Bloomberg — A Netflix (NFLX) caía mais de 30% na abertura desta quarta-feira (20), estendendo uma liquidação que a coloca no caminho de uma perda de US$ 46 bilhões em valor de mercado, depois de relatar um declínio acentuado em sua base de assinantes.
O papel era negociado a US$ 244,95 na abertura de Nova York, estendendo sua queda este ano para 60% - tornando-se a ação com pior desempenho no amplo S&P 500 e nos índices Nasdaq 100.
O serviço de streaming chocou Wall Street ao perder 200.000 clientes no primeiro trimestre, a primeira vez que perdeu assinantes desde 2011. Também projetou que encolherá outros 2 milhões de clientes no segundo trimestre.
A queda no número de clientes levou a Netflix a quebrar algumas de suas regras de longa data: introduzirá uma opção mais barata e com suporte de publicidade para assinantes nos próximos dois anos e começará a reprimir as pessoas que compartilham suas senhas antes mesmo disso.
As ações da Netflix sofreram este ano, à medida que o aumento das inscrições de usuários na era da pandemia diminuiu e os investidores se afastaram de tecnologia de alto valor e ações de crescimento devido ao aumento dos rendimentos dos títulos.
Queridinha há tempos
As ações da Netflix têm sido as queridinhas de Wall Street nos últimos anos, com três em cada quatro analistas cobrindo as ações recomendando uma compra no início do ano.
Agora, até os touros de Wall Street estão mudando de lado depois que a Netflix perdeu até as previsões mais pessimistas, não apenas uma, mas duas vezes seguidas. Analistas de Wall Street reduziram suas metas de preço para a empresa de streaming de vídeo, enquanto pelo menos nove corretoras rebaixaram as ações.
Douglas Anmuth, do JPMorgan, que cortou sua recomendação de compra que mantinha desde 2013, disse estar encorajado pelas intenções da empresa de criar um negócio de anúncios - um modelo que funcionou para Hulu e Disney+ (DIS), mas observou que ainda estava no início.
Com os rebaixamentos, a empresa de streaming de vídeo agora tem o menor número de classificações de compra desde 2015, segundo dados compilados pela Bloomberg.
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