Japão flexibiliza regras e permite entrada de grupos de turistas

País deseja reabrir as fronteiras a partir de junho; atualmente, limite de entradas por dia é de 10 mil, a ser aumentado para 20 mil

País gostaria de aproveitar fluxo de turistas que desejam aproveitar a baixa do iene
Por Isabel Reynolds
08 de Maio, 2022 | 05:05 PM

Bloomberg — O Japão deve testar a abertura de suas fronteiras para pequenos grupos de turistas estrangeiros vacinados ainda este mês, disse a Fuji News Network, em uma potencial salvação para as dificuldades enfrentadas pela indústria de viagens do país.

Aqueles que desejam visitar o país devem ter tomado três doses da vacina contra a covid e fazer parte de um pacote turístico com um itinerário fixo, disse a FNN na sexta-feira (6), citando vários funcionários do governo. A retomada limitada do turismo receptivo será tratada como um experimento e, se as infecções não se espalharem, o programa será expandido, disse.

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A notícia veio um dia depois que o primeiro-ministro Fumio Kishida disse em discurso em Londres que planejava relaxar as restrições de fronteira relacionadas à pandemia a partir de junho. Mais tarde, ele acrescentou uma nota de cautela, dizendo aos repórteres que precisava analisar o estado das infecções após uma série de feriados no final de abril e início de maio, conhecidos como Golden Week.

A flexibilização das fronteiras seria bem-vinda pela indústria de turismo do Japão, que vem instando o governo a permitir a entrada de mais visitantes estrangeiros para aproveitar o enfraquecimento do iene. Até a pandemia, a entrada de turistas era um raro ponto positivo para a economia do Japão, já que o número de visitantes estrangeiros aumentou cinco vezes entre 2011 e 2019.

“A partir de junho, com base nas opiniões de especialistas, revisaremos os regulamentos para conter a pandemia de coronavírus, incluindo as políticas de fronteira, em etapas”, disse Kishida na quinta-feira (5). “Ainda estamos em um período de transição de volta à vida normal.”

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Embora Kishida não tenha mencionado máscaras, o governo aconselha usá-las e a esmagadora maioria dos japoneses continua a utilizá-las, tanto em ambientes internos quanto externos.

“O Japão foi muito lento na recuperação econômica em comparação com os EUA em ‘viver com o vírus’, então, nesse sentido, a reabertura ajudará a aumentar as expectativas de recuperação”, disse Ayako Sera, estrategista de mercado do Sumitomo Mitsui Trust Bank.

O impacto da abertura pode ser atenuado pelo fato de que a China, maior fonte de turistas antes da pandemia, efetivamente fechou suas fronteiras.

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Kishida fechou as fronteiras do Japão para estrangeiros não residentes em novembro, um movimento que as pesquisas mostraram ter sido amplamente apoiado pelo público, já que a variante ômicron se espalhava rapidamente.

Embora a nova entrada agora seja permitida para estudantes e empresários estrangeiros, ele manteve um limite de 10 mil chegadas do exterior por dia. Sua postura cautelosa – que segundo ele ajudou a manter baixa a taxa de mortalidade provocada pelo vírus no Japão – reforça seu apoio público antes de uma importante eleição em julho.

O Japão está tentando dobrar o limite diário de entrada para 20 mil e aceitar turistas estrangeiros a partir de junho, disse o jornal Nikkei, citando fontes não identificadas.

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