da juventude, mas em uma mudança mais profunda e filosófica em direção ao estatismo. Já citei, mesmo sem precisão, pesquisas que constatam que cerca de 40% dos americanos mais jovens preferiam o socialismo ao capitalismo. Mas um novo estudo do Centro de Estudo do Capitalismo da Wake Forest University deve nos fazer pensar. Por Adrian Wooldridge.

Pra não ficar de fora

O lance por um quadro de Andy Warhol retratando Marilyn Monroe em cores vivas, que alcançou um recorde de US$ 195 milhões, chamou a atenção a Larry Gagosian, o vencedor do leilão e mega negociante do mundo da arte. Ele não revelou quem foi o beneficiário da compra.

🖌️ Dono de uma das maiores galerias de arte do mundo, Gagosian é frequentemente descrito como o negociante de arte mais importante do mundo. Com 77 anos, ele administra um império de arte com 19 estabelecimentos para exposições em todo o mundo, da Madison Avenue de Nova York ao coração do distrito financeiro de Hong Kong.

🎨 Colecionadores de arte que são clientes de negociantes como Gagosian geralmente preferem o anonimato. Ainda assim, ele é conhecido por adquirir obras de arte para os ricos e famosos, incluindo o gerente de fundos de hedge Steve Cohen, o magnata da indústria do entretenimento David Geffen e o CEO da Blackstone (BLK) Steve Schwarzman.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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