Breakfast

O dilema eleitoral do clube dos mais ricos

Também no Breakfast: Inflação dos EUA é o destaque do dia nos mercados; É hora de comprar dólar? Bancos de Wall Street acham que sim e As 5 startups da América Latina reconhecidas pelo Fórum Econômico Mundial

11 de Maio, 2022 | 06:11 AM
Tempo de leitura: 7 minutos
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Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Longe do Twitter onde a arraia-miúda da Faria Lima se engalfinha, o discreto clube dos brasileiros mais ricos do país está diante de um dilema com a aproximação da eleição de 2022: rejeita dar mais quatro anos a Bolsonaro enquanto o discurso mais à esquerda de Lula impede uma adesão da nata do PIB ao petista, como ocorreu na eleição de 2002.

Até agora, alguns ativistas desta fatia do empresariado dedicaram-se a mobilizar outros empresários para tentar construir uma alternativa de poder a Lula e Bolsonaro. Numa dessas articulações, um grupo de 12 empresários e grandes investidores reuniram-se quase semanalmente desde o ano passado para discutir uma agenda e ouvir os pré-candidatos.

Um dos raros empresários a vocalizar essa insatisfação é Horácio Lafer Piva, acionista e presidente do conselho de administração da Klabin. Junto com Pedro Passos (Natura) e Pedro Wongtschowski (Grupo Ultra), Lafer Piva tem defendido publicamente uma candidatura do “centro democrático”.

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Em conversa com a Bloomberg Línea na semana passada (antes do lançamento da chapa Lula-Alckmin no último sábado), o empresário se disse “exasperado” com as alternativas para enfrentar um quadro econômico mais complicado em décadas, com inflação fora de controle, juro em alta nos Estados Unidos e uma tendência internacional a um revival do protecionismo, além da guerra na Ucrânia. No ambiente doméstico, ele vê um “constrangimento fiscal” se arrastando pelos próximos anos.

A matéria completa você lê aqui: Por que uma parte do PIB virou as costas à candidatura de Bolsonaro

Na trilha dos Mercados

Inflação será a grande peça do dia

💸 Inflação. A vilã do poder aquisitivo, esta que tem roubado o sono das lideranças de bancos centrais mundiais, volta à cena como a grande protagonista do dia. Todos os olhos estarão dirigidos ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos. Os esforços do Federal Reserve (Fed) para domar a inflação da maior economia do mundo começam a surtir efeito?

🙌🏽 O mercado acredita que sim. Caso se confirme a expectativa dos analistas, o avanço dos preços perderá fôlego e marcará 8% em abril, na comparação com o ano anterior. Esta seria a primeira desaceleração desde agosto de 2021, deixando a taxa de 8,5% em março como a máxima para o ciclo atual. Também está programado para hoje o IPC da maior economia da Europa, a Alemanha.

🏦 Reflexos na política monetária. As interrupções nas cadeias de abastecimento relacionadas à guerra Rússia-Ucrânia e aos lockdowns na China estão aumentando o custo de vida, de modo que uma leitura mais suave da inflação virá como uma esperança de que o Fed não precise pesar ainda mais a mão sobre os juros, o remédio que bancos centrais de vários cantos do globo têm usado para aproximar a inflação de suas metas.

🗣️ O que dizem membros do Fed. Enquanto esperam para ver o comportamento da inflação, os operadores vão coletando dados para traçar conjecturas e armar suas estratégias. Ontem, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse à Bloomberg Television que não se descartam aumentos de 0,75 ponto percentual nos juros norte-americanos, se a inflação persistir. Seu homólogo de Nova York, John Williams, espera que o banco central “se movimente rapidamente para trazer a taxa de fundos federais de volta a níveis mais normais este ano”.

🔊 Mais bancos centrais ecoando por aí. Hoje estão previstos pronunciamentos de outros membros do Fed, da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e de lideranças do Banco Central da Alemanha.

Os mercados no azul antes do IPC dos EUA

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (-0,26%), S&P 500 (+0,25%), Nasdaq Composite (+0,98%), Stoxx 600 (+0,68%), Ibovespa (-0,14%)

Em um dia volátil e misto, os mercados acionários norte-americanos ainda sentiam o peso do sentimento de baixa dos investidores, em meio a temores de que a maior economia do mundo pudesse cair para uma recessão com a combinação de inflação e juros elevados. No dia, também afetaram os negócios as declarações de funcionários do Fed sobre um movimento potencialmente mais aguerrido do banco central dos EUA.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: IPC/Abr; Juros e Pedidos de Hipotecas de 30 anos - MBA; Índice de Compras MBA; Rendimento Real/Abr; Estoques de Petróleo Bruto; Atividade das refinarias de Petróleo - EIA; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API; Balanço Orçamentário Federal/Abr

• Europa: Alemanha (IPC/Abr); Portugal (IPC/Abr; Taxa de Desemprego/1T22)

• Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes/Mar)

• América Latina: Brasil (IPCA/Abr; Fluxo Cambial Estrangeiro)

