Breakfast

Bye bye, B3

Também no Breakfast: Inflação e trajetória de bônus conduzem renda variável à queda; É hora de realizar lucros nos EUA, diz JPMorgan e Mercado vê novas altas da Selic após surpresa de Campos Neto com inflação

12 de Abril, 2022 | 06:33 AM
Tempo de leitura: 6 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

A B3 (B3SA3)fechou o primeiro trimestre de 2022 com 452 companhias listadas, o menor número desde julho de 2021 (449). Em dezembro, eram 463 empresas com ações no pregão - ou seja, houve uma saída de 11 companhias abertas neste ano. A ausência de ofertas iniciais de ações (IPO) e as operações de fechamento de capital e de incorporação explicam os números.

“Em 2022, ano eleitoral, juros altos, guerra como pano de fundo e Ibovespa galgando altas, puxado apenas por bancos e commodities. Não há clima para IPOs”, avalia Danielle Lopes, analista da Nord Research, em relatório sobre o cenário de IPOs para 2022.

A chamada “era de ouro” dos IPOs ficou no ano passado, quando houve um total de 47 ofertas, maior número desde 2007 (35 operações). Só no primeiro trimestre de 2021, foram feitas 29 aberturas de capital, acima do ano de 2020 inteiro (25).

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Dados do site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) apontam que, de janeiro a março deste ano, houve cinco cancelamentos de registros de companhia aberta. Ao mesmo tempo, no período a B3 contabilizou a saída de 6 de sua lista.

Além do impacto dos juros mais altos sobre os negócios, estes são alguns dos motivos que levaram as companhias a retirar-se das negociações em bolsa:

⇒ Risco da quebra do teto de gastos (fiscal) e sinalizações de intervenção do governo em empresas estatais

⇒ Planos de simplificação societária

⇒ A forte queda dos preços das ações lançadas em IPO no ano passado

✳️ Confira os 15 IPOs de 2021 com maior perda para o investidor.

Na trilha dos Mercados

A inflação, além do seu impacto no mercado de títulos, volta a se distinguir nas operações de hoje. A expectativa gira em torno do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) nos Estados Unidos, que deve mostrar novo avanço.

🛣️ Muito além da meta

Espera-se que a inflação norte-americana salte dos +7,9% de fevereiro para +8,4% em março, no confronto anual, segundo pesquisa da Bloomberg com economistas. Caso este dado se confirme, renovará o recorde de maior avanço desde o início de 1982. Vale lembrar que a meta do Federal Reserve (Fed) é de uma inflação anual de +2%, muito aquém da realidade.

↑ Inflação ↑ Juros ↓ Crescimento?

A disparada dos custos de energia devido à guerra Rússia-Ucrânia, bem como a interrupção da oferta de diversas commodities por estes países, renova as preocupações com a espiral inflacionária. E a fórmula que os bancos centrais têm sinalizado para controlar os preços - aumento dos juros e/ou retirada de liquidez do mercado, inquieta os analistas na medida em que pode afetar o crescimento econômico.

🐎 Títulos a galope

A expectativa de inflação mais alta, que chamará a uma ação mais enérgica dos bancos centrais em suas políticas monetárias, sacode o mercado de títulos. Uma venda massiva levou os prêmios dos títulos do Tesouro dos EUA a 10 anos a superar a marca dos 2,80%, o maior nível desde 2018.

🚫 Consumidor reticente

A guerra na Ucrânia deteriora a percepção do consumidor na Alemanha e gera incertezas com relação à maior economia do continente. O indicador ZEW de sentimento econômico de abril caiu para -41 pontos, contra -39,3 pontos da medição anterior e +54,3 em fevereiro, conforme dados divulgados esta manhã. Os olhos dos investidores também se dirigem à divulgação, a partir de hoje, de índices inflacionários europeus.

Um panorama dos mercados à primeira hora do dia

🟢 As bolsas ontem: Dow (-1,19%), S&P 500 (-1,69%), Nasdaq (-2,18%), Stoxx 600 (-0,59%), Ibovespa (-1,16%)

As bolsas mundiais recuaram com o peso da preocupação com a alta dos preços e o impacto do aperto das políticas monetárias pelos bancos centrais. O sentimento continua a ser moldado por um Fed agressivo, interrupções no fornecimento de commodities causadas pela invasão russa à Ucrânia e pela perspectiva de uma desaceleração econômica global.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: IPC/Mar; Otimismo entre Pequenas Empresas NFIB/Mar; Rendimento Real/Mar; Índice Redbook; Índice IBD/TIPP de Otimismo Econômico; Perspectiva Energética de Curto Prazo da EIA; Balanço Orçamentário Federal/Mar

