Bloomberg — O fundo multimercado brasileiro Adam Macro, um dos mais conhecidos do país, registrou o maior recuo mensal de sua história no mês passado, pressionado pela acentuada queda de ações norte-americanas.
O fundo, gerido pela Adam Capital, caiu 7,3% em abril, o maior tombo desde quando o produto foi lançado por Márcio Appel em 2016. No mesmo período, o índice IHFA, uma cesta de pares, subiu 1,4%, enquanto o CDI ganhou 0,8%, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“O nosso portfólio sofreu com a intensidade do movimento de correção, bem como a perda de correlação de algumas classes de ativos”, disse o fundo em nota mensal a clientes nesta semana. A redução de algumas posições acabou “sendo necessária.”
A Adam não especificou as posições que foram as principais responsáveis pelas perdas, mas uma carta a cotistas referente ao mês de março dizia que o fundo estava comprado em ações no Brasil e nos EUA. Recentemente, Appel disse em um podcast que ele carregava uma carteira de ações nos EUA, incluindo empresas que oferecem serviços de computação em nuvem. Parte da posição lá fora, segundo Appel, estava protegida por um ‘short’ no S&P 500.
A Adam não comenta além da carta.
O índice S&P 500 teve sua maior queda mensal desde o início da pandemia no mês passado, penalizado por projeções desanimadoras de empresas de tecnologia e com o Federal Reserve prestes a entregar sua maior alta de juros desde 2000. O Nasdaq 100 caiu 13%, pior mês desde 2008.
A Adam Capital tem mais de R$ 8 bilhões sob gestão, segundo a Anbima. A gestora foi fundada em 2016 por Appel e André Salgado. A Adam rapidamente se tornou uma das maiores gestoras independentes do país, mas enfrentou fortes resgates ao longo do último ano, com a escalada de juros levando investidores de volta a apostas consideradas mais seguras em renda fixa, além da performance abaixo do esperado.
“Apesar de surpreendidos pela intensidade e entender exagerado o comportamento de pressões para determinados ativos, o portfólio foi reequilibrado para adequar as oportunidades de investimentos às métricas de risco”, segundo a carta.
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