Venezuela deve crescer mais que o resto da América do Sul em 2022

Nas novas projeções da CEPAL: desaceleração significativa na América Latina e no Caribe, com crescimento regional de 1,8%, em média

Na América do Sul, a nação administrada por Nicolás Maduro é seguida pela Colômbia, com 4,8%, e pelo Uruguai, com 3,9%. Brasil e Paraguai se destacam por registrarem uma projeção de crescimento de apenas 0,4% e 0,7%, respectivamente.
01 de Maio, 2022 | 01:16 PM

A projeção de crescimento da economia venezuelana em 2022 está em 5%, segundo o comunicado apresentado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), no qual também se refere a um aprofundamento da desaceleração na região, no meio do contexto da guerra na Ucrânia.

A Venezuela, que acaba de sair do quadro hiperinflacionário, passa por um processo de transformação que foi avaliado e delineado nos relatórios de grandes consultorias, que inesperadamente a colocaram entre os países com as melhores pontuações, em termos de aumento em seu Produto Interno Bruto, este ano.

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No caso da CEPAL, a nação sul-americana ocupa o primeiro lugar entre os países da América do Sul, cujas economias crescerão 1,5% em média, enquanto em toda a região da América Latina e Caribe terá um crescimento de 1,8%.

Nos novos números, divulgados pelo secretário-executivo interino da entidade, Mario Cimoli, a Venezuela só é superada pela República Dominicana, com 5,3%, e pelo Panamá, com 6,3% na área latino-americana.

Venezuela se proyecta con el mejor crecimiento en América del Sur

Na América do Sul, a nação administrada por Nicolás Maduro é seguida pela Colômbia, com 4,8%, e pelo Uruguai, com 3,9%. Brasil e Paraguai se destacam por registrarem uma projeção de crescimento de apenas 0,4% e 0,7%, respectivamente.

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A avaliação feita pela CEPAL alerta para o impacto negativo da guerra na Ucrânia, promovida pela Rússia, que provocou principalmente o aumento dos preços dos produtos básicos, sejam eles hidrocarbonetos, alguns metais, alimentos e fertilizantes.

A comissão também alerta que a dinâmica inflacionária na região se acelerou, e em março de 2022 está estimada em 7,5%, com grande possibilidade de se manter alta no restante do ano.

A economia venezuelana, que não ficará imune ao impacto, no entanto é a melhor ponderada e fruto de uma recuperação anterior que já vinha experimentando, e que foi anunciada pelo Chavismo, que a colocou em 7,6% no final de no ano passado, e inflação de 1,4% em março de 2022, a menor desde 2012.

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Analistas e consultores nacionais, como o Observatório de Finanças da Venezuela, ligado à oposição venezuelana, alertaram que a contenção da inflação tem sido alcançada por meio de estratégias implementadas pelo Banco Central da Venezuela (BCV) para estabilizar a taxa de câmbio no país pelo risco representado pela queima de reservas líquidas internacionais.

A dolarização transacional, que representa 69% do total de transações na Venezuela, também permitiu que outros setores e indústrias apresentassem um pequeno crescimento, apesar da atual crise em um país com uma taxa de pobreza de 94,5%, segundo a Pesquisa de Condições de Vida (Encovi) de 2021 .

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Raylí Luján

Periodista venezolana. Coordiné la edición impresa de El Nuevo País, escribí en el periódico El Nacional. He colaborado para medios digitales como Prodavinci y ganadora del Premio Roche 2021, por el trabajo colaborativo #HuirMigrarParir, junto a La Vida de Nos.