Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Uma venda generalizada na China está se espalhando pelos mercados emergentes, ameaçando sufocar o crescimento e arrastar para baixo ações, moedas e títulos. Isso deve afetar diretamente o Brasil, já que a China é o maior parceiro comercial do país. Novos surtos de Covid - e a política rigorosa do governo para contê-los - estão assustando investidores globais.
O receio é que as paralisações na China ecoem em todo o mundo, provocando interrupções nas cadeias de suprimentos. O resultado é a queda mais acentuada nos mercados emergentes em dois anos, não muito diferente do colapso em 2015, quando os problemas da China derrubaram o valor de seus títulos e moedas e apagaram US$ 2 trilhões das ações. Desde então, a influência do país na economia global só cresceu: agora é o maior comprador de commodities, o que significa que sua queda pode impactar os exportadores de matérias-primas e seus mercados mais do que nunca.
- A correlação de 30 dias do yuan com o MSCI Emerging Markets Currency Index, que confere à China um peso de 30%, subiu para o nível mais forte desde setembro, ressaltando a influência da moeda na liquidação dos mercados emergentes. A escala das perdas levou as autoridades chinesas a intervir e garantir aos mercados que vão apoiar a recuperação econômica e aumentar os gastos com infraestrutura. Também sinalizaram disposição para resolver questões regulatórias no setor de tecnologia, mas a severa política Covid Zero continua.
- A meta de crescimento de 5,5% de Pequim para 2022 está agora em questão, levando analistas do Standard Chartered ao HSBC a prever perdas cambiais nos próximos três meses. Isso, por sua vez, pode reduzir as taxas de crescimento em países como África do Sul e Brasil, justamente quando também são atingidos por rendimentos mais altos dos EUA, uma espiral inflacionária e a guerra na Ucrânia.
Na trilha dos Mercados
A política monetária está sob os holofotes. Os olhos dos investidores estarão voltados para a reunião do Federal Reserve (Fed) de 3 a 4 de maio, onde se espera que o banco central norte-americano aplique um aumento dos juros para paliar a inflação, que em março atingiu 8,5%, o nível mais alto desde o final de 1981.
Entre os operadores, a expectativa geral é de que o Fed eleve os juros em meio ponto percentual, o maior aumento desde 2000. Até setembro, o aperto seria de dois pontos percentuais, calculam os profissionais do mercado.
• As perguntas que se impõem se referem ao tamanho da dose, à duração do tratamento para controlar a inflação e se a política de aumento de juros pode desencadear uma recessão econômica.
• O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que meio ponto percentual, ou 50 pontos base, “estarão sobre a mesa para a reunião de maio”.
• Como relatado pela Bloomberg, os mercados monetários estão descontando 200 pontos base de aperto até a decisão do Fed em setembro, de acordo com os swaps de taxas de juros.
🏦 Semana agitada para bancos centrais
Além do Fed, o Brasil divulga na quarta-feira seu parecer sobre a taxa de juros. Na quinta-feira é a vez do Banco Central Europeu (BCE) decidir o que fazer com o custo do dinheiro. Noruega, Reino Unido e Austrália também têm reuniões de política monetária agendadas e todos apontam para uma mensagem em comum: subidas de juros para combater a inflação.
💻 O rumo das ações tecnologia
Os mercados estarão de olho no desempenho das principais ações tecnológicas depois que o Nasdaq Composite recuou mais de 4% na sexta-feira, elevando suas perdas para 13% para o mês, seu maior desde novembro de 2008.
📉 PMI chinês desaba
Os índice de gestores de compra PMI da China, que saíram à luz este fim de semana, caíram com força devido aos bloqueios pelo surto de Covid-19. O setor de serviços apontou 41,9, contra 48,4 em março, enquanto em abril o setor manufatureiro marcou 47,4, contra os 49,5 da leitura anterior. Os mercados chineses estarão fechados para feriado até a quarta-feira.