• Europa: Zona do Euro (Percepção Econômica ZEW/Abr; Dados de empréstimos bancários do BCE); Alemanha (Percepção Econômica ZEW/Abr; IPC/Mar; Índice de Preços por Atacado/Mar; Saldo das Transações Correntes/Fev); Reino Unido (Taxa de Desemprego/Fev; Vendas no Varejo do BRC/Mar); França Transações Correntes/Fev; Balança Comercial/Fev); Portugal (IPC/Mar)

• Ásia: Japão (Massa Monetária - Agregado M3/Mar)

• América Latina: Brasil (Crescimento do Setor de Serviços/Fev)

• Bancos centrais: Discurso de Lael Brainard (FOMC/Fed). Decisão sobre juros da Nova Zelândia

• Balanços do dia: Saudi Aramco, Asos, entre outros

📌 E para amanhã:

• EUA: IPP/Mar; Relatório Mensal da IEA; Pedidos de Hipotecas MBA; Índice de Compras MBA; Estoques de Petróleo Bruto; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA (Semanal); Relatório Semanal EIA de Estoques de Destilados

• Europa: Zona do Euro (Produção Industrial/Fev); Reino Unido (IPP e IPC/Mar; Índice de Preços no Varejo - RPI/Mar; Índice de Preços de Imóveis); Espanha (IPC/Mar); Itália (Produção Industrial/Fev)

• Ásia: China (Balança Comercial/Mar)

• América Latina: Brasil (Vendas no Varejo/Fev; Empréstimos Bancários/Fev; Confiança do Consumidor Reuters/Ipsos/Abr); Argentina (IPC/Mar)

• Bancos centrais: Decisão de Política Monetária do Bank of Canada (BoC); Discurso de Haruhiko Kuroda, dirigente do Bank of Japan (BoJ)

• Balanços do dia: JPMorgan, BlackRock, Delta Air Lines, Tesco, entre outros

Destaques da Bloomberg Línea

7 coisas que sabemos sobre os planos do PT para economia

BRF: Sob Molina, novo conselho fará ajustes lentos e graduais na empresa

É hora de realizar lucros nos EUA, diz estrategista do JPMorgan

OMS: Dose única de vacina protege contra câncer do colo do útero

Também é importante

Campos Neto admite ‘surpresa’ com inflação e mercado vê alta da Selic após maio

Mercado vê alta da Selic após maio depois de comentários de Campos Neto. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse estar surpreso com os dados recentes da inflação e que os formuladores de políticas estão analisando os números, levando os investidores a apostar em mais altas de juros.

Itália aumentará as importações de gás natural da Argélia, já que o país europeu busca reduzir sua dependência do gás russo após a invasão da Ucrânia. A Eni e a estatal de energia da Argélia, a Sonatrach, assinaram um acordo durante a visita do primeiro-ministro italiano Mario Draghi em busca de alternativas ao gás russo, que representa cerca de 40% do consumo do país.

Eduardo Guardia, ex-Fazenda e sócio do BTG, morre aos 56 anos. Guardia foi defensor da austeridade fiscal durante uma longa carreira no serviço público, incluindo uma breve passagem como ministro da Fazenda por nove meses no governo do ex-presidente Michel Temer em 2018, depois que seu antigo chefe, Henrique Meirelles, deixou o cargo para concorrer à presidência.

Covid: Surto piora na China e Xangai registra mais de 26 mil casos. Foram registradas 26.087 novas infecções diárias no domingo em Xangai, um novo recorde. Os moradores já estão trancados há semanas e acumulam frustrações enquanto lutam para ter acesso a alimentos e cuidados médicos.

Opinião Bloomberg

Agora Elon Musk está realmente ‘trollando’ o Twitter

Elon Musk quer comprar o Twitter. Elon Musk quer influenciar o Twitter. Elon Musk quer provocar o Twitter até ficar entediado. É difícil saber o que está dentro da cabeça do CEO da Tesla, Elon Musk, que se tornou o maior acionista do Twitter e depois rejeitou um assento no conselho, em uma reviravolta no sábado (9). A previsão mais realista sobre suas ações futuras veio do CEO do Twitter, Parag Agrawal, na noite de domingo (10): “Haverá distrações à frente”.

Pra não ficar de fora

Jogo foi criado pela Epic Games

A Sony (SONY) e a proprietária do Lego investiram US$ 2 bilhões na Epic Games, criadora do jogo Fortnite.

A Epic ficou avaliada em US$ 31,5 bilhões após o investimento, disse a empresa com sede em Cary, Carolina do Norte, em comunicado nesta segunda-feira (11). O valuation da empresa há cerca de um ano era de US$ 28,7 bilhões.

A fabricante de videogames, que está entre as cinco startups mais valiosas dos Estados Unidos, está travando uma batalha legal onerosa com a Apple (AAPL) e a Alphabet (GOOGL) por causa das taxas cobradas pelas lojas de aplicativos.

🎮 A Sony, que trabalha com a Epic no PlayStation e já possui uma participação na empresa, e a Kirkbi, a holding familiar por trás da marca de brinquedos Lego, investiram US$ 1 bilhão no negócio.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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