Bloomberg Línea — Seguindo o sentimento positivo do exterior, o Ibovespa (IBOV) tem leve alta na tarde desta terça-feira (3) e o dólar recua, voltando a ser negociado abaixo de R$ 5,00. A sessão, contudo, é de cautela, com os investidores se preparando para o maior aumento de juros do Federal Reserve desde 2000 e para uma onda de aperto na política monetária por outros bancos centrais, como o brasileiro.
Na Bolsa, as maiores altas partiam das ações de CSN Mineração (CMIN3) e de Azul (AZUL4), que subiam 5,2% e 4,2% por volta das 14h45 (horário de Brasília). A sessão também era de ganhos para CSN (CSNA3), que subia 3,2%, Metalúrgica Gerdau (GOAU4), em alta de 1,9%, e Usiminas (USIM5), que avançava 1,7%, em dia de alta para o minério de ferro.
Na ponta oposta, das perdas, lideravam o grupo os papéis de JHSF (JHSF3) e Cosan (CSAN3), com baixas de 4,8% e 3,4%, respectivamente.
Na agenda de indicadores domésticos, a produção industrial brasileira, veio em linha com as estimativas e subiu 0,3% em março. O resultado foi impactado pela produção de bens de capital, que subiu na margem 8%. A variação, contudo, não foi suficiente para reverter a queda de 2,1% em 12 meses nem a de 4,5% no ano, segundo o IBGE.
“De maneira geral os dados continuam ruins na esteira do nível de renda baixo e reforçam nosso cenário de PIB de 0,3% no acumulado de 2022. A elevação da Selic irá segurar a atividade, não há dúvida, mas cabe notar que o governo tem feito uma série grande de transferências e isso pode criar certo colchão na atividade, mas por ora não é possível mensurar de maneira precisa”, avalia André Perfeito, economista-chefe da Necton.
Confira o desempenho dos mercados nesta terça-feira (3):
- Por volta das 14h45 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,13%, aos 106.775 pontos;
- O dólar à vista recuava 2,18%, negociado a R$ 4,97;
- Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 operava estável, a 12,15%;
- Nos EUA, o índice Dow Jones subia 0,63%, o S&P 500 avançava 1%, enquanto o Nasdaq tinha alta de 0,86%;
- Na Europa, o índice Dax, da Alemanha, subiu 0,72%, enquanto o FTSE, do Reino Unido, teve alta de 0,22%;
Quadro internacional
Os mercados estão sendo abalados entre preocupações com espirais inflacionárias persistentes e riscos ao crescimento global decorrentes do aumento dos rendimentos, dos bloqueios de covid na China e da guerra da Rússia na Ucrânia.
Os planos do Fed de aumentar as taxas e reduzir seu balanço patrimonial encerraram uma era de dinheiro barato e forçaram os gestores de recursos a reavaliar as avaliações.
“A estratégia certa agora é se posicionar para a inflação – um fato claro e presente – em vez da recessão, que ainda é apenas uma possibilidade”, escreveu Solita Marcelli, diretora de investimentos para as Américas do UBS Global Wealth Management, em um comunicado.
-- Com informações da Bloomberg News
Leia também:
Marca do Itaú é avaliada em US$ 8 bi, a mais valiosa do país, diz estudo
Copom deve subir juros para 12,75% e manter a porta aberta para novo aperto