Breakfast

O “Midas” Marcelo Claure em carreira solo

Também no Breakfast: Mercados em terreno negativo, com foco em preços, economia e geopolítica; FIFA chega ao mundo cripto com acordo para blockchain da Copa do Catar e Em lançamento de chapa com Alckmin, Lula diz que vencerá ameaça autoritária

09 de Maio, 2022 | 06:45 AM
Tempo de leitura: 7 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Para muitos, o boliviano Marcelo Claure, 51, era uma espécie de Rei Midas que criou um enorme valor para as empresas investidas pelos fundos do líder do SoftBank, Masayoshi Son. Afinal, foi responsável por uma bem-sucedida reestruturação das empresas do conglomerado japonês Sprint e WeWork (WE).

Claure se juntou ao grupo em 2014, quando o SoftBank comprou sua empresa Brightstar. De Tóquio, ele se mudou para Miami para iniciar a presença do SoftBank na América Latina, e depois para Nova York, para atuar na reestruturação da WeWork.

Em uma entrevista exclusiva à Bloomberg Línea, Claure detalhou seus primeiros passos como um empreendedor renascido, agora de seu próprio grupo, o Claure Group, e aprofunda o que separa fundadores como Adam Neumann (WeWork) e Larry Page (Google) em termos de escala e execução de suas empresas.

PUBLICIDADE

Claure, que deixou o SoftBank no final de janeiro devido a divergências com Son sobre sua remuneração, diz que manterá seu relacionamento com o SoftBank privado e prefere se concentrar em seus próximos passos investindo com seu multibilionário Family Office Claure Group, que anunciará novos investimentos em breve.

A matéria exclusiva você lê aqui: O próximo ato de Marcelo Claure é voltar a ser empreendedor

ex-executivo do SoftBank

Na trilha dos Mercados

Uma nova semana se inicia, mas o mau humor dos mercados permanece. Tantos os futuros de índices nos Estados Unidos como as bolsas europeias recuavam mais de 1% nos primeiros negócios da manhã, mantendo a toada da semana passada e indicando que as bolsas norte-americanas poderiam se dirigir a um mercado de urso (bear market).

Estes são os principais vetores da semana para os mercados financeiros:

💸 Inflação. Perto de tocar o teto? Em matéria de indicadores, o mais esperado para esta semana é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA, programado para sair na quarta-feira. A expectativa é de que os preços apontem para uma alta de 8% em abril, comparativamente ao ano anterior, segundo projeção dos economistas da Bloomberg. Caso esta expectativa se confirme, o aumento de 8,5% em março representaria o máximo para o ciclo atual.

💃 A política monetária dança a mesma música? Se a inflação está realmente perto de alcançar seu pico, teoria também compartilhada pelos economistas para as economias europeias, os bancos centrais estariam dispostos a esfriar o ímpeto de subida dos juros para controlar a inflação? Em busca de respostas, os investidores operarão ao sabor dos indicadores e dos discursos de membros das autoridades monetárias.

🔴 Riscos para as economias. No radar também estão os impactos dos lockdowns na China e da guerra Rússia-Ucrânia. O presidente Vladimir Putin está discursando hoje no desfile do Dia da Vitória, que marca o aniversário da rendição da Alemanha nazista em 1945. Ele pode indicar seus próximos passos para a invasão da Rússia à Ucrânia. Os países mais industrializados do G7 se comprometeram a proibir a importação de petróleo russo. A União Europeia está trabalhando em um plano semelhante, mas a Hungria continua sendo um obstáculo. O bloco seguirá com as conversas para ampliar as sanções.

🤨 Confiança abalada. Para a semana o mercado aguarda uma série de indicadores que darão uma mostra das expectativas e da confiança dos consumidores. Na Zona do Euro, por exemplo, esta manhã foi divulgado que o indicador Sentix de maio caiu para -22,6, contra expectativas de -21,6 e bem pior que os -18,0 da medição anterior. Os dados são os piores desde junho de 2020.

Bolsas voltam a dirigir-se para o território negativo

🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones (-0,30%), S&P 500 (-0,57%), Nasdaq Composite (-1,40%), Stoxx 600 (-1,91%), Ibovespa (-0,16%)

As ações dos EUA ampliaram o declínio de quinta-feira à medida que os investidores pesavam os efeitos de uma política monetária mais rígida e o risco de uma desaceleração econômica. O S&P 500 caiu para seu nível mais baixo em cerca de um ano e registrou sua quinta queda semanal consecutiva, a mais longa série de perdas desde junho de 2011. Os investidores também ficaram de olho no relatório de emprego - a folha de pagamento dos trabalhadores não agrícolas aumentou em 428.000 em abril e a taxa de desemprego permaneceu em 3,6%.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• Feriado: Hong Kong, Rússia (discurso de Vladimir Putin), Ucrânia

• EUA: Índice de Tendência de Emprego/Abr; Vendas no Atacado/Mar; Pesquisa Fed com Bancos de Empréstimos

• Europa: Zona do Euro (Confiança do Investidor Sentix/Mai); França (Balança Comercial/Mar; Transações Correntes); Reino Unido (Vendas no Varejo do BRC/Abr)

• Ásia: Japão (Gastos Domésticos/Mar); China (Balança Comercial/Abr)

• América Latina: Brasil (Boletim Focus); México (IPC/Abr)

• Bancos centrais: Atas da Reunião de Política Monetária do Banco do Japão (BoJ). Discurso de Raphal Bostic (FOMC/Fed); Michael Saunders (BoE)

