Breakfast

Lula se aproxima da Faria Lima

Também no Breakfast: Bancos centrais sinalizam senda de aperto monetário e mercados recuam; Bilionário perde US$ 435 mi em 3 meses con aposta em Netflix e Musk defende liberdade de expressão no Twitter enquanto silencia críticos

22 de Abril, 2022 | 06:09 AM
Tempo de leitura: 6 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Líder nas pesquisas eleitorais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve reunido na quarta-feira (20) com Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, em São Paulo.

A conversa entre os dois foi revelada pelo candidato de esquerda, sem citar Benchimol nominalmente, num ato político com jovens moradores da comunidade de Heliópolis, em São Paulo, neste feriado.

A aproximação entre Lula e Benchimol tem forte simbolismo porque o ex-presidente havia dito, em fevereiro, que não pretendia fazer sinalizações ao mercado durante a campanha presidencial. O encontro foi confirmado à Bloomberg Línea por duas fontes a par do assunto – uma do PT e outra da XP. Segundo uma dessas fontes, Benchimol falou com Lula sobre temas como empreendedorismo e a importância de ter juros sob controle para a atividade econômica.

PUBLICIDADE

Economista, Benchimol foi demitido de uma corretora no Rio depois que a bolha das empresas de internet estourou no início dos anos 2000. Ele tinha 24 anos. Foi quando deixou o Rio para trabalhar em uma corretora em Porto Alegre. Na sequência, em 2001, com o dinheiro da venda de um carro usado alugou um escritório na capital gaúcha para criar a XP.

Lula elogiou a trajetória do economista para a plateia de jovens da comunidade de Heliópolis. “Aí ele com raiva saiu de casa, foi para uma outra cidade (...) e montou um dos maiores bancos de investimento que nós temos hoje no Brasil. Por quê? Porque ele foi desafiado. Então vocês estão desafiados a provar para o mundo inteiro que vocês podem tanto quanto qualquer outra pessoa”, contou o ex-presidente.

Em ato em Heliópolis, Lula fez elogio ao dono da XP

Na trilha dos Mercados

Jerome Powell dá as cartas: a prioridade do Federal Reserve (Fed) é domar a inflação e o impacto da guerra na Ucrânia sobre o crescimento econômico não deve desviar o banco central deste caminho.

♣️ 0,50 pp sobre a mesa

O aperto monetário já é uma realidade e o próprio presidente do Fed fala em um aumento de meio ponto percentual nos juros em maio, em lugar do 0,25 ponto que costuma ser o habitual para iniciar uma mudança de viés na política dos bancos centrais.

Powell se manteve fiel ao discurso mais aguerrido e comentou que muitos participantes do FOMC, o comitê do Fed que arbitra sobre os juros, preferiam um ou mais movimentos de 0,50 ponto. Segundo ele, o argumento de antecipar uma elevação dos juros tem seu mérito. “Eu diria que 50 pontos-base estarão na mesa para a reunião de maio”, disse Powell ontem em um painel do FMI (Fundo Monetário Internacional), do qual também participou a presidente do Banco Central Europeu.

🗣️ Engrossando o coro

Outros membros do Fed endossaram políticas mais energéticas no combate à inflação. Mary Daly, dirigente do Fed de São Francisco, normalmente mais moderada, falou ontem da probabilidade de aplicar aos juros duas subidas de 0,5 ponto. James Bullard, do Fed de Sant Louis e conhecido por um discurso mais agressivo, defende um aumento de 0,75 ponto percentual.

🇪🇺 Na Europa

Em sua apresentação, dirigente do BCE, Christine Lagarde, fez uma distinção entre as diferentes realidades econômicas da Europa e dos EUA, mas não descartou a possibilidade de um aumento da taxa para o bloco já na reunião de julho.

✳️ Todas estas sinalizações levam os investidores a se desfazerem de posições em títulos. O rendimento dos títulos norte-americanos de dois anos, mais sensível às mudanças na política monetária, subia para 2,76%, o maior prêmio desde o final de 2018. Os bônus de dez anos do Tesouro saltavam para 2,95%. As bolsas na Europa e os futuros de índices nos EUA caíam.

