Bloomberg — A correlação negativa do Bitcoin (BTC) com os mercados de commodities está dando mais munição aos críticos de seu valor como hedge contra a inflação.
Um coeficiente de correlação de 50 dias para o Bitcoin e o ouro é de cerca de -0,4, o menor desde 2018, enquanto uma medida semelhante para a criptomoeda e o Bloomberg Commodity Spot Index também está negativa e em uma mínima de vários anos. Um coeficiente de 1 implica que os ativos estão se movendo em sincronia e de -1, o inverso.
Enquanto a demanda por proteção contra as pressões de preços impulsionou o desempenho das commodities este ano, o Bitcoin foi para o outro lado, deixando os defensores da criptomoeda como reserva de valor com dificuldades para advogar por ela.
“Pode ser que, com o Bitcoin sendo testado em um ambiente de alta inflação e juros crescentes pela primeira vez, os investidores estão preferindo a tradição a uma nova fronteira”, disse Jeffrey Halley, analista de mercado sênior da Oanda Asia-Pacific. “O ouro é um hedge de inflação há milênios.”
Os defensores do Bitcoin continuam implacáveis, argumentando que a criptomoeda provará seu valor com o tempo, em parte graças à disponibilidade limitada de 21 milhões de tokens.
O fundador da MicroStrategy, Michael Saylor, disse em recente entrevista à Bloomberg Television que não consegue pensar em “nada melhor para posicionar nossa empresa em um ambiente inflacionário do que converter nosso balanço em Bitcoin”.
Por enquanto, o Bitcoin permanece fortemente correlacionado com o Nasdaq 100 (NDX), e os investidores abandonaram o token e o indicador de tecnologia em 2022, temendo que a política monetária dos Estados Unidos prejudicará o apetite ao risco.
O Nasdaq 100 registra queda de cerca de 15% este ano, enquanto a maior criptomoeda do mundo caiu cerca de 16%. O token chegou a cair abaixo de US$ 39 mil nesta segunda-feira (18).
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também