Itália recorre a gás argelino para acabar com dependência da Rússia

Em 2021, país africano foi o segundo maior fornecedor de gás para a Itália, atrás justamente da Rússia

A Eni e a estatal de energia da Argélia, a Sonatrac, assinaram um acordo em busca de alternativas para importação do gás russo
Por Chiara Albanese - Salma El Wardany
11 de Abril, 2022 | 08:45 PM

Bloomberg — A Itália aumentará as importações de gás natural da Argélia, já que o país europeu busca reduzir sua dependência do gás russo após a invasão da Ucrânia.

A Eni e a estatal de energia da Argélia, a Sonatrach, assinaram um acordo durante a visita do primeiro-ministro italiano Mario Draghi a Argel em busca de alternativas ao gás russo, que representa cerca de 40% do consumo do país. Draghi e o presidente argelino Abdelmadjid Tebboune, que estará em Roma no final de maio, também concordaram em cooperar em investimentos em energia renovável.

A Itália e outros países europeus planejam cortar a dependência da Rússia para isolar o país devido à invasão da Ucrânia e também para garantir a segurança do abastecimento futuro. Embora a União Europeia tenha proibido as importações de carvão russo, o petróleo e o gás ainda não foram sancionados. A Itália disse que apoiaria a proibição do gás russo se o bloco se unir em prol dessa medida.

A Argélia foi o maior fornecedor de gás para a Itália depois da Rússia no ano passado.

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“Nossos governos assinaram uma cooperação bilateral em energia”, disse Draghi na segunda-feira (11) em Argel.

A Argélia envia gás para a Europa através de três gasodutos. Dois desembocam na Espanha e outro, chamado TransMed, chega à Itália. Um dos gasodutos espanhóis atravessa o Marrocos e foi recentemente fechado em meio a uma disputa diplomática entre Argel e Rabat.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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