BOE vê risco de recessão com inflação acima de 10%

Aumento da taxa de 0,75% para 1% foi apoiado pela maioria dos nove integrantes do comitê do BOE, com três votos por um movimento maior

O presidente do BOE, André Bailey, descreveu a perspectiva como o mais difícil desafio enfrentado desde que ganharam autoridade para definir os juros há 25 anos.
Por Philip Aldrick e David Goodman (London)
05 de Maio, 2022 | 11:01 AM

Bloomberg — O Banco da Inglaterra elevou as taxas de juros para seu nível mais alto desde o início de 2009 e alertou que o Reino Unido corre o risco de recessão junto de inflação de dois dígitos.

O aumento da taxa de 0,75% para 1% foi apoiado pela maioria dos nove integrantes do comitê do BOE, com três votos por um movimento maior. Previsões negativas, com indicação de que a economia está caminhando para a estagflação, levaram a libra ao menor nível em quase dois anos e provocaram uma queda nos rendimentos dos títulos do governo.

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Bailey diz que o crescimento econômico do Reino Unido deve “desacelerar acentuadamente”, enquanto a inflação “cairá relativamente rápido” após atingir um pico ligeiramente superior a 10% no quarto trimestre

As duras afirmações apresentadas pelo Banco da Inglaterra vêm depois do aviso do presidente Federal Reserve, Jerome Powell, de que controlar a inflação pode causar “alguma dor”. O presidente do BOE, André Bailey, descreveu a perspectiva como o mais difícil desafio enfrentado desde que ganharam autoridade para definir os juros há 25 anos.

“Reconheço as dificuldades que isso causará às pessoas no Reino Unido, particularmente aquelas de baixa renda”, disse Bailey em entrevista coletiva em Londres na quinta-feira. “O principal fator é o choque da renda real, que vem da mudança nos termos de troca, principalmente dos preços da energia.”

As declarações chegaram no mesmo dia em que o governo do primeiro-ministro Boris Johnson enfrenta o julgamento dos eleitores nas eleições locais sobre sua resposta ao maior aperto nos padrões de vida em décadas.

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Por enquanto, porém, o BOE não está sozinho na busca de um caminho agressivo de aperto. O Federal Reserve elevou os juros em 0,50 ponto percentual na quarta-feira, o maior aumento desde 2000, e sinalizou que continuará subindo as taxas nesse ritmo nas próximas reuniões.

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