⇒ Leia também: Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana
🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones (-2,77%), S&P 500 (-3,63%), Nasdaq Composite (-4,17%), Stoxx 600 (+0,74%), Ibovespa (-1,86%)
O peso das ações de tecnologia levou as bolsas de valores norte-americanas não apenas a fecharem na sexta-feira no vermelho, mas também a registrarem perdas no balanço do mês. Na semana passada, além dos receios de uma política do Fed mais rígida, as preocupações dos investidores foram agravadas por relatórios trimestrais de gigantes tecnológicos como Apple e Amazon. Em abril, o S&P 500 caiu 8,80%, a maior queda desde março de 2020. O Nasdaq Composite perdeu 13,26% no período, o pior desempenho desde 2008. A Dow Jones Industrials caiu 4,91% no mês.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Feriados: China, Hong Kong, Reino Unido
• Indicadores PMIs: Estados Unidos, Canadá, Zona do Euro, Alemanha, França, Espanha, Itália, Brasil, México
• EUA: Preços no Setor Manufatureiro ISM/Abr; Índice ISM de Emprego no Setor Manufatureiro/Abr; Gastos de Construção/Mar; Pesquisa Fed com Principais Bancos de Empréstimos
• Europa: Zona do Euro (Confiança de Empresas e Consumidores/Abr; Clima de Negócios/Abr; Expectativas de Inflação ao Consumidor/Abr); Alemanha (Vendas no Varejo/Mar)
• Ásia: Japão (Vendas de Veículos/Abr; Índice da Confiança Entre as Famílias/Abr)
• América Latina: Brasil (Boletim Focus; Balança Comercial/Abr); Argentina (Receita Tributária)
• Balanços: NXP Semiconductors, Devon Energy, Expedia, MGM resorts, SolarEdge
📌 E para amanhã:
• Feriados: China (Dia do Trabalho), Japão (Dia da Constituição)
• EUA: Índice Redbook; Encomendas à Indústria/Mar; Ofertas de Emprego JOLTs/Mar; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Zona do Euro (Encontro do Eurogrupo; IPP/Mar; Taxa de Desemprego/Mar); Alemanha (Taxa de Desemprego/Abr); Reino Unido (PMI Industrial/Abr; Índice BRC de Preços Praticados no Varejo)
• Ásia: Hong Kong (PIB/1T22)
• América Latina: Brasil (Produção Industrial/Mar)
• Bancos Centrais: Decisão sobre juros da Austrália. Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE.
• Balanços: Pfizer, Norsk Hydro, AMD, S&P Global, Airbnb, Estee Lauder, Starbucks, BP, BNP Paribas, Eaton, Deutsche Post, Marathon Petroleum, AIG, KKR, Hilton, DuPont, Teva, Lyft
Destaques da Bloomberg Línea
• No Brasil, 69% dos estagiários ajudam no sustento da família, diz pesquisa
• Correções de valuations deixam investidor de VC mais interessado em estágio inicial
• Quantos salários mínimos são necessários para comprar uma casa na América Latina
• Credit Suisse é processado por supostas violações de sanções à Rússia
Também é importante
• Warren Buffett: 7 pontos relevantes da reunião anual da Berkshire Hathaway. Após um hiato de dois anos das reuniões anuais presenciais, o conglomerado fundado e presidido por Warren Buffett, o lendário investidor de Omaha, abordou questões centrais da filosofia no centro de um negócio que movimenta quase US$ 355 bilhões por ano nos Estados Unidos. Esses foram os 7 pontos relevantes da sessão liderada por Buffett, 91 anos, dono de uma fortuna que o Bloomberg Billionaries Index estima em US$ 177 bilhões.
• Indústria alimentícia produz mais emissões que setor de transportes. Pesquisa da Aliança Global para o Futuro da Alimentação afirma que os sistemas de produção de alimento no mundo são uma parte fundamental das soluções urgentes para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C até 2050. A indústria é responsável por quase um terço das emissões de gases de efeito estufa, até 80% da perda de biodiversidade e utiliza até 70% da água doce do mundo.
• Venezuela deve crescer mais que o resto da América do Sul em 2022. A projeção de crescimento da economia venezuelana em 2022 está em 5%, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). A instituição projeta uma desaceleração significativa, para uma média de +1,8%, na expansão da América Latina e do Caribe. A previsão para o PIB do Brasil é de avanço de apenas 0,4% este ano.
• A falta de interesse dos investidores tornou as ações de tecnologia baratas? Os analistas do Credit Suisse acreditam que esse movimento criou distorções e levou empresas como a VTEX, empresa brasileira de software, a se tornarem significativamente baratas, com potencial de upside superior a 50%.
Opinião Bloomberg
Juntar ou manter separado o dinheiro no casamento?
Hoje em dia, ter contas separadas está mais frequentemente ligado aos aspectos práticos de se casar depois que ambas as partes estão estabelecidas profissionalmente e talvez desejem um certo nível de independência. Para alguns, isso significa um modelo híbrido de ter contas conjuntas e individuais. Para outros, é uma separação completa das finanças.Um estudo recente descobriu que os casais que fazem transações bancárias em conjunto são mais propensos a ter satisfação no relacionamento e menos inclinados a terminar, principalmente quando se trata de pessoas com menos recursos financeiros, escreve Erin Lowry.
Pra não ficar de fora
É puro suco de Faria Lima: estacionamentos estão ganhando areia, rede e guarda-sol para a prática do beach tennis, que virou um fenômeno de popularidade.
⛱ O “frescobol gourmet”, que conquistou o mercado financeiro, tem ganhado cada vez mais espaço na capital paulista, ocupando locais que antecedem a construção de novos empreendimentos e estacionamentos. Além disso, inspiram academias focadas nos esportes de praia, que ganharam força durante a pandemia.
”A explosão do beach tennis começou nos últimos cinco anos e teve um ritmo muito acelerado nos dois anos de pandemia, com as pessoas buscando opções para praticar esportes ao ar livre por conta do isolamento social e fechamento de academias”, observa Gabriel Cunha, CEO e fundador do Posto 011.
⇒ Leia a matéria completa: Os Faria Limers estão obcecados com beach tennis - e não são só eles