Bloomberg Línea — O novo anúncio em relação ao aumento salarial que era esperado na Venezuela foi substituído pela promessa de continuar recuperando a renda mínima dos venezuelanos, à medida que a capacidade econômica do país avança desde o ano passado. No Dia do Trabalho, o presidente Nicolás Maduro discursou dizendo que “com a decisão que tomei em abril, de trazer o salário para meio petro, mal começamos a recuperar o salário (...) de toda a economia, que começa a crescer”, disse Maduro, ao final da manifestação chavista convocada na capital Caracas.
O ditador venezuelano também garantiu que no segundo semestre de 2022 a recuperação econômica será o dobro do que foi registrado até agora. No final de 2021, a vice-presidência do governo chavista, Delcy Rodríguez relatou um aumento de 7,6% do PIB.
Maduro reiterou a criação de um bônus compensatório único para os aposentados de 1º de janeiro de 2018 a 1º de maio de 2022, contemplado em 10 mil bolívares, que serão entregues em três parcelas.
É esperado que durante esta próxima semana, os detalhes a este respeito sejam oferecidos por Delcy Rodríguez. “Certamente será necessário compensar aqueles que estão um pouco mais atrasados, vamos estudar isso”, acrescentou.
A frase “a Venezuela está se consertando” foi uma referência constante no discurso diante da classe trabalhadora, à qual ele atribuiu a recuperação, apesar de admitir que o país ainda não se consertou completamente.
“Todos os acordos coletivos de todos os trabalhadores do país devem ser discutidos, sem exceção. Salários, tabelas salariais. Anuncio que aprovei a criação de um fundo especial de projetos para trabalhadores”, disse Maduro, como parte de uma série de medidas que espera implementar.
A superintendência da classe trabalhadora também fez parte da lista, bem como a criação do Sistema Nacional de Recreação da classe trabalhadora venezuelana e o Banco Digital dos Trabalhadores, com o objetivo de depositar os benefícios correspondentes em petro, a criptomoeda venezuelana vetada pelos Estados Unidos, e para a qual o chavismo encontrou uso no território nacional.
“As leis exigidas pela Lei Orgânica do Trabalho aprovada por Chávez ainda não foram feitas. Assembleia Nacional, senhora vice-presidente, dou-lhe um ano como prazo para pagar essa dívida”, disse Maduro, em seu discurso.
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