• Bancos centrais: Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE); Frank Elderson (BCE); Joachim Nagel (presidente do Bundesbank); Claudia Buch (vice-presidente do Bundesbank)

• Balanços: Toyota, Disney, Rivian, BancColombia, Ypf sociedad, Toyota Motor, Banco do Brasil, JBS, Braskem

📌 E para amanhã:

• EUA: IPP/Abr; Pedidos iniciais de Seguro-Desemprego; Relatório Mensal da OPEP

• Europa: Alemanha (Transações Correntes); Reino Unido (PIB/1T22; Investimento das Empresas/1T22; Gastos Governamentais; Produção do Setor de Construção/Mar; Produção Industrial; Índice do Setor de Serviços; Balança Comercial)

• Ásia: Japão (Balança Comercial(Mar); Empréstimos Bancários/Abr); China (Novos Empréstimos)

• América Latina: Brasil (Crescimento do Setor de Serviços/Mar); México (Produção Industrial/Mar); Argentina (IPC/Abr)

• Bancos centrais: Sumário de opiniões do BoJ. Discurso de Mary Daly (Fed)

• Balanços: SoftBank, Siemens, Allianz, RWE, Telefónica, Affirm, Commerzbank

Destaques da Bloomberg Línea

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Ministra da Espanha se afasta de sessão de fotos cheia de homens

Também é importante

Modelos Fiat Pulse, Fiat Argo e Chevrolet Onix Plus são novidade no grupo, com mais de 5 mil unidades emplacadas no último mês

• Os 10 carros mais vendidos no Brasil em abril. Assim como nos meses anteriores, a picape Fiat Strada foi o carro mais vendido no Brasil em abril, segundo dados divulgados pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No período, foram emplacadas 7,98 mil unidades, um crescimento de 5,5% em relação aos 7.567 carros vendidos do modelo no mês anterior.

É hora de comprar dólar? Bancos de Wall Street apostam juntos que moeda vai subir. A turbulência nos mercados globais gera muitos sinais contraditórios, mas com um deles todos concordam: este é um momento de muito otimismo para o dólar. Goldman Sachs (GS), Morgan Stanley (MS), JPMorgan (JPM), Citigroup (C), Bank of America (BAC) e Société Générale dizem aos clientes que enquanto o medo correr pelos mercados, a moeda americana continuará a se fortalecer.

Pfizer adquire Biohaven Pharmaceutical por US$ 11,6 bilhões. A Pfizer disse que vai adquirir a Biohaven Pharmaceutical Holding (BHVN) por US$ 11,6 bilhões em dinheiro para obter um tratamento aprovado para enxaquecas. Com bilhões de dólares das vendas de sua vacina e tratamento contra covid-19, a Pfizer tem recursos para diversificar além dos produtos de auxílio à pandemia que podem ter demanda limitada à medida que o surto diminui.

Elon Musk diz que reverteria a expulsão de Trump do Twitter. O Twitter foi “tolo ao extremo” ao expulsar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de seu serviço, e proibições permanentes devem ser extremamente raras, disse Elon Musk, o bilionário que concordou em adquirir a empresa de mídia social. “Eu reverteria a proibição permanentemente”, disse Musk na terça-feira (10) em uma conferência do Financial Times.

Opinião Bloomberg

Jovens americanos não ‘lacram’ tanto quanto parece

Uma das poucas coisas com as quais os americanos democratas e republicanos podem concordar nesta era de polarização é que os jovens se voltaram bruscamente para a esquerda – não apenas no sentido da generosidade natural (ou ingenuidade) da juventude, mas em uma mudança mais profunda e filosófica em direção ao estatismo. Já citei, mesmo sem precisão, pesquisas que constatam que cerca de 40% dos americanos mais jovens preferiam o socialismo ao capitalismo. Mas um novo estudo do Centro de Estudo do Capitalismo da Wake Forest University deve nos fazer pensar. Por Adrian Wooldridge.

Pra não ficar de fora

Icônica ‘Shot Sage Blue Marilyn’ foi vendida para um famoso negociante de arte, que aos 77 anos administra um império com 19 exposições no mundo

O lance por um quadro de Andy Warhol retratando Marilyn Monroe em cores vivas, que alcançou um recorde de US$ 195 milhões, chamou a atenção a Larry Gagosian, o vencedor do leilão e mega negociante do mundo da arte. Ele não revelou quem foi o beneficiário da compra.

🖌️ Dono de uma das maiores galerias de arte do mundo, Gagosian é frequentemente descrito como o negociante de arte mais importante do mundo. Com 77 anos, ele administra um império de arte com 19 estabelecimentos para exposições em todo o mundo, da Madison Avenue de Nova York ao coração do distrito financeiro de Hong Kong.

🎨 Colecionadores de arte que são clientes de negociantes como Gagosian geralmente preferem o anonimato. Ainda assim, ele é conhecido por adquirir obras de arte para os ricos e famosos, incluindo o gerente de fundos de hedge Steve Cohen, o magnata da indústria do entretenimento David Geffen e o CEO da Blackstone (BLK) Steve Schwarzman.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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