Para Viveo, sequência de aquisições depende de nova captação

Empresa considera que há espaço no balanço para se alavancar e continuar crescendo por meio de fusões e aquisições

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Bloomberg Línea — Com 15 aquisições em pouco mais de 12 meses, a Viveo (VVEO3) investiu quase R$ 2 bilhões para crescer e se tornar uma das maiores distribuidoras e fabricantes de insumos hospitalares do Brasil. Apenas no mês passado foram três. Agora, para manter esse ritmo, a empresa precisará buscar novas fontes para financiar sua expansão, menos de um ano depois de seu IPO.

“Nossa prioridade é a integração dos nossos ativos e a busca das sinergias entre eles. Contudo, temos um pipeline ativo para aquisição e espaço em nosso balanço para esse movimento. Para ir além, precisaríamos avaliar uma captação, seja por meio da emissão de dívidas ou por um follow-on”, disse Leonardo Byrro, CEO da companhia, em entrevista à Bloomberg Línea. Atualmente com uma alavancagem de 0,7x, a companhia considera como nível ótimo um patamar de 1,5x.

Num mercado que movimenta mais de R$ 220 bilhões por ano e ainda altamente pulverizado, a consolidação é uma aposta da empresa para conseguir entregar mais eficiência para seus clientes. Mais do que simplesmente brigar por preço, a empresa aposta na prestação de serviços para melhorar suas margens. Hoje, a unidade de negócios de serviços representa apenas 3,6% da receita da companhia, mas a expectativa é que a área alcance 10% “em alguns anos”.

A Viveo encerrou o primeiro trimestre do ano com uma receita líquida de R$ 1,9 bilhão, resultado 27,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. O Ebitda saltou de R$ 87,1 milhões para R$ 164 milhões no período (+88,4%), enquanto o lucro líquido quase triplicou, encerrando o primeiro trimestre em pouco mais de R$ 97 milhões.

Apesar do crescimento via aquisições, a empresa apresentou um crescimento orgânico de 17% em sua receita. Contudo, a melhora na margem da companhia tem ocorrido com a compra de operações com margens superiores. “Mesmo em um ambiente de pressão das margens, com aumento dos preços dos insumos e juros mais altos, adicionamos à operação empresas com margens superiores e pela captação das sinergias das aquisições que fizemos”, afirma Byrro.

E a tendência de aumento dos preços dos insumos ainda não chegou ao fim. Segundo o executivo, ainda houve aumentos de preços ao longo do primeiro trimestre e não há sinais de que a curva de alta tenha se revertido. “É algo que deve perdurar ao longo do ano, ainda sob efeito da China”, diz Byrro, ao lembrar que os custos logísticos também são um fator de preocupação.

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