Lucro da JSL cai, mas empresa segue com planos de aquisição

Companhia encerrou 1º trimestre com queda no resultado, mas alta de juros e custos crescentes favorecem novas compras no mercado

Cenário que reduziu lucro da JSL no trimestre é o mesmo que pode gerar oportunidades de aquisição no mercado
04 de Maio, 2022 | 07:21 AM

Bloomberg Línea — Custos de matéria-prima em alta, elevadas taxas de juros e aumento significativo dos preços dos combustíveis. Os fatores que levaram a JSL (JSLG3) a ver seu lucro líquido do primeiro trimestre do ano encolher 22% para R$ 37,2 milhões são os mesmos que levam a empresa a apostar que as oportunidades de aquisição serão ainda maiores.

O cenário atual está mais propício para M&A do que esteve no ano passado. Temos empresas em nosso pipeline e a estrutura de capital preparada para continuar crescendo em ritmo acelerado”, disse Ramón Peres, CEO da empresa, em entrevista à Bloomberg Línea. Entre 2020 e 2021, a JSL realizou cinco aquisições, que adicionaram à receita da companhia cerca de R$ 2 bilhões ao ano e que agora começam a se aproveitar da estrutura mais robusta para crescer.

A receita líquida da JSL entre janeiro e março foi de R$ 1,29 bilhão, resultado 49,3% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. A companhia também apresentou uma melhora em seu desempenho operacional, elevando seu Ebitda para R$ 219,5 milhões, 55,6% a mais do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

O aumento dos preços do diesel em março foi apontado como o principal fator de corrosão das margens no trimestre. Segundo Peres, esses custos ainda não foram repassados integralmente no período, sendo que parte deles chegou aos clientes apenas em abril e será refletido nos resultados do segundo trimestre. “O cenário é complexo, mas temos conseguido negociar com os clientes. Obviamente, tem sido menos difícil negociar com as empresas dos setores que estão em alta, como papel e celulose, mineração e alimentos e bebidas”, diz o executivo.

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Mesmo diante do cenário pouco favorável, Peres disse que a empresa conseguiu fechar R$ 700 milhões em novos contratos no primeiro trimestre, sendo a maior parte deles exatamente nos setores que apresentam melhor desempenho.

“Esse foi um trimestre atípico. Setores que sazonalmente não vão tão bem agora, como o de bebidas, tiveram um recorde. Já o segmento automotivo, em que se esperava uma retomada, ainda não aconteceu, não por falta de demanda, mas ainda por falta de insumos”, afirma Peres, que se diz confiante no crescimento dos setores em que a empresa está atuando.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.