O movimento dos mercados à primeira hora

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (-1,05%), S&P 500 (-1,48%), Nasdaq Composite (-2,07%), Stoxx 600 (+0,32%), Ibovespa (--)

Jerome Powell voltou e com ele retornaram as perdas nos mercados de ações dos EUA. O presidente do Fed fez soar o alarme ao antecipar, mais uma vez, uma política monetária mais rígida para controlar a inflação.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• Índices PMI: EUA, Zona do Euro, Alemanha, França, Reino Unido

• EUA: Reuniões do FMI; Contagem de Sondas Baker Hughes

• Europa: Reino Unido (Confiança do Consumidor GfK; Vendas no Varejo/Mar)

• América Latina: México (IPC/1ª quinzena de abril)

• Bancos centrais: Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE) e de Andrew Bailey (presidente BoE)

• Balanços: Volvo, Verizon, SAP, Newmont, American Express, Schlumberger, Kimberly-Clark

📌 E para segunda-feira, 25:

• EUA: Reuniões do FMI (sábado e domingo); Índice de Atividade Nacional Fed Chicago (Mar)

• Europa: Zona do Euro (Produção do Setor de Construção/Fev); Alemanha (Índice Ifo de Clima de Negócios/Abr; Expectativas de Negócios/Abr); Espanha (IPP/Mar); França (No domingo: Eleições Presidenciais 2º turno)

• Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes; Taxa de Desemprego/Mar)

• América Latina: Brasil (Confiança do Consumidor FGV/Abr; Boletim Focus; Investimento Estrangeiro Direto/Fev; Transações Correntes/Fev; Receita Tributária Federal); México (Atividade Econômica/Fev)

• Balanços: Coca-Cola, Roche, Hyundai Motor, Sun, Vivendi SA PK, Whirlpool

Destaques da Bloomberg Línea

Banqueiro acusado de humilhar subordinados agora quer indenização de US$ 4 mi

Bolsonaro anuncia que perdoará crimes de Daniel Silveira, deputado condenado pelo STF

• Musk defende liberdade de expressão no Twitter enquanto silencia críticos

Fundo da Noruega perde US$ 74 bi com guerra na Ucrânia e lockdowns na China

Também é importante

Bill Ackman, da Pershing Square Capital, tornou-se um dos 20 maiores detentores da Netflix este ano ao comprar quando as ações já tinham começado a cair

Este bilionário fez uma aposta na Netflix e perdeu US$ 435 milhões em 3 meses. O investidor Bill Ackman abandonou sua posição na Netflix após perder mais de US$ 430 milhões em seu investimento em menos de 90 dias. A Pershing Square Capital Management, a empresa de investimentos do bilionário, vendeu suas participações na empresa depois que a líder na transmissão por streaming relatou uma queda inesperada de 200 mil assinantes no primeiro trimestre.

Brasileiro comprou mineradora australiana para controlar jazida de ouro no Nordeste. A Aura Minerals acaba de assumir uma nova mina no país, dessa vez, no Rio Grande do Norte, que está entre as 10 maiores reservas conhecidas do mineral do Brasil. A empresa teve que desembolsar 91,7 milhões de dólares australianos, pouco mais de R$ 313 milhões, para comprar 100% das ações da australiana Big River Gold, dona da mina no Brasil.

Um mês após estreia, Warner Bros. Discovery decide encerrar operações da CNN+. A Warner Bros. Discovery decidiu fechar a CNN+ depois de apenas algumas semanas no ar, enquanto os líderes da nova empresa reavaliam sua estratégia online e buscam cortar custos após a grande fusão.

Juiz de Goiás determina que venda de iPhone sem carregador é ‘abusiva’. Um juiz brasileiro decidiu que a prática da gigante de tecnologia americana Apple (AAPL) de vender novos iPhones sem adaptadores de energia é “abusiva e ilegal”.

Opinião Bloomberg

Eleição mais confusa em décadas coloca democracia do Brasil em risco

A corrida do Brasil ao cargo mais importante do país está esquentando. Depois de ficar meses atrás do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente Jair Bolsonaro está diminuindo a diferença nas pesquisas eleitorais. Uma disputa complicada os espera adiante, e um resultado possivelmente apertado em outubro pode representar o teste mais difícil para o Brasil em mais de três décadas de democracia.

Pra não ficar de fora

Ídolo da Fórmula 1 é um dos investidores interessados na compra do Chelsea

O heptacampeão mundial de Fórmula 1 Lewis Hamilton e a tenista Serena Williams, ex-número 1 do mundo, integram um grupo de investidores interessados em adquirir o Chelsea, clube londrino de futebol posto à venda pelo bilionário russo Roman Abramovich.

Os dois integram um consórcio de investidores montados por Martin Broughton, ex-presidente do Liverpool e da British Airways, que fez uma oferta para a aquisição do clube. A informação foi revelada pela rede britânica de TV Sky News nesta quinta (21).

Segundo o canal, Hamilton e Williams teriam se comprometido, cada um, com 10 milhões de libras (R$ 60,2 milhões) dentro do consórcio.

Quer receber o Breakfast por e-mail? Registre-se gratuitamente no nosso site e confira as edições anteriores da nossa newsletter.

Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter e bom feriado!