Rússia evita calote após alguns credores receberem dólares

Saga começou quando os fundos foram bloqueados no início de abril, desencadeando um período de carência que termina na quarta-feira

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Bloomberg — Credores começam a receber pagamentos em dólares de dois títulos da Rússia monitorados de perto após o país usar suas reservas domésticas de moeda americana para evitar um default.

Três investidores que pediram para não serem identificados disseram que seus bancos depositários receberam pagamentos. Pelo menos uma grande câmara de compensação internacional recebeu e processou pagamentos dos eurobônus com vencimentos em 2022 e 2042, segundo pessoas familiarizadas com a transação que não estavam autorizadas a falar publicamente sobre o assunto.

As complicações com o pagamento de US$ 650 milhões em cupons e principal da dívida são o resultado de amplas penalidades financeiras e econômicas impostas à Rússia depois que invadiu a Ucrânia. Elas incluem sanções a alguns dos maiores bancos do país, confisco de ativos e congelamento das reservas estrangeiras do país.

A saga começou quando os fundos foram bloqueados no início de abril, desencadeando um período de carência de 30 dias que termina na quarta-feira (4). A Rússia tentou contornar as sanções pagando em rublos, mas isso não é permitido pelos termos dos títulos. Então, com um default aparentemente a poucos dias, o governo anunciou inesperadamente na sexta-feira que o dinheiro finalmente estava passando pelo sistema financeiro.

As sanções dos EUA atualmente incluem uma ampla isenção para pagamentos de títulos soberanos. Isso termina em 25 de maio, e a divisão do Tesouro americano que regula ativos estrangeiros, conhecida como OFAC, não disse se o prazo será estendido. Se não for, isso criará um grande obstáculo a pagamentos de juros de títulos soberanas que devem ser pagos apenas alguns dias depois.

“25 de maio é o próximo obstáculo”, disse Richard Briggs, gestor da GAM Holdings. “A menos que o OFAC estenda essa autorização, eles não poderão continuar a fazer pagamentos.”

Essa decisão se resume a se Washington considera melhor permitir que a Rússia faça pagamentos e gaste sua reserva de dólares mantida em casa, “ou se a ótica de forçar um default é preferível”, disse ele.

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