Barcelona, Espanha — A semana começa no vermelho. São muitos os fatores de influência: juros, covid-19, guerra e os primeiros indícios de enfraquecimento de dados macroeconômicos e corporativos. A boa notícia para o mercado foi a constatação de continuidade política na França com a vitória de Emmanuel Macron, que venceu a candidata de extrema-direita Marine Le Pen na disputa pela presidência.
Instantes atrás, tanto as bolsas europeias como os futuros de índices dos EUA exibiam queda. O europeu Stoxx 600 cedia cerca de 2%, com as ações de mineradoras e energia encabeçando as perdas. Os futuros de ações dos EUA indicavam o prolongamento das perdas das últimas sessões, depois que o S&P 500 perdera quase 2,8% e alcançara o nível mais baixo desde mediados de março. O S&P 500 está prestes a cair drasticamente, Mike Wilson, da Morgan Stanley, advertiu, já que os investidores lutam para encontrar refúgio em meio a temores de que a ação agressiva do Fed possa engendrar uma recessão.
Perdas também para o mercado de petróleo. Os contratos futuro indexados ao barril tipo West Texas Intermediate desabava quase 5%, abaixo dos US$ 98 por barril.
Em sentido inverso, os títulos soberanos recuperam parte do valor nominal que foi apagado nas últimas jornadas, com os investidores aceitando prêmios menores.
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💸 Dinheiro mais caro
O Federal Reserve (Fed) já deu as cartas e outros bancos centrais mundiais estão no mesmo rumo: o aumento dos juros faz parte do tratamento para controlar a inflação. O mercado reage à expectativa de que este remédio seja aplicado de forma mais imediata e em doses maiores. Esta semana o banco central do Japão arbitra sobre sua política monetária (quinta-feira).
🦠 Covid, o retorno
O receio de lockdowns mais amplos na China, que está firme na sua política de covid zero, alarma os investidores sobre o risco de uma desaceleração global. As ações chinesas caíram para o nível mais baixo em quase dois anos.
🪖 A guerra
Os EUA prometeram à Ucrânia nova ajuda com armas e uma presença diplomática intensificada, como a do secretário de Estado Antony Blinken e o secretário de Defesa Lloyd Austin, que visitaram Kyiv ontem para conversas com o presidente Volodymyr Zelenskiy. A Turquia fechou seu espaço aéreo para jatos russos voando para a Síria, uma mudança na política destinada a aumentar o custo da guerra na Ucrânia para o Presidente Vladimir Putin.
📊 Balanços e dados macro
A agenda semanal está cheia. Os dados do PIB dos EUA (na quinta-feira) e da Zona do Euro (sexta-feira) refletirão os primeiros efeitos da guerra. Também há uma bateria de balanços corporativos e os números de algumas companhias já dão mostras de enfraquecimento.
🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones (-2,82%), S&P 500 (-2,77%), Nasdaq Composite (-2,55%), Stoxx 600 (-1,79%), Ibovespa (-2,86%)
O efeito do discurso de Jerome Powell, durante um painel organizado na semana passada pelo FMI, ainda ecooou nos mercados de ações, já que incitou os investidores a aguardar uma política monetária ainda mais restritiva pelo banco central norte-americano. O golpe foi tal que o S&P 500 e o Nasdaq Composite exibiram a queda mais pronunciada desde março.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Atividade Nacional Fed Chicago (Mar)
• Europa: Zona do Euro (Produção do Setor de Construção/Fev); Alemanha (Índice Ifo de Clima de Negócios/Abr; Expectativas de Negócios/Abr); Espanha (IPP/Mar)
• Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes; Taxa de Desemprego/Mar)
• América Latina: Brasil (Confiança do Consumidor FGV/Abr; Boletim Focus; Investimento Estrangeiro Direto/Fev; Transações Correntes/Fev; Receita Tributária Federal); México (Atividade Econômica/Fev)
• Balanços: Coca-Cola, Roche, Hyundai Motor, Sun, Vivendi SA PK, Whirlpool
📌 E para amanhã:
• EUA: Pedidos de Bens Duráveis/Mar; Índice Redbook; Índice de Preços de Imóveis/Fev; Confiança do Consumidor CB/Abr; Venda de Casas Novas/Mar; Índice de Manufatura Fed Richmond/Abr; Perspectiva do Setor de Serviços de Texas/Abr; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Reino Unido (Dívida Líquida do Setor Público/Mar; Necessidade de Financiamento Líquido do Setor Público/Mar)
• Ásia: China (Lucro Industrial chinês/Fev)
• América Latina: México (Vendas no Varejo/Fev); Argentina (Vendas no Varejo)
• Bancos centrais: Discursos de Sam Woods (vice-presidente do BoE) e Sabine Mauderer (Bundensbank)
• Balanços: Microsoft, Alphabet, Atlas Copco, Visa, PepsiCo, Novartis, UPS, Texas Instruments, Raytheon Technologies, Ganfeng Lithium, HSBC, General Electric, Mondelez, 3M, UBS, General Motors, Capital One, Warner Bros Discovery, Santander, ADM, Valero, Chipotle, MSCI
--Com informações da Bloomberg News