Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
É uma questão de tempo até que os principais clubes de futebol da primeira divisão do Brasil queiram mudar seus sistemas e se tornar uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Conforme avaliação do banco BTG Pactual, a implantação das SAFs não só melhorará os modelos de negócios dos clubes, mas também tem potencial para revolucionar o segmento, atraindo investimentos para a indústria, além de melhorar o desempenho e a competitividade das equipes brasileiras.
⚽ Rumo ao mundo corporativo
O Cruzeiro foi o primeiro grande clube brasileiro a adotar o modelo, cuja lei foi aprovada pelo Congresso brasileiro no segundo semestre de 2021. A lei facilita a transformação dos times em empresas – seguindo um modelo que é comum na Europa há duas décadas – com um mecanismo de governança de sociedades anônimas e enquadrado em um regime tributário especial.
🟢 Atualmente, além do Cruzeiro, os outros clubes brasileiros que viraram SAF são: América Mineiro, Botafogo, Coritiba, Cuiabá, Figueirense e Gama, de Brasília. O Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, pode ser o próximo a entrar no modelo, pendente ainda da proposta vinculante da 777 Partners, após assinatura do memorando de entendimento em fevereiro.
A fama do futebol brasileiro, com seus cinco títulos de Copa do Mundo e a Seleção de maior sucesso da história, chama atenção dos empresários. Mas os clubes profissionais do país têm se endividado, com problemas agravados pelo impacto financeiro da pandemia de Covid-19. Diante disso, para o BTG é uma questão de tempo até a nata do futebol se render ao modelo corporativo.
Na trilha dos Mercados
O dia será muito movimentado, com eventos cruciais para os mercados financeiros. O principal deles, a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), tem impacto global e vem sendo alvo de muita especulação.
➡️ Os investidores esperam que o banco central dos Estados Unidos aumente o custo do dinheiro em 0,50 ponto porcentual, o que representaria o maior impulso aos juros desde o ano 2000. Normalmente, quando os bancos centrais começam um ciclo de aperto monetário, tendem a subir as taxas em menor proporção, 0,25 ponto, por exemplo.
📈 O motivo de tanta austeridade, mesmo diante dos riscos de conduzir a maior economia mundial a uma recessão, é a elevada e persistente inflação, que vem rompendo recordes e se situa no maior patamar em 40 anos.🇬🇧 Amanhã, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deve aumentar juros para o nível mais alto de 13 anos.
🇧🇷 No Brasil, o Comitê de Política Monetária também arbitra sobre sua taxa: deve anunciar um incremento de 1 ponto porcentual da taxa Selic, para 12,75%. E a expectativa é de que mantenha a porta aberta para um novo aumento.
📊 Além disso, os resultados empresariais darão tempero às operações de hoje. Para se ter uma ideia, estão programados 43 balanços de empresas que compõem o S&P e cerca de 20 integrantes do Stoxx 600.
✳️ E como tudo isso não fosse suficiente para deixar o mercado cauteloso, indicadores que medem o ritmo da produção (como os índices de gestores de compras PMIs), do consumo (vendas no varejo, crédito ao consumidor) e inflação (IPCs) serão divulgados hoje em vários cantos do mundo. Se espera, portanto, uma sessão com algo de volatilidade.
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+0,20%), S&P 500 (+0,48%), Nasdaq Composite (+0,22%), Stoxx 600 (+0,53%), Ibovespa (-0,10%)
As bolsas dos EUA ampliaram os ganhos da segunda-feira e permaneceram no azul, um dia antes da decisão de política monetária do Fed. O mercado aposta em uma subida de 0,5 ponto porcentual com vistas a controlar uma inflação persistente, com possibilidade de que a taxa alcance em torno de 2,5% no fim do ano. Apesar dos riscos para o crescimento econômico, os investidores continuam a colocar o otimismo à frente.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Feriados: Japão e China
• Bancos centrais: Decisões de política monetária do FOMC/Fed e do Banco Central do Brasil. Discursos de Burkhard Balz e Joachim Wuermeling (Bundesbank) e de Sam Woods (BoE)
• Indicadores PMI: EUA, China, Zona do Euro, Alemanha, França, Espanha, Itália, Brasil
• EUA: Balança Comercial/Mar); Pedidos e Juros de Hipotecas MBA; Índice de Compras MBA; Variação de Empregos Privados ADP/Abr; ISM do Setor de Não-Manufatura/Abr; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA (Semanal); Estoques de Petróleo Bruto; Despesas de Consumo Pessoal (PCE) - Fed Dallas/Mar; Total de Vendas de Veículos
• Europa: Zona do Euro (Vendas no Varejo/Mar); Alemanha (Saldo das Transações Correntes sem Ajuste Sazonal/Mar); França (Balanço Orçamentário do Governo/Mar); Reino Unido (Crédito ao Consumidor BoE/Mar; Massa Monetária - M4/Mar); Aprovações de Hipotecas/Mar)
• América Latina: Brasil (IPC-Fipe/Abr; Fluxo Cambial Estrangeiro)
