Breakfast

Musk x Twitter: perguntas que buscam respostas

Também no Breakfast: Mercados internacionais descompassados em dia de macro forte; Mundo arrisca mais choque de preços com falta de óleo de cozinha e Conheça as brasileiras entre as 50 Mulheres de Impacto da América Latina em 2022

26 de Abril, 2022 | 07:01 AM
Tempo de leitura: 8 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Depois de semanas de especulação, eis que termina o suspense. O Twitter decidiu aceitar a oferta de US$ 44 bilhões feita pelo bilionário Elon Musk. A megaoperação, embora largamente difundida e comentada, ainda deixa muitas perguntas sem respostas.

🙋‍♂️ O que sabemos

O Preço: Musk disse em seu lance original para o Twitter que não se desviaria do preço de US$ 54,20 por ação. Ele cumpriu com a promessa. Embora sua proposta inicial tenha avaliado a oferta em US$ 43 bilhões, baseada no preço das ações em circulação, o martelo foi batido em US$ 44 bilhões.

O Financiamento: Esta é uma aquisição com uma alavancagem gigantesca. Musk garantiu US$ 25,5 bilhões em financiamento de dívida e empréstimo de margem e fornecerá cerca de US$ 21 bilhões em patrimônio para financiar o acordo. Com o negócio concluído, o Twitter deixará de ser listado em bolsa.

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🤷 Dúvidas que pairam no ar

Rescisão: O comunicado de ontem não revelou se algum dos lados concordou em pagar uma taxa de rescisão caso o acordo caia por terra. As taxas de rescisão em um negócio desta magnitude podem chegar a bilhões de dólares, dando a Musk um grande incentivo financeiro para que o negócio seja concluído.Sobre o Financiamento: Embora o anúncio reiterasse que Musk está “fornecendo um compromisso de aproximadamente US$ 21 bilhões de capital próprio”, não havia mais detalhes sobre de onde viria a totalidade do dinheiro. Agora que o negócio se tornou amigável, as empresas de private equity - que normalmente se esquivam de transações hostis - podem ter mais probabilidade de entrar a bordo e entregar a Musk um (vistoso) cheque.

Quem vai dirigir o Twitter: Tanto o diretor executivo Parag Agrawal quanto o presidente Bret Taylor foram mencionados no comunicado de ontem, portanto seguem em suas funções - ao menos por enquanto. Durante as últimas semanas Musk tuitou repetidamente sua insatisfação com a diretoria da plataforma de rede social e como a empresa tem sido administrada. Além do que as mudanças na administração são comuns quando uma empresa é comprada. Mas Musk já é CEO tanto da Tesla quanto da SpaceX, portanto sua capacidade de assumir outro papel de liderança ativa pode ser limitada.

O voto do acionista: O negócio Musk para Twitter está sujeito ao voto dos acionistas. A data para a votação não foi anunciada.

✳️ Em meio a tudo isso, o Twitter está programado para anunciar seu balanço na quinta-feira, antes da abertura do mercado. É grande a expectativa.

Fonte: Bloomberg News

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Na trilha dos Mercados

Dia de dados macroeconômicos fortes no mercado norte-americano, além de balanços de gigantes dos setores tecnológico e bancário. Os mercados da Europa e dos Estados Unidos operavam em descompasso nas primeiras horas da manhã. As bolsas do continente subiam, tratando de ajustar-se à alta de ontem em Wall Street, já que o europeu Stoxx 600 fechou com 1,81% de queda. Entre os futuros de índices nos EUA, o movimento negativo.

O cenário das bolsas, no entanto, é incerto e depende de inúmeros fatores. Ecoam no mercado a perspectiva de taxas de juros mais elevadas em âmbito mundial, notadamente nos EUA, e os desdobramentos da guerra na Ucrânia.

