Bloomberg Línea — O Federal Reserve, banco central americano, decidiu elevar a taxa de juros americana em 0,5 ponto percentual, a primeira alta desta magnitude desde 2000, para o intervalo entre 0,75% e 1%, conforme comunicado divulgado nesta quarta-feira (4). A decisão foi unânime.
Esse é o segundo aumento de juros consecutivo pelo banco central americano e vem na esteira da inflação alta nos Estados Unidos, potencializada agora pela pressão nas cadeias de produção por conta da guerra na Ucrânia.
O Fed começará a reduzir suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas em junho a um ritmo mensal combinado inicial de US$ 47,5 bilhões, aumentando em três meses para US$ 95 bilhões.
A decisão veio após uma reunião de dois dias em Washington D.C.
- A taxa dos Fed Funds foi elevada do intervalo de 0,25% a 0,5% para 0,75% a 1%, como esperado pelo mercado.
- Os formuladores de políticas, que sinalizaram amplamente sua intenção de acelerar o ritmo dos aumentos das taxas, estão tentando conter a inflação mais alta desde o início dos anos 1980
Comunicado do Fomc, o comitê de política monetária dos EUA
O comunicado repetiu a linguagem anterior que dizia: “com a firmeza adequada na postura da política monetária, o comitê espera que a inflação retorne à meta de 2% e o mercado de trabalho permaneça forte”. Além disso, reiterou que o Fed “antecipa que os aumentos contínuos no intervalo da meta serão apropriados”.
“O comitê está altamente atento aos riscos de inflação”, disse o Fed, acrescentando uma referência às restrições relacionadas à covid na China que “provavelmente exacerbarão as interrupções na cadeia de suprimentos”. Isso se soma à invasão da Ucrânia pela Rússia e eventos relacionados, que estão “criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e provavelmente pesarão sobre a atividade econômica”.
De olho em Powell
Nas últimas comunicações do banco central americano, o presidente Jerome Powell, já havia sinalizado que a alta inflação no mundo, que impacta as cadeias globais de suprimentos, e o recente estouro da guerra da Ucrânia, que deve piorar ainda mais o cenário, seriam justificativas para a continuação das altas. O chefe da autarquia concede entrevista coletiva às 15h30, horário de Brasília.
Mais tarde, aqui no Brasil será a vez do Banco Central definir a nova taxa de juros básica, a Selic, que deve subir para 12,75%.
--Com informações da Bloomberg News
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