Bloomberg — Juros futuros seguem com o ajuste das apostas para o Copom, influenciadas por sinais mais recentes do Banco Central e que devem ainda refletir a pesquisa Focus e o IPCA-15 na próxima semana. Nos EUA, PIB e PCE podem mover precificações de alta dos juros do Fed.
Relatório da Petrobras e balanços da Vale e Santander movem a bolsa brasileira. Reunião do CMN, desdobramentos da tensão entre governo e STF e pesquisas também estão no radar.
Sinais do BC
Menos de uma semana antes de começar o período de silêncio do Banco Central para o Copom de 4 de maio, os juros futuros curtos caem. Os investidores reduzem o prêmio para altas da Selic além de maio após notícias de que os discursos dos dirigentes do BC durante eventos em Washington foram mais dovish. As falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, reiteraram o tom do comunicado do Copom anterior, no qual o BC sinalizou que o aperto terminaria com nova elevação de 1pp na próxima reunião, segundo analistas. Enquanto os juros curtos caem, os longos sobem e o dólar dispara mais de 3% nesta sexta-feira. O BC disse que não comentaria as análises do mercado.
Focus e IPCA-15
As expectativas para o Copom devem ser influenciadas pelas divulgações da pesquisa Focus na terca-feira, - a primeira depois que a greve dos funcionários atrasou os indicadores do BC -, e pelo IPCA-15. A pesquisa tende a refletir o aumento das projeções para o IPCA e PIB já anunciadas por bancos nas últimas semanas.
O IPCA-15, no dia 27, pode ter leve alívio com os cortes das tarifas de eletricidade e preços do gás de cozinha em vigor em abril mas outros fatores, como os preços de combustíveis, ainda devem levar a uma inflação alta até o meio do mês. A semana ainda terá o IGP-M fechado de abril. Espera-se também uma definção do BC sobre a divulgação de outros dados atrasados pela greve, como o IBC-Br. O Conselho Monetário Nacional se reúne no dia 28.
PIB e PCE nos EUA
Assim como o BC brasileiro, nos EUA o Fed também entra na semana que vem na contagem regressiva para a decisão de 4 de maio. Novas falas de dirigentes do BC americano não estão programadas, após a pressão dos yields causadas pelos comentários hawkish do presidente Jerome Powell nesta qunita-feira. Agenda americana traz dados importantes, como o PIB do 1º trimestre e o deflator PCE. A zona do euro também divulga dados de inflação e PIB na próxima semana, quando ainda saem PMIs na China e decisão do BC do Japão.
Quadro político
Os investidores avaliam eventuais desdobramentos da decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder graça ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) logo após condenação a oito anos e nove meses de prisão pelo STF. A medida presidencial não livra o parlamentar da inelegibilidade e poderá ser contestada, se for interpretada como desvio de finalidade, ao ferir os princípios da impessoalidade e da moralidade, de acordo com o Globo.
O mercado também segue atento às pesquisas eleitorais, que seguiram nesta semana mostrando um estreitamento da vantagem do ex-presidente Lula sobre Bolsonaro após o ex-ministro Sergio Moro se afastar da disputa. Mesmo após a suspensão da greve do BC, as paralisações de servidores devem seguir no radar. Os policiais federais prometem manifestação no dia 28.
Petrobras e Vale
A Petrobras (PETR4) informa dados de produção e vendas do 1º trimestre na quarta-feira, após o fechamento dos mercados. O balanço completo da estatal petrolífera sai na semana seguinte, no dia 5 de maio.
Vale (VALE3) divulga balanço no dia 27. Santander Brasil abre a temporada de balanços de bancos. Embraer e Gol também estão entre as companhias que informam os resultados trimestrais nos próximos dias.
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