📡 A macro no radar

Hoje o mercado receberá indicadores que darão uma mostra da fortaleza da economia norte-americana, como o de pedidos de bens duráveis, o índice Redbook, a confiança do consumidor e a venda de casas novas. Os balanços também serão um vetor importante. Cerca de 80% das empresas que divulgaram seus números até agora superaram as expectativas de lucro. Até o fim da semana teremos balanços de gigantes como Alphabet, Apple, Amazon e Meta Platforms.

🇨🇳 China pede calma

O noticiário da China continua entre os destaques. O receio de lockdowns mais amplos na China alarma os investidores sobre o risco de uma desaceleração global. Mas o país tenta acalmar os mercados: o banco central chinês se comprometeu a usar seus instrumentos de política monetária para apoiar sua economia. Disse que dará apoio às indústrias e pequenas empresas atingidas pela pandemia e que manterá a liquidez nos mercados razoavelmente ampla.

📊 Café com números

Dentre os balanços divulgados na manhã europeia, estão os do Santander, cujos números superaram as estimativas. O maior concessor de empréstimos da Espanha lucrou 2,54 bilhões de euros (US$ 2,72 bilhões) no primeiro trimestre, superando o consenso dos analistas de 2,26 bilhões de euros. O UBS Group AG também surpreendeu positivamente no período. O banco sediado em Zurique reportou um ganho líquido de US$ 2,1 bilhões.

Os mercados nas primeiras operações do dia

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+0,70%), S&P 500 (+0,57%), Nasdaq Composite (+1,29%), Stoxx 600 (-1,81%), Ibovespa (-0,35%)

O setor de tecnologia ajudou as bolsas norte-americanas a reverterem as perdas de grande parte da sessão, provocadas sobretudo pelo receio de que o Covid-19 continue a atingir a economia chinesa. As empresas tecnológicas lideraram os ganhos, impulsionadas pelas perspectivas com relação aos balanços trimestrais que estão por vir: Alphabet, Meta Platforms, Amazon e Apple. No final do dia, as ações do Twitter avançaram com o acordo de compra, por US$ 44 bilhões, da rede social pelo bilionário Elon Musk.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Pedidos de Bens Duráveis/Mar; Índice Redbook; Índice de Preços de Imóveis/Fev; Confiança do Consumidor CB/Abr; Venda de Casas Novas/Mar; Índice de Manufatura Fed Richmond/Abr; Perspectiva do Setor de Serviços de Texas/Abr; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API

• Europa: Reino Unido (Dívida Líquida do Setor Público/Mar; Necessidade de Financiamento Líquido do Setor Público/Mar)

• Ásia: China (Lucro Industrial chinês/Fev)

• América Latina: México (Vendas no Varejo/Fev); Argentina (Vendas no Varejo)

• Bancos centrais: Discursos de Sam Woods (vice-presidente do BoE) e Sabine Mauderer (Bundensbank)

• Balanços: Microsoft, Alphabet, Atlas Copco, Visa, PepsiCo, Novartis, UPS, Texas Instruments, Raytheon Technologies, Ganfeng Lithium, HSBC, General Electric, Mondelez, 3M, UBS, General Motors, Capital One, Warner Bros Discovery, Santander, ADM, Valero, Chipotle, MSCI

📌 E para amanhã:

• EUA: Pedidos e Juros de Hipotecas de 30 anos - MBA; Índice de Compras MBA; Balança Comercial de Bens/Mar; Nível de Estoques do Varejo excluindo Automóveis/Mar; Estoques no Atacado; Vendas Pendentes de Moradias/Mar; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA; Relatório Semanal EIA de Estoques de Destilados

• Europa: Alemanha (Confiança do Consumidor GfK/Maio); França (Confiança do Consumidor/Abr)

• Ásia: Japão (Produção Industrial/Mar); Vendas no Varejo/Mar

• América Latina: Brasil (IPCA-15/Abr; Empréstimos Bancários/Fev); México (Balança Comercial/Mar); Fluxo Cambial Estrangeiro

• Bancos centrais: Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE), Johannes Beermann (Bundensbank) e Tiff Macklem (Bank of Canada)

