Bloomberg Línea — O ex-presidente Lula (PT) esteve nesta quinta-feira (21) em Heliópolis, bairro na periferia de São Paulo, em campanha para que os jovens de 16 a 18 anos tirem seus títulos de eleitor.
“Quem a gente conhecer que tem mais de 16 anos de idade e não tem título de eleitor, a gente vai falar pro cara: não entre na do Bolsonaro, você não tem que comprar fuzil, você não tem que comprar pistola, você não tem que comprar bala, você não tem que comprar arma. Tire o título de eleitor e dê um tiro nas coisas ruins deste país”, disse, para uma plateia de jovens e apoiadores. O evento foi transmitido no YouTube.
Antes de Lula, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também se referiu ao voto como arma em seu rápido discurso: “O voto é a nossa arma, mas não é a arma da violência, do ódio. O voto é a arma da construção, é a arma da esperança”.
Os eleitores jovens são a faixa do eleitorado em que Lula, que vem liderando as pesquisas de intenção de voto, tem a maior vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no final de março, 51% dos eleitores de 16 a 24 anos declararam voto em Lula. Bolsonaro foi citado por 22% dos pesquisados. Na pesquisa global, Lula tem 43% das intenções e Bolsonaro, 26%.
É também nessa faixa de eleitores que Bolsonaro é mais mal avaliado. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada em 7 de abril, 48% dos eleitores de 16 a 24 anos têm avaliação negativa do governo. Também é a faixa que tem menor avaliação positiva de Bolsonaro: 22% dos eleitores.
No discurso desta quinta, Lula fez um apelo à politização dos mais jovens como forma de estimular a participação do grupo nas eleições deste ano.
Ele contou que, quando tinha 18 anos, era despolitizado, “não gostava de política e não gostava de quem gostava de política”.
“É muito fácil falar isso para a gente negar a nossa participação. Mas se você é uma pessoa politizada, uma pessoa que quer mudar o país, mudar a comunidade onde você mora, se você quer mudar a sua cidade, você tem que participar. Então eu digo: quando você não acreditar mais em ninguém, acredite em você”, discursou. “Este país é o que a gente quiser que ele seja.”
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