Banco da Inglaterra deve aumentar juros para máxima de 13 anos

Expectativa é que instituição aumente a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, levando-a a 1%; decisão ocorre na quinta-feira (5)

Banco central da Inglaterra
Por Philip Aldrick e Lizzy Burden
03 de Maio, 2022 | 01:16 PM

Bloomberg — O Banco da Inglaterra deve elevar juros para seu nível mais alto em 13 anos esta semana e esclarecer como planeja vender parte das 847 bilhões de libras (US$ 1,1 trilhão) em títulos do governo.

A medida levaria o banco central do Reino Unido a um território desconhecido, já que nenhum de seus pares de grandes economias ainda vendeu títulos acumulados durante a flexibilização quantitativa desde 2008.

Dirigentes do BC britânico liderados por Andrew Bailey precisam equilibrar esforços para conter a inflação que atingiu máxima de 30 anos com o risco de que o aumento dos juros retarde a recuperação econômica.

  

“O BOE está em uma posição difícil, pois a guerra na Ucrânia exacerbou a já tóxica mistura de desaceleração do crescimento e inflação alta”, disse Silvia Dall’Angelo, economista sênior da Federated Hermes.

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Mercados, investidores e economistas esperam que o comitê de política monetária de nove membros decida na quinta-feira (5) por um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros para 1%. Esse seria o quarto aumento consecutivo e igualaria o nível de fevereiro de 2009.

Isso elevaria os juros ao limite no qual os formuladores de política monetária disseram que considerariam iniciar as vendas ativas da carteira de títulos, que atingiu o pico de 875 bilhões de libras no final do ano passado.

O processo de aperto quantitativo começou em março, quando 28 bilhões de libras de títulos venceram e saíram do balanço. Os investidores expressaram preocupação de que as vendas ativas deixarão os mercados nervosos sem um plano detalhado.

Para dar clareza, espera-se que o BC lance uma consulta ou revisão das vendas ativas juntamente com a decisão de juros na quinta-feira.

“Suspeito que eles não se apressarão em reduzir a flexibilização quantitativa”, Martin Weale, um ex-dirigente do BC britânico que apoiou o QE durante seus seis anos no comitê, disse à Bloomberg. “Uma consulta é uma maneira óbvia de adiá-la.”

O BOE poderia abrir uma consulta sobre a venda de títulos em maio por 12 semanas ou mais e poderia informar em agosto exatamente como e quando poderia vender ativos, disse Elizabeth Martins, economista do HSBC.

Bailey enfatizou que a autoridade monetária vai agir com cuidado e não venderá em tempos de fragilidade nos mercados financeiros.

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“Quando concluir sua revisão, se a liquidez e as condições financeiras permitirem, acreditamos que as vendas ativas começarão em um ritmo de cerca de 4 a 5 bilhões de libras por mês”, escreveu Martins em nota.

Juntamente com a decisão sobre as taxas, o BC divulgará suas últimas previsões para inflação e crescimento. Espera-se que isso mostre a inflação perto de dois dígitos no final do ano e crescimento econômico menor.

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