Bloomberg — A Roundhill Investments lançou seu fundo negociado em bolsa relacionado a cannabis em 20 de abril – uma data amplamente considerada como o dia da maconha – marcando sua entrada no setor em constante expansão.
O Roundhill Cannabis ETF (WEED) investirá em ações listadas em bolsa e swaps de retorno total que tenham exposição aos mercados de cannabis e cânhamo, segundo documento da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. O fundo será listado na Cboe BZX Exchange.
“Embora as empresas de cannabis de capital aberto tenham apresentado baixo desempenho recentemente, acreditamos que o mercado de cannabis pode estar entrando em um ponto de inflexão em termos de lucratividade e impulso regulatório”, disse Will Hershey, CEO da Roundhill, em comunicado. “O WEED permite que os investidores institucionais e de varejo dos EUA ganhem exposição a operadores americanos, possivelmente antes da legislação positiva.”
Os ETFs relacionados à maconha se popularizaram em Wall Street nos últimos dois anos, com o mercado de cannabis e fundos psicodélicos faturando cerca de US$ 2,3 bilhões em 2021, acima dos US$ 686 milhões do ano anterior, segundo dados compilados pela Bloomberg
O aumento ocorreu à medida que mais estados dos EUA adotaram a legalização da maconha para fins medicinais ou recreativos. Até agora, 37 estados legalizaram a maconha para uso medicinal, ao passo que 18 estados e Washington D.C. a legalizaram para uso recreativo, de acordo com a Organização Nacional para a Reforma das Leis da Maconha.
Nova Jersey foi o último local a entrar na dança, aprovando a venda de maconha recreativa a partir de 21 de abril para maiores de 21 anos.
Mas, como um todo, os ETFs temáticos que cresceram durante o auge da pandemia enfrentaram dificuldades em 2022, com a volatilidade atingindo os mercados de ações.
Esses fundos arrecadaram apenas US$ 2,8 bilhões até agora este ano, em comparação com US$ 49 bilhões em 2021 e US$ 45 bilhões em 2020, segundo dados compilados pela Bloomberg Intelligence.
Enquanto isso, o mercado de cannabis e fundos psicodélicos arrecadou cerca de US$ 101 milhões este ano.
Para se destacar no espaço de ETFs de US$ 7 trilhões, os emissores sabem que tudo é importante – desde a escolha do ticker do fundo até a data de lançamento. A Roundhill circulou o prospecto de seu ETF e ticker WEED em 16 de agosto de 2021, mas demoraria oito meses até ser lançado.
Os ETFs de cannabis normalmente demoram mais para serem lançados do que os ETFs tradicionais, em parte devido à necessidade de contrapartes de swap e cartas de opinião legal sobre cannabis, explicou Hershey.
“Quando começamos a ter uma ideia do cronograma esperado, pensamos que não havia um dia melhor para lançar do que 20 de abril”, disse o CEO da Roundhill.
O ticker pode ser meio parecido com o da Canopy Growth (WEED CN), produtora de maconha medicinal listada no Canadá.
“Não há mal nenhum em se divertir um pouco, especialmente se você estiver lançando um ETF de cannabis. É aceitável”, disse Eric Balchunas, analista sênior de ETFs da Bloomberg Intelligence. “Mas essa indústria não é brincadeira, principalmente nos EUA, e esse ETF busca captar operadores de vários estados, aos quais muitos outros ETFs de cannabis não estão expostos.”
Alguns dos operadores do novo ETF da Roundhill de vários estados incluem a Curaleaf Holdings, a Trulieve Cannabis e a Green Thumb Industries. Suas participações também incluem negócios secundários de cannabis como a WM Technology e a Tilray Brands.
Balchunas também destacou o desempenho do AdvisorShares Pure US Cannabis ETF (MSOS), outro fundo que investe em operadoras de vários estados e que conseguiu arrecadar cerca de US$ 900 milhões apesar dos últimos 12 meses “horríveis”. “Esse é um sinal muito bom e foi provavelmente o que atraiu a Roundhill para lançar o WEED”, disse ele, que ingressa em outros seis fundos temáticos da empresa.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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