Itália cessará pagamentos de gás russo se UE encontrar violação

Em avaliação preliminar, a UE concluiu que condições de pagamento do Kremlin eram uma clara violação das sanções do bloco

A UE corre para encontrar fontes alternativas de energia para se tornar menos dependente de Moscou
Por Chiara Albanese
20 de Abril, 2022 | 09:45 AM

Bloomberg — A Itália se recusará a cumprir os novos termos de pagamento de gás exigidos por Moscou se a União Europeia concluir que isso violaria as sanções relacionadas à invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Em uma avaliação preliminar, a UE concluiu que as condições de pagamento do Kremlin eram uma clara violação das sanções do bloco. O governo italiano espera que Bruxelas finalize sua análise legal antes de tomar qualquer ação, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque o processo é privado.

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O presidente Vladimir Putin ameaçou interromper o fornecimento de gás a compradores que não cumprirem seu decreto, que envolve o recebimento de pagamentos em rublos pela Gazprom. A perda desses suprimentos de energia representaria uma séria ameaça para a UE, que obtém 40% de seu gás da Rússia.

Um porta-voz do governo italiano disse que o trabalho em andamento da comissão sobre o assunto é bem-vindo, mas não deu detalhes porque a avaliação ainda é preliminar.

Em 31 de março, Putin emitiu um decreto estipulando que compradores “hostis” de gás russo abram duas contas, uma em moeda estrangeira e outra em rublos, no Gazprombank. O banco russo converteria os pagamentos em moeda estrangeira em rublos antes de transferir o pagamento para a Gazprom, a empresa estatal de gás.

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Uma análise preliminar feita por advogados da Comissão Europeia, braço executivo da UE, concluiu que pagamentos usando esse sistema violariam as sanções do bloco, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

Os advogados do Conselho Europeu, a instituição composta pelos líderes dos 27 países membros, concordaram com a avaliação da comissão, disse outra pessoa.

Na semana passada, o governo holandês disse às empresas de energia na Holanda que recusassem os novos termos de pagamento russos, citando a avaliação da UE. Os países membros, incluindo a Itália, continuam examinando o relatório, e Moscou ainda pode fornecer esclarecimentos ou ajustes nos termos.

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A UE corre para encontrar fontes alternativas de energia para se tornar menos dependente de Moscou. Durante ligação terça-feira com aliados dos EUA, Europa e Ásia, o primeiro-ministro italiano Mario Draghi pressionou os líderes a acelerar o processo de diversificação das importações de gás da Rússia, disse uma das pessoas.

Separadamente, a Itália deve anunciar novos acordos de energia com a República do Congo e Angola esta semana, que podem trazer à Itália 5 bilhões de metros cúbicos adicionais e 1,5 bilhão de metros cúbicos de gás natural por ano, respectivamente, disseram as pessoas.

Juntamente com o volume extra que obteve da Argélia, isso substituiria mais da metade do valor que recebe da Rússia já no próximo ano.

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