Bloomberg — Em estado de alerta para más notícias após o colapso dos preços de ações nos EUA, os investidores de renda variável começam a ver vários dados obscuros como evidência de que o Federal Reserve está errado quando diz que a economia está forte.
Entre eles estão as menções de “demanda fraca” nesta temporada de balanço, que subiu para o maior número desde o segundo trimestre de 2020, segundo o Bank of America. Outro relatório mostrou tráfego em queda para lojas. Lucros podem estar em alta, mas analistas cortam estimativas para 2022. Algumas empresas do setor de consumo alertaram para pedidos atrasados ou comportamentos geralmente visto em época de crise.
Embora nada disso prove que uma recessão esteja a caminho, dados como esses alimentam o sentimento sombrio que empurrou o S&P 500 para baixo por cinco semanas seguidas, e queda de 3,2% na segunda-feira para o menor nível em mais de um ano. As perdas que começaram semanas atrás com os favoritos da era da pandemia se espalharam para empresas mais robustas, como Apple (AAPL) e Alphabet (GOOG).
“Parece que o mercado pende para os piores cenários” disse Meera Pandit, estrategista de mercado global da JPMorgan Asset Management, na Bloomberg TV. “Os riscos no horizonte estão se materializando e o mercado está tentando precificar isso. Há muita incerteza.”
Os principais motivos de preocupação são bem conhecidas neste momento: o Federal Reserve endureceu à medida que tenta conter a inflação, enquanto a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China diminuem a demanda e atrapalham ainda mais as cadeias de suprimentos. E os avisos de recessão, é claro, borbulham há meses.
Mas é nesses pequenos sinais em vários cantos do mercado que os investidores farejam evidências de que a economia começa a enfraquecer.
Uma análise do Bank of America sugere que menções em teleconferências de balanço indicam uma queda acentuada nas condições de negócios, com o spread entre “melhor” ou “forte” contra “pior” ou “mais fraco” caindo para o nível mais baixo desde o segundo trimestre de 2020.
O otimismo das empresas também caiu na comparação trimestral, embora permaneça acima da média histórica, disseram estrategistas do banco, incluindo Savita Subramanian, em nota.
Durante todo o ano, investidores se apegaram a lucros ainda fortes como motivo para otimismo, mas os analistas reduziram as previsões para 2022 por duas semanas seguidas, de acordo com a Bloomberg Intelligence. Embora o rebaixamento médio seja pequeno, inferior a US$ 1 por ação, desde junho de 2020 eles não reduziam as estimativas por um período tão longo.
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