Bolsas fecham no vermelho e acumulam perdas semanais, enquanto dólar sobe

After Hours: Banco Central precisou intervir no câmbio para conter a disparada da sessão, com a divisa americana avançando em todo o globo

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Bloomberg Línea — Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o dia não foi bom para os mercados acionários. Os índices das bolsas americanas fecharam no vermelho nesta sexta-feira (22), com o Dow Jones amargando a quarta semana consecutiva de perdas. Aqui, o Ibovespa (IBOV), que precisou correr atrás de um reajuste adicional pelo feriado de ontem (21), também recuou e fecha a semana em queda acumulada de 4,4%, a terceira consecutiva.

A tarde de volta do feriado foi agitada nos mercados locais que, além da bolsa despencando, teve ainda intervenção do Banco Central na venda de dólares a vista para conter a disparada do câmbio. Apesar de se afastar das máximas, o dólar ainda fechou a sessão em alta.

O real sofreu seu pior dia em quase dois anos, com os operadores temendo que o banco central esteja pronto para uma mudança para uma postura “dovish”, conforme o Federal Reserve americano dobra os sinais de aperto. De acordo com agências de notícias, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, teria feito comentários mais moderados em reuniões privadas em Washington, o que deixou operadores em alerta.

Contexto externo

Investidores aumentaram as apostas na política de aperto do Federal Reserve depois que o presidente Jerome Powell delineou sua abordagem mais agressiva até agora para domar a inflação, potencialmente endossando dois ou mais aumentos da taxa de meio ponto percentual.

“Uma política monetária mais agressiva está sendo precificada em toda a linha na extremidade curta da curva, ao mesmo tempo em que contamina o restante dela”, disse Florian Ielpo, chefe de macro da Lombard Odier Asset Management, à Bloomberg News. “O mercado de ações teve dificuldades em levar em conta esse aumento nos rendimentos, durante um período de temporada de ganhos que parece instável.”

Powell citou na quinta-feira (21) trechos da ata da reunião de política monetária do mês passado que dizia que muitas autoridades notaram que “um ou mais” aumentos de 50 pontos-base poderiam ser apropriados para conter a inflação mais alta em quatro décadas.

Os mercados monetários precificaram 200 pontos-base de aperto pela decisão do Fed de setembro, de acordo com swaps de taxas de juros. Isso implica um aumento de meio ponto - inédito desde 2000 - em maio, junho, julho e setembro.

As ações europeias se juntaram à liquidação de sexta-feira, uma vez que os resultados corporativos no continente provaram ser uma mistura e os sinais de aperto mais fortes do Banco Central Europeu minaram o apetite ao risco. Os investidores também se preparam para o segundo turno das eleições presidenciais francesas neste domingo, onde Emmanuel Macron enfrentará Marine Le Pen. O euro caiu pelo segundo dia em relação ao dólar.

-- Com informações de Bloomberg News

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