Cuidado com brincadeiras: piadas no escritório podem acabar em processo

Estudo mostra que linha tênue entre a percepção de uma pessoa de um comentário indelicado e o que é, na verdade, discriminação ou assédio

Uma ex-banqueira do Barclays processou com sucesso seu ex-empregador por discriminação sexual em um tribunal trabalhista de Londres no ano passado
Por Katharine Gemmell
04 de Maio, 2022 | 02:43 PM

Bloomberg — Uma piada que um colega de trabalho considere de mal gosto pode acabar em processo, segundo pesquisa no Reino Unido.

O estudo do escritório de advocacia GQ Littler constatou que o número de queixas nos tribunais trabalhistas britânicos relacionadas a “brincadeiras” no local de trabalho aumentou 45%, de 67 casos em 2020 para quase 100 no ano passado.

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Os resultados mostram a linha tênue entre a percepção de uma pessoa de um comentário indelicado e o que é, na verdade, discriminação ou assédio, com “brincadeiras” sendo cada vez mais usadas como defesa nos procedimentos legais desses tipos de alegações, disse a empresa.

O estudo também destaca uma cultura de justificar o mau comportamento como “brincadeiras”, que anteriormente eram toleradas nos locais de trabalho, especialmente em ambientes dominados por homens, incluindo pregões.

A GQ Littler alertou que os empregadores podem ser responsabilizados indiretamente por comentários discriminatórios feitos por funcionários, mesmo fora do horário de trabalho.

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Uma ex-banqueira do Barclays processou com sucesso seu ex-empregador por discriminação sexual em um tribunal trabalhista de Londres no ano passado, depois que seu colega usou a palavra “gatas” (“birds”, na gíria britânica) para se referir a mulheres no trabalho.

“O humor no local de trabalho é importante – pode ajudar a elevar o moral e reduzir o estresse”, disse Lisa Rix, advogada da GQ Littler. “Mas colegas devem ter cuidado ao fazer piadas que se desviem para território ofensivo.”

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