• Balanços: LG, Meta, Vale, T-Mobile, Qualcomm, Amgen, Yara, Boeing, PayPal, Canadian Pacific, GlaxoSmithKline, Mercedes-Benz, Iberdrola, Ford, Kraft Heinz, Hess, Lloyds, Spotify, UniCredit, Credit Suisse, Hertz

Destaques da Bloomberg Línea

Doge dispara após Musk comprar o Twitter

Surto de covid aumenta temor sobre novas restrições em Pequim

Paulo Guedes testa positivo para covid e cancela compromissos da semana

Na Agrishow, Bolsonaro diz que perdão a Daniel Silveira ‘será cumprido’

Também é importante

Frutas de óleo de palma carregadas em um caminhão na Indonésia

Mundo arrisca mais choque de preços com falta de óleo de cozinha. A decisão da Indonésia, maior exportadora de óleo de cozinha do mundo, de proibir exportações de óleo de cozinha repercutirá em todo o globo, já que ameaça aumentar custos para empresas como Nestlé e Unilever e intensifica preocupações com a inflação de alimentos.

Distância de Bolsonaro para Lula cai, segundo pesquisa BTG/FSB. A distância entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) diminuiu cinco pontos percentuais de março a abril, segundo pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira. Lula lidera, com 41% das intenções de voto, e Bolsonaro está com 32% das intenções.

Bitcoin empaca com fuga recorde de fundos dos ETFs de criptomoedas. O Bitcoin (BTC) parece estar preso em um ciclo vicioso: os preços estão diminuindo, as buscas pela maior criptomoeda e outros ativos digitais caíram, cada vez menos moedas estão sendo negociadas, e os fundos relacionados a criptomoedas estão vendo saídas massivas.

Conheça as brasileiras entre as 50 Mulheres de Impacto da América Latina em 2022. A Bloomberg Línea divulgou nesta segunda-feira (25) a lista das 50 Mulheres de Impacto da América Latina em 2022, com personalidades marcantes do ano e que repercutem além de seus setores de atuação. Do grupo final, apenas 15 brasileiras foram selecionadas, incluindo executivas das áreas financeira, do varejo, de tecnologia, além do mercado imobiliário.

Opinião Bloomberg

Como evitar a covid em um mundo praticamente sem máscaras

A suspensão das exigências do uso de máscaras em aviões nos Estados Unidos e, em muitas partes do país, no transporte público, é um grande ponto de virada na resposta à pandemia. A partir de agora, ao que parece, evitar ou minimizar a infecção por covid-19 será um esforço pessoal, não social.

Pra não ficar de fora

Veja como a indústria de bebidas afeta o meio ambiente e de que forma é possível reduzir a emissão de carbono proveniente do setor

Décadas de marketing e embalagens excessivas significam que há muitas metas mais fáceis de atingir no esforço de tornar a indústria de bebidas mais sustentável. E embora muitos dos esforços para reduzir o desperdício tenham se concentrado na reciclagem de bilhões de recipientes de plástico, latas de alumínio e garrafas de vidro que a indústria usa a cada ano, uma das maneiras mais fáceis e econômicas de reduzir emissões, energia e consumo de matérias-primas é repensar a forma como as bebidas são embaladas e transportadas.

Tomemos como exemplo a EcoSpirits, de Singapura, que introduziu uma mudança na forma como a bebida alcoólica é transportada e vendida que pode eliminar uma média de 60% a 90% do dióxido de carbono associado à embalagem tradicional e distribuição de destilados premium, de acordo com um estudo realizado pela Deloitte. Seu sistema gerou parcerias com hotéis emblemáticos, como o Savoy de Londres e o Raffles Hotel de Singapura, além da marca global de bebidas Pernod Ricard.

Veja como funciona: em vez de colocar o líquido em garrafas de vidro e enviá-las ao redor do mundo, o produtor transporta o líquido a granel. Assim que chegam ao mercado local, as bebidas são envasadas em recipientes menores e reutilizáveis chamados ecoTotes que são enviados para o local, como um bar ou um hotel.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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