Bloomberg Línea — A Netflix (NFLX) reportou sua primeira queda de usuários em mais de uma década de operação. Na América Latina, a gigante do streaming atribuiu a queda de assinantes à situação macroeconômica da região e ao ajuste de preços para os assinantes.
A curto prazo, com a aceleração da penetração da Netflix nas casas por conta da pandemia, a empresa sugere que o número de assinantes pode ter chegado a um platô. Para salvar a receita, a experiência em três mercados na América Latina com cobrança por contas compartilhadas pode ser a chave para reverter cenários frustrantes, mas ainda é cedo para dizer.
Na reunião gravada com o investidor para debater os resultados do primeiro trimestre, o CFO do Netflix, Spencer Neumann, disse que as dificuldades macroeconômicas sazonais na América Latina impactaram o negócio. Por isso, no começo do ano passado a companhia começou a testar diferentes formas de monetizar o compartilhamento de contas.
Em março, a empresa lançou dois recursos pagos para compartilhamento de contas, em que os membros têm a opção de escolher por pagar para adicionar novos domicílios à conta. O teste está sendo feito no Chile, na Costa Rica e no Peru.
“Ainda não sabemos como isso vai se desenrolar, mas a receita vinda de engajamento de visualizações será mais importante para o crescimento de receita do que o número de assinantes”, disse Neumann. “Estamos tentando achar uma forma de apoio ao assinante para que também nos traga receita e gere valor para o entretenimento e conteúdo bom. Há vários fatores e nós estamos trabalhando nisso por quase dois anos. Nós estamos testando agora, mas vai demorar um pouco até encontrarmos esse balanço. Minha crença é de que ainda levará um ano para instalarmos esse recurso globalmente”.
Para os executivos da Netflix, se a estratégia de monetizar para compartilhamento de contas dos assinantes der certo, o número de assinantes passará a ser menos relevante com o tempo.
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