Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Os últimos movimentos do câmbio, com oscilações firmando um patamar abaixo de R$ 5, ajudam a movimentar as fintechs, empresas que desenvolvem produtos financeiros totalmente digitais, do segmento.
A demanda por serviços, tanto transferências internacionais como retirada de papel-moeda por viajantes, tem favorecido os sites e aplicativos que simplificam e agilizam a vida dos usuários. Nestes meses anteriores ao início do verão no hemisfério Norte e às férias escolares, as consultas às corretoras digitais estão aquecidas, com turistas e pessoas jurídicas buscando o menor custo financeiro nas transações.
“O real mais valorizado trouxe mais oportunidades para pessoas físicas. Ficou mais barato viajar. Sentimos ainda retomada do segmento PJ, com pequeno e médio exportador. O dólar deve voltar a um patamar próximo de R$ 5,00″, diz Alexandre Liuzzi, diretor de estratégia da Remessa Online, à Bloomberg Línea.
Por sua vez, a Câmbio OnLine, plataforma eletrônica de venda de papel moeda e remessas internacionais da Frente Corretora, busca aproveitar a retomada do turismo após a retomada da oferta de voos de companhias aéreas como Gol para os EUA no próximo mês de maio.
A fintech Husky tem usado a tática dos cupons de desconto para atrair clientes. A startup divulgou ter fechado o primeiro trimestre com um aumento de 315,5% em seu GTV (Growth Transaction Volume, quantias movimentadas) e uma elevação de receita de 151%. Também diz ter movimentado mais de R$ 1 bilhão em pagamentos internacionais desde a sua fundação, em 2016, até 2021.
Já a Wise, empresa londrina de tecnologia global fundada em 2011 sob o nome TransferWise, tem apostado no cartão digital como meio de atrair clientes. Desde janeiro, o cartão internacional da Wise está disponível para qualquer brasileiro residente no Brasil.
🌊 Leia a matéria completa para saber como as fintechs estão surfando a onda do dólar barato
Na trilha dos Mercados
A semana começa no vermelho. São muitos os fatores de influência: juros, covid-19, guerra e os primeiros indícios de enfraquecimento de dados macroeconômicos e corporativos. A boa notícia para o mercado foi a constatação de continuidade política na França com a vitória de Emmanuel Macron, que venceu a candidata de extrema-direita Marine Le Pen na disputa pela presidência.
💸 Dinheiro mais caro
O Federal Reserve (Fed) já deu as cartas e outros bancos centrais mundiais estão no mesmo rumo: o aumento dos juros faz parte do tratamento para controlar a inflação. O mercado reage à expectativa de que este remédio seja aplicado de forma mais imediata e em doses maiores. Esta semana o banco central do Japão arbitra sobre sua política monetária (quinta-feira).
🦠 Covid, o retorno
O receio de lockdowns mais amplos na China, que está firme na sua política de covid zero, alarma os investidores sobre o risco de uma desaceleração global. As ações chinesas caíram para o nível mais baixo em quase dois anos.
🪖 A guerra
Os EUA prometeram à Ucrânia nova ajuda com armas e uma presença diplomática intensificada, como a do secretário de Estado Antony Blinken e o secretário de Defesa Lloyd Austin, que visitaram Kyiv ontem para conversas com o presidente Volodymyr Zelenskiy. A Turquia fechou seu espaço aéreo para jatos russos voando para a Síria, uma mudança na política destinada a aumentar o custo da guerra na Ucrânia para o Presidente Vladimir Putin.
📊 Balanços e dados macro
A agenda semanal está cheia. Os dados do PIB dos EUA (na quinta-feira) e da Zona do Euro (sexta-feira) refletirão os primeiros efeitos da guerra. Também há uma bateria de balanços corporativos e os números de algumas companhias já dão mostras de enfraquecimento.
✳️ Queda acentuada tanto nas bolsas europeias quanto entre os futuros de índices nos EUA. Por outro lado, os títulos soberanos ganham valor, com redução dos prêmios pedidos pelos investidores.
