Europa luta para manter frente unida contra ameaça do gás russo

Preços do gás caíram nesta quinta, quando operadores reavaliaram o risco de Putin cortar outros países da Europa em seguida

A UE esclareceu nesta quinta-feira que abrir contas em rublos violaria sanções
Por Bloomberg News
28 de Abril, 2022 | 12:45 PM

Bloomberg — A resposta da Europa às exigências russas de que o gás deve ser pago em rublos virou uma confusão. Empresas buscam dar um jeito de manter fluxos vitais e governos se desentendem sobre quão dura deve ser a postura contra Moscou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, alertou empresas na quarta-feira (27) para não se curvarem às exigências da Rússia, e disse que isso violaria as sanções. Mas as empresas tomam medidas para cumprir, pelo menos parcialmente, as exigências da Rússia, e a própria orientação do bloco na semana passada parecia dar-lhes respaldo para fazer isso.

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O governo da Hungria confirmou na quinta-feira que pagará em euros ao Gazprombank da Rússia, e que permitirá que sejam convertidos em rublos. É a indicação mais clara até agora de que um meio-termo pode ser possível.

Em Bruxelas, surgem divisões. A Polônia - que se recusou a adotar os novos termos e viu seu gás subitamente cortado na quarta-feira - lidera um esforço para que a UE esclareça suas diretrizes para que as empresas não possam explorar brechas.

O ministro da economia alemão, Robert Habeck, pareceu deixar a porta aberta para um compromisso na quarta-feira, embora tenha dito que não estava claro como Moscou responderia.

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A elétrica alemã Uniper, uma grande compradora do gás russo, disse publicamente que acredita que pode continuar compras sem infringir sanções. E na Itália -- outro grande comprador -- a Eni prepara medidas que lhe permitam atender às novas exigências russas, segundo pessoas a par da situação.

A Bloomberg informou na quarta-feira que quatro compradores europeus já pagaram em rublos e 10 abriram as contas no Gazprombank necessárias para cumprir as novas regras. O chefe de gabinete da Hungria, Gergely Gulyas, confirmou que o país era um dos 10.

Os preços do gás caíram nesta quinta-feira (28), quando operadores reavaliaram o risco de Putin cortar outros países da Europa em seguida.

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À medida que os prazos de pagamento vencem, empresas e governos precisam decidir se aceitam as exigências russas – fortalecendo Moscou em sua guerra na Ucrânia – ou arriscam a perspectiva de racionar gás em casa.

A portas fechadas na quarta-feira, vários países da UE pressionaram por diretrizes mais claras do bloco, segundo pessoas familiarizadas com as discussões.

Vários países querem que a comissão esclareça que os compradores não têm nenhuma solução alternativa para ceder às exigências do Kremlin. A Polônia disse que a interpretação seletiva do decreto russo foi uma ferramenta para a Rússia quebrar a solidariedade na UE.

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A UE esclareceu nesta quinta-feira que abrir contas em rublos violaria sanções. Mas resta uma questão em aberto: se ainda é possível um remendo que seja aceitável para Moscou.

A Polônia se recusou a aceitar quaisquer alterações em seus termos de pagamento e a Gazprom interrompeu o fluxo de gás na quarta-feira em resposta.

Desde antes da guerra na Ucrânia, o bloco está dividido entre países como a Polônia, que adotam uma linha mais dura contra a Rússia, e aqueles mais interessados em proteger o fornecimento de energia.

  

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