Bloomberg — O Banco Central deve manter uma postura de cautela sobre a inflação e prolongar a alta de juros, ainda que existam sinais de que a alta dos preços está perto do pico, diz Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos.
“A inflação está em um pico, mas não está muito claro se em seguida vamos ver um declínio”, afirma Megale, ex-integrante do Ministério da Economia. “Pode ser um pico que leve a um platô ou a uma desaceleração muito gradual.”
Megale prevê que o BC vai elevar a Selic para 12,75% na próxima semana e deixar a porta aberta em sua comunicação, tanto para encerrar quanto para prosseguir com o aperto. Ele estima que a Selic ainda terá uma alta adicional em junho, encerrando o ciclo em 13,75%.
Segundo Megale, o IPCA-15 de abril divulgado nesta quarta-feira, que acelerou para 1,73%, tende a representar o pico da inflação, que deve desacelerar para 0,86% no índice fechado do mês.
Nos meses seguintes, ele acredita que a inflação deverá manter a desaceleração diante do alívio de fatores como a estabilização dos preços das commodities em reais e o efeito da alta acumulada dos juros.
O BC deve esperar que o alívio inflacionário fique mais claro, nos próximos meses, antes de confirmar o encerramento do fim do ciclo de alta da Selic, iniciado em março do ano passado, segundo o economista.
Um dos fatores que ainda exigem prudência por parte do Copom é o surto de Covid na China, que tem levado algumas cidades a decretarem bloqueios para conter a doença. Se a situação se agravar, poderá ocorrer a escassez de produtos, o que daria novo impulso à inflação, diz o economista.
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