EUA estudam reduzir tarifas sobre produtos chineses, diz Yellen

Redução de uma gama de tarifas da era Trump, incluindo as de produtos chineses, pode reduzir a inflação em 1,3 p.p., segundo pesquisa

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que o governo Biden está reexaminando “nossa estratégia comercial em relação à China"
Por Christopher Condon
22 de Abril, 2022 | 02:53 PM

Bloomberg — A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, sugeriu que os Estados Unidos estão abertos a reduzir as tarifas generalizadas da era Trump sobre importações para ajudar a aliviar a inflação mais rápida em quatro décadas.

“Estamos reexaminando cuidadosamente nossa estratégia comercial em relação à China”, disse Yellen na sexta-feira em entrevista ao “Balance of Power” da Bloomberg Television com David Westin, quando questionada sobre a retirada das tarifas. “Vale a pena considerar. Certamente queremos fazer o que pudermos para combater a inflação, e haveria alguns efeitos desejáveis. É algo que estamos analisando.”

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Pesquisa do Peterson Institute for International Economics no mês passado estimou que a eliminação de uma ampla gama de tarifas da era Trump, incluindo aquelas sobre produtos chineses, poderia reduzir a inflação em 1,3 ponto percentual.

O índice de preços ao consumidor mostrou que a inflação atingiu 8,5% no ano até março e em pesquisas de opinião é uma das principais fontes de descontentamento público com o governo Biden.

Yellen disse que o governo está fazendo todo o possível para ajudar a reduzir os preços para os americanos, liberando partes da Reserva Estratégica de Petróleo e tentando ajudar a resolver problemas da cadeia de suprimentos.

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Yellen também repetiu seu apelo por grandes mudanças nas instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, formados após a Segunda Guerra Mundial.

“Os objetivos de cada uma dessas instituições são apropriados, mas o mundo mudou de maneira muito significativa”, disse Yellen.

O FMI foi formado para resolver problemas de um único país, enquanto as últimas três grandes crises – o colapso financeiro global em 2008, a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia – afetaram vários países.

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A demanda pelo que ela chamou de “bens públicos” – necessários para fortalecer os sistemas de saúde pública e combater as mudanças climáticas, por exemplo – supera a capacidade de financiamento do Banco Mundial.

“Talvez seja apropriado um repensar mais fundamental para o Banco Mundial”, disse ela.

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