Maersk perdeu mais de US$ 700 milhões da Rússia no trimestre

Companhia de contêineres parou de levar novas cargas para a Rússia e colocou à venda as participações que detém nos portos do país

Maersk controla cerca de um sexto do comércio mundial de contêineres
Por Christian Wienberg
04 de Maio, 2022 | 06:29 AM

Bloomberg — A A.P. Moller Maersk disse que perdeu mais de US$ 700 milhões no primeiro trimestre com a guerra na Ucrânia, enquanto a gigante dos transportes contabiliza o custo de sair da Rússia.

A Maersk disse que a Rússia reduziu seu lucro antes de juros e impostos em US$ 718 milhões no período de três meses, com o principal valor decorrente de perdas relacionadas a seus terminais, de acordo com uma divulgação nesta quarta-feira (4). A empresa com sede em Copenhague divulgou os resultados preliminares do primeiro trimestre no mês passado.

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A Maersk, que controla cerca de um sexto do comércio mundial de contêineres, parou de levar novas cargas para a Rússia e colocou à venda as participações que detém nos portos do país. A empresa completou sua última operação de carga em um porto russo em 2 de maio, informou na quarta-feira.

Também disse que US$ 627 milhões das perdas russas foram baixas contábeis e US$ 91 milhões foram aumentos nos custos operacionais. Os ativos russos da empresa agora estão avaliados em zero, disse o CEO Soren Skou em entrevista a Anna Edwards, da Bloomberg TV.

“Decidimos contabilizar tudo durante o trimestre”, disse Skou. “Esperamos recuperar um pouco disso à medida que alienamos os ativos nos próximos trimestres.”

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A Maersk está “em negociações com várias partes” sobre as vendas das participações portuárias, disse o CEO. “É uma situação complicada, também há sanções e assim por diante que temos que cumprir. Vai demorar um pouco, eu suspeito, para essas conversas.”

Em 26 de abril, a Maersk divulgou lucros que superaram as estimativas e elevaram suas perspectivas financeiras para o ano inteiro, à medida que cadeias de suprimentos tensas aumentam as taxas de frete. A empresa disse na época que a demanda mundial de contêineres cairá 1% ou aumentará 1% este ano, pois os gargalos limitam os fluxos comerciais. Na quarta-feira, a Maersk repetiu essa perspectiva.

A Maersk passou o trimestre “aliviando os gargalos persistentes” causados pela pandemia, disse em comunicado. “A turbulência e a incerteza causadas pela invasão russa da Ucrânia aumentaram ainda mais os gargalos.”

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