Após anos de taxas minúsculas, bancos finalmente podem comemorar

Aumento agressivo das taxas de referência para combater a inflação crescente está rendendo margens mais altas para os bancos

CEO da empresa afirma que terá “receita de juros líquida muito maior, retornos muito mais altos, capacidade de distribuição muito maior em 2023 e além”
Por Harry Wilson - Myriam Balezou - Charles Penry
26 de Abril, 2022 | 01:22 PM

Bloomberg — Após anos de taxas de referência baixas ou mesmo negativas, os credores da Europa estão finalmente recebendo um impulso muito esperado, à medida que os bancos centrais de todo o mundo apertam a política monetária para combater a inflação crescente.

O UBS Group disse na terça-feira (26) que taxas de juros mais altas devem aumentar a receita em seu negócio de gestão de patrimônio. O HSBC Holdings Plc já está se beneficiando dos aumentos em seu mercado doméstico. E o Banco Santander (SANB11), cuja carteira de empréstimos superou 1 trilhão de euros (US$ 1,1 trilhão) pela primeira vez, está prestes a aumentar as margens à medida que os custos dos empréstimos aumentam em mercados como o Reino Unido, Estados Unidos e Polônia e possivelmente também na zona do euro este ano.

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Taxas mais altas “ajudarão nossa receita líquida de juros”, disse Ralph Hamers, CEO do UBS, em entrevista à Bloomberg TV. “Esperamos ventos favoráveis em termos de receita, com mais de um bilhão se materializando no segundo semestre deste ano no negócio de gestão de patrimônio.”

Taxas negativas afetam lucro de bancos na Europa

Os resultados das três empresas – os primeiros grandes bancos da região a divulgar os lucros do primeiro trimestre – superaram as estimativas dos analistas, mesmo com a desaceleração em seus principais mercados asiáticos atingindo o HSBC e o UBS e a guerra na Ucrânia abalando os investidores em ações.

No entanto, com o benefício de taxas mais altas vêm os custos adicionais. No Santander, que enfrenta despesas crescentes em mercados importantes como Espanha e Brasil, os custos operacionais aumentaram 8%, mesmo com o histórico de manutenção do crescimento dos custos abaixo da inflação. Hamers, do UBS, destacou “pressões de custo a respeito dos salários” nos EUA e na Ásia.

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No HSBC, onde a receita líquida de juros subiu 7,4% em relação ao ano anterior, o aumento das taxas ajudou a causar uma queda surpresa em uma importante medida de força de capital, que caiu em parte devido a um impacto de US$ 3,1 bilhões em títulos que a empresa mantinha como hedge de taxa de juros. Isso significa que recompras de ações adicionais são improváveis este ano.

O CFO Ewen Stevenson, que adotou um tom bullish em uma chamada com analistas na terça-feira, chamou a queda de “incompatibilidade de timing no capital” e disse que o próximo ano deve ter o resultado inverso. Isso significa “receita de juros líquida muito maior, retornos muito mais altos, capacidade de distribuição muito maior em 2023 e além”.

--Com a colaboração de Katherine Griffiths, Steven Arons e Manus Cranny.

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--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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