• Balanços: Equinor, Maersk, Vestas, CVS, Volkswagen, Booking, Airbus, Regeneron, Enel, Uber, Marriott, Moderna, Pioneer, Barrick, Ferrari, Cheniere, EDF, eBay, Etsy, Chesapeake, Telecom Italia, Raiffeisen
📌 E para amanhã:
• Feriados: Japão
• EUA: Reunião da OPEP; Demissões Anunciadas Challenger/Abr; Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego; Custo Unitário da Mão de Obra/1T22; Produtividade do Setor Não Agrícola/1T22; Estoque de Gás Natural
• Europa: Alemanha (Encomendas à Indústria/Mar); PMI de Construção - IHS Markit/Abr; Reino Unido (PMI Composto/Abr; Relatório de Inflação do BoE); França (Produção Industrial/Mar)
• América Latina: Brasil (Índice de Evolução de Emprego CAGED/Abr; Balança Comercial/Abr; Argentina (Produção Industrial/Mar)
• Ásia: Hong Kong (Vendas no Varejo/Mar; Japão (IPC - Tóquio/Abr)
• Bancos centrais: Decisão sobre juros do Bank of England (BoE) e pronunciamento do presidente Andrew Bailey. Discurso de Philip Lane (BCE)
• Balanços: Petrobras, Shell, ConocoPhillips, AB InBev, Shopify, EOG, ICE, Block, BMW, Credit Agricole, Vonovia, Apollo, DoorDash, ArcelorMittal, Zillow, Deutsche Lufthansa
Destaques da Bloomberg Línea
• XP lucra R$ 987 mi no 1º trimestre e vê força do investidor institucional
• Mercado cresce, mas alugar carro no Brasil está mais caro
• BC mata sede de dólar, mas mercado quer novas altas da Selic
• Sem apoio do Itamaraty, TSE desiste de chamar missão de observação da UE
Também é importante
• Rumo a um ano de pesadelo? Esses são os investimentos da Tiger Global no Brasil. A Tiger Global caminha para o pior ano de sua história, em um momento em que empresas de tecnologia de alto crescimento passam por dificuldades. A empresa disse a investidores que “abril contribuiu para um início de 2022 muito decepcionante” para os seus fundos e que “os mercados não têm sido cooperativos devido ao cenário macroeconômico”.
• Acionistas do Nubank podem vender US$ 26 bi em ações com fim do lock-up. O Nubank pode sofrer mais pressão com a aproximação do fim de um lock-up de bilhões de dólares de seus papéis. A restrição à venda de ações do banco digital termina em 17 de maio, após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, e um total de US$ 26 bilhões em papéis poderá passar a ser negociado em mercado, de acordo com cálculos da Bloomberg com base no prospecto e documentos regulatórios.
• Brasil lidera ranking por ativos dos maiores bancos da América Latina em 2022. Apesar do impacto negativo da desvalorização do real e da maioria das moedas da AL e do Caribe em relação ao dólar norte-americano no valor de seus ativos ao longo do último ano, os bancos brasileiros continuaram dominando a lista dos 50 maiores bancos da América Latina em 2022. É o que mostra levantamento da S&P Global Market Intelligence.
• Coinbase e 2TM, dona do Mercado Bitcoin, desistem de fusão, dizem fontes. As negociações, que tinham o JPMorgan Chase & Co como assessor pelo lado da 2TM, teriam sido suspensas, disseram as pessoas a par do assunto, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas. A Coinbase está “comprometida com o mercado brasileiro e possui liderança local em tecnologia e negócios”, disse um porta-voz da companhia à Bloomberg News em comunicado. A 2TM Participações, a maior corretora de criptomoedas sediada no Brasil, não quis comentar.
Opinião Bloomberg
Como elogiar as crianças acabou virando um tabu
Quando eu era criança, eu ouvia bastante “Muito bem”. Dupla de sucesso na liga infantil? “Muito bem!” 93% em um teste de matemática? “Muito bem!” Em contraste, a frase “Você se esforçou” ficava reservada para... coisas menores. Você falhou, mas... você se esforçou muito. Isso é um bom esforço, mas não um “Muito bem!”. O mundo do elogio infantil, no entanto, mudou drasticamente. Dizer “Muito bem” se aproximou do status de tabu.
Pra não ficar de fora
O código de vestimenta para o Met Gala de 2022 foi “Gilded Glamour” (ou glamour dourado, em tradução livre), estilo inspirado nas tradicionais famílias americanas, do final do século XIX. E foi esse o espírito da multidão nos degraus do Metropolitan Museum of Art nesta segunda-feira (2).
O evento reuniu financiadores, designers de moda e celebridades das áreas de música, televisão, esportes e filmes, que se vestiram com esmero para ajudar a arrecadar fundos para o Costume Institute do museu.
Esta semana, uma nova exposição também será aberta ao público apresentando roupas e tecidos americanos chamada “In America: An Anthology of Fashion” (ou Na América: Uma Antologia da Moda), que apresenta, entre outros artefatos históricos, roupas usadas por George Washington e o casaco que Abraham Lincoln usava quando ele foi assassinado.
👗 Alguns convidados do evento de gala também tentaram adaptar suas roupas ao tema americano, enquanto outros fizeram declarações políticas.