Bloomberg — Mais de 1.100 livros foram proibidos em escolas em 86 distritos e 26 estados nos últimos nove meses, com a maioria dos desafios vindo do Texas, Pensilvânia e Flórida.
Uma mistura de questões locais e movimentos mais amplos em todo o país resultou em proibições, remoções ou restrições para 1.145 títulos, incluindo biografias infantis de Cesar Chavez, Martin Luther King Jr., Rosa Parks e Malala Yousafzai, de acordo com um relatório do PEN America publicado na quinta feira (7)
Mais de 40% desses livros tinham como foco protagonistas negros e 33% centravam-se em identidades LGBTQ. O Texas teve 713 proibições nos nove meses de 1º de julho a 31 de março, o maior número de qualquer estado. Pensilvânia e Flórida seguiram com 456 e 204 banimentos.
Os esforços de proibição de livros aumentaram no ano passado, com a maioria dos títulos afetados tendo como tema raça e identidades LGBTQ. Os dados foram divulgados após um relatório que saiu na segunda-feira (4) do Escritório para a Liberdade Intelectual da Associação Americana de Bibliotecas que descobriu que cerca de 1.600 livros foram contestados ou removidos de bibliotecas, escolas e universidades no ano passado. Foi o maior número de proibições dos 20 anos de história do grupo que acompanha este tipo de ação.
Ambos os relatórios apresentavam sobreposições dos livros mais contestados, incluindo “Gender Queer” de Maia Kobabe e “All Boys Aren’t Blue” de George M. Johnson.
“Nos casos de proibições de livros, o fator mais consistente envolve distritos e administradores escolares que estão decidindo ou se sentindo pressionados a não seguir o que eu chamaria de melhores práticas de implementação desses processos”, disse Jonathan Friedman, diretor da de liberdade de expressão e programas de educação da PEN America.
De acordo com o relatório da PEN America, muitas das proibições resultam na remoção imediata dos livros das escolas, seja desrespeitando os processos de revisão estabelecidos ou em conformidade com leis mais recentes e mais reativas.
A legislatura da Geórgia aprovou em março um projeto de lei que codifica como os diretores das escolas devem responder às reclamações de que um livro ou outro material é obsceno ou “prejudicial a menores” e quanto tempo eles têm para responder após a reclamação ser apresentada. Os críticos do projeto de lei dizem que já existem processos em vigor para lidar com reclamações individuais dos pais e que o projeto pode ser usado para priorizar a proibição de livros de autores minoritários e marginalizados.
– Esta notícia foi traduzida por Marcelle Castro, Localization Specialist da Bloomberg Línea.
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