• Balanços: Duke Energy, Microchip, BioNTech, Westpac Banking, Infineon, Exelon, Tyson Foods, Simon property group, Palantir, AMC, Itaú Unibanco, Tran Gas del Sur, BTG Pactual, Cemargos, Cementos Argos, Naturgy, Assaí, Metalúrgica Gerdau

📌 E para amanhã:

• EUA: Otimismo entre Pequenas Empresas NFIB/Abr; Índice Redbook; Índice IBD/TIPP de Otimismo Econômico; Perspectiva Energética de Curto Prazo - EIA; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API

• Europa: Zona do Euro (Expectativas Econômicas ZEW/Mai); Alemanha (Expectativas Econômicas ZEW/Mai); Itália (Produção Industrial/Mar); Portugal (Balança Comercial/Mar)

• Ásia: Japão (Reservas Internacionais/Abr); China (IPC e IPP/Abr)

• América Latina: Brasil (Ata do Copom/BC; Vendas no Varejo/Mar); Empréstimos Bancários

• Bancos centrais: Discursos de John Williams, Raphael Bostic e Loretta Mester (FOMC/Fed); Joachim Nagel (presidente do Bundesbank); Luis de Guindos (BCE)

• Balanços: Sony, Nintendo, Suncor, Bayer, Occidental Petroleum, Roblox, Peloton, Warner, Telefônica Brasil

Destaques da Bloomberg Línea

Países africanos mudam dieta e trocam o trigo por alternativas mais baratas

Maioria dos credores aprova plano de reestruturação da Latam

FIFA chega ao mundo cripto com acordo para blockchain da Copa do Catar

Bill Gates prevê desaceleração econômica global

Também é importante

Candidato Luís Inácio Lula da Silva lançou oficialmente em São Paulo sua campanha na disputa à presidência

• Em lançamento de chapa com Alckmin, Lula diz que vencerá ameaça autoritária. Diante de algumas milhares de pessoas na manhã do útimo sábado (7), em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou sua candidatura a presidente da República, pregando a união de democratas de diferentes matizes para “vencer a ameaça autoritária” e governar para devolver ao país o crescimento econômico com inclusão social.

Investidor quer comprar fatia na LaLiga, a liga de futebol da Espanha. Bancos liderados pelo Goldman Sachs lançaram 850 milhões de euros em títulos de alto risco e rendimento (junk bond) para apoiar o investimento que a CVC Capital fará na liga nacional de futebol da Espanha. Esse será o primeiro negócio desse tipo no esporte na Europa. A CVC investirá 2 bilhões de euros por meio de uma entidade que administrará as receitas de transmissão da competição.

Bancos brasileiros renegociaram mais de 20 milhões de contratos na pandemia. Durante a pandemia, os bancos renegociaram 20,4 milhões de contratos em atraso, o que equivale a um saldo de R$ 1,1 trilhão. Segundo a Febraban, esse é o maior número de contratos renegociados da história do setor.

Dubai atrai banqueiros e vira ‘Wall Street de criptos’. À sombra do hotel Burj Al Arab, em Dubai, executivos de criptos confraternizavam com a realeza dos Emirados, banqueiros de Wall Street e influenciadores do Instagram. As festividades do final de março foram organizadas pela Binance Holdings, nos Emirados Árabes Unidos, que está rapidamente se tornando um centro global para moedas digitais.

Opinião Bloomberg

Fórum Econômico de Davos renasce no metaverso cripto

O Fórum Econômico Mundial, em Davos, já simbolizou um certo tipo de globalismo fora de alcance, misturando política e altas finanças. A imagem recente de Tony Blair e Bill Clinton no palco ao lado do bilionário cripto Sam Bankman-Fried, vestido com camiseta e meias, sugere uma passagem de bastão. A visão desses anciãos centristas, famosos por sua abordagem leve à regulamentação financeira, ao lado da última geração de gurus das fintechs não é um caso de “cripto se tornando mainstream”. Em vez disso, demonstra o tipo de aceitação e respeitabilidade que só o dinheiro pode comprar – e os riscos que o acompanham maio, segundo Lionel Laurent.

Pra não ficar de fora

(Foto: Cornell Watson/Bloomberg)

Não foi fácil para o professor Dinin convencer a administração da Duke University a oferecer esse tipo de aula. Para alguns na instituição, as redes sociais pareciam um fenômeno passageiro para os jovens. Mas Dinin vê isso como uma nova forma de comunicação e arte.

👨‍🎓 Na aula da Duke University, os alunos – que juntos têm cerca de 600 mil seguidores em todas as plataformas – comparam análises e metas para suas contas e discutem por que certas postagens têm um bom desempenho ou não. As tarefas envolvem o uso de tendências atuais do TikTok como inspiração para conteúdos e análises. Eles podem filmar seus próprios conteúdos durante as aulas e passar algum tempo divulgando suas marcas.

🤳 Enquanto isso, a receita de postagens personalizadas no TikTok pode variar de US$ 2,5 mil a US$ 20 mil, dependendo dos seguidores e do engajamento da conta, de acordo com a Bullish Studios, uma agência de talentos para influenciadores.

💵 Dados da empresa de pesquisa Statista mostram que a economia global de influenciadores mais que dobrou desde 2019 e chegou a um recorde de US$ 13,8 bilhões em 2021.

Leia a matéria completa: Bem-vindos às faculdades da Geração Z

Quer receber o Breakfast por e-mail? Registre-se gratuitamente no nosso site e confira as edições anteriores da nossa newsletter.

Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.