• Leia também: Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana
🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones (-2,82%), S&P 500 (-2,77%), Nasdaq Composite (-2,55%), Stoxx 600 (-1,79%), Ibovespa (-2,86%)
O efeito do discurso de Jerome Powell, durante um painel organizado na semana passada pelo FMI, ainda ecooou nos mercados de ações, já que incitou os investidores a aguardar uma política monetária ainda mais restritiva pelo banco central norte-americano. O golpe foi tal que o S&P 500 e o Nasdaq Composite exibiram a queda mais pronunciada desde março.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Atividade Nacional Fed Chicago (Mar)
• Europa: Zona do Euro (Produção do Setor de Construção/Fev); Alemanha (Índice Ifo de Clima de Negócios/Abr; Expectativas de Negócios/Abr); Espanha (IPP/Mar)
• Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes; Taxa de Desemprego/Mar)
• América Latina: Brasil (Confiança do Consumidor FGV/Abr; Boletim Focus; Investimento Estrangeiro Direto/Fev; Transações Correntes/Fev; Receita Tributária Federal); México (Atividade Econômica/Fev)
• Balanços: Coca-Cola, Roche, Hyundai Motor, Sun, Vivendi SA PK, Whirlpool
📌 E para amanhã:
• EUA: Pedidos de Bens Duráveis/Mar; Índice Redbook; Índice de Preços de Imóveis/Fev; Confiança do Consumidor CB/Abr; Venda de Casas Novas/Mar; Índice de Manufatura Fed Richmond/Abr; Perspectiva do Setor de Serviços de Texas/Abr; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Reino Unido (Dívida Líquida do Setor Público/Mar; Necessidade de Financiamento Líquido do Setor Público/Mar)
• Ásia: China (Lucro Industrial chinês/Fev)
• América Latina: México (Vendas no Varejo/Fev); Argentina (Vendas no Varejo)
• Bancos centrais: Discursos de Sam Woods (vice-presidente do BoE) e Sabine Mauderer (Bundensbank)
• Balanços: Microsoft, Alphabet, Atlas Copco, Visa, PepsiCo, Novartis, UPS, Texas Instruments, Raytheon Technologies, Ganfeng Lithium, HSBC, General Electric, Mondelez, 3M, UBS, General Motors, Capital One, Warner Bros Discovery, Santander, ADM, Valero, Chipotle, MSCI
Destaques da Bloomberg Línea
• O novo e curioso benefício para ajudar a atrair e reter talentos
• Bancos chineses vão reduzir teto da taxa de juros nesta segunda, diz Reuters
• O improvável nicho de mercado que está fazendo esses traders enriquecerem
• Fórmula 1 chega à Flórida: Restaurante pop-up cobra US$ 3 mil por pessoa
Também é importante
• Itaú ganha tração no agro com aquisição de marketplace bilionário de insumo. O Itaú BBA anunciou nesta semana a compra de 12,82% do capital da Orbia, um marketplace especializado na comercialização de produtos para o agronegócio. O valor da operação não foi revelado, mas o banco passa a ser o terceiro maior acionista da empresa e, com isso, pretende finalizar o ano com R$ 72 bilhões em crédito concedido ao setor.
• Macron caminha para segundo mandato como presidente da França. Emmanuel Macron, de 44 anos, torna-se o primeiro titular a conquistar um segundo mandato desde Jacques Chirac, há duas décadas. Com a campanha moldada pela guerra na Ucrânia, a promessa de Macron de tornar a França a pedra angular de uma União Europeia mais forte e integrada venceu o nativismo e o protecionismo defendidos por Le Pen.
• Quanto ganha cada presidente na América Latina? Os salários dos presidentes latino-americanos mostram uma grande divergência, com o valor líquido variando de quase US$ 4 mil até US$ 11 mil por mês (convertido para a moeda americana em 19 de abril de 2022). Embora os presidentes tenham remunerações bem acima da média, não chegam a patamares milionários como acontece, por exemplo, com atletas de elite. A Bloomberg Línea preparou uma pesquisa sobre quanto os líderes da região ganham por mês e destacou alguns dados relevantes.
• Bloomberg Línea lança lista das 50 Mulheres de Impacto da América Latina em 2022. A Bloomberg Línea lança a seleção que inclui executivas das áreas financeira, do varejo, de tecnologia, além do mercado imobiliário, personalidades do entretenimento, da música e do esporte. Nosso time de jornalistas destacou 50 personalidades de diferentes áreas em 14 países.
Opinião Bloomberg
Fed está perdendo o controle sobre a narrativa da inflação
O Federal Reserve está prestes a aumentar as taxas de juros no ritmo mais rápido em 40 anos, depois que a retórica agressiva dos formuladores de políticas se tornou mais agressiva na semana passada. O problema, porém, é que os traders de títulos continuam aumentando suas expectativas de inflação de longo prazo em um desenvolvimento muito preocupante para o banco central, a economia e os mercados financeiros.
Pra não ficar de fora
O governador da Flórida, nos Estados Unidos, Ron DeSantis, pode ter colocado um alvo no tratamento especial de que a Walt Disney usufrui no estado há mais de 50 anos, mas tem evitado as centenas de milhões de dólares em incentivos fiscais esbanjados com a gigante do entretenimento.
Na sexta-feira (22), DeSantis sancionou uma lei para acabar com o distrito municipal especial no qual a Disney opera no estado desde o fim dos anos 1960. É parte de um esforço para punir a empresa por ter criticado um projeto, apoiado pelo governador, que proíbe discussões sobre orientação sexual e identidade de gênero nas escolas do estado, do jardim de infância até a terceira série.
Mas, pelo menos por enquanto, DeSantis não vai mexer em outra mordomia valiosa: US$ 578 milhões em créditos que a Disney pode usar para abater de seu imposto de renda até 2040. Christina Pushaw, porta-voz do governador, disse que DeSantis não pediu que o Legislativo reveja a lei tributária porque ela “não foi feita para uma corporação específica”. Qualquer empresa pode pedir os incentivos, segundo ela, e “os maiores investimentos vão se qualificar para os maiores créditos tributários”.