Bloomberg — Natascha Viljoen, CEO do negócio de platina da Anglo American, disse que as mulheres não se sentem seguras trabalhando no subsolo nas minas sul-africanas.
Embora a cultura tóxica da indústria de mineração não seja segredo algum, um relatório explosivo do Grupo Rio Tinto (RIO) de fevereiro revelou a escala e a gravidade do problema. O abuso de mulheres em minas da Austrália à África do Sul está aumentando o escrutínio dos investidores das maiores empresas de mineração do mundo.
“Não fiquei surpresa com o relatório da Rio Tinto”, disse Viljoen, CEO da Anglo American Platinum, em uma conferência de mineração em Joanesburgo na quarta-feira (6). “Se alguém me disser que não enfrentamos o mesmo desafio na África do Sul, eu diria que é ingênuo”.
A investigação da Rio Tinto constatou que mais de um quarto das trabalhadoras sofreram assédio sexual e quase metade de todos os funcionários foram vítimas de bullying. O assédio sexual nas gaiolas – os elevadores – é um problema há anos na África do Sul.
Viljoen disse que conversou com uma funcionária que expressou preferência por usar como uniforme o macacão já estabelecido – embora este seja menos confortável – em vez do uniforme composto de duas peças separadas.
“Para minha surpresa, ela se sente mais segura com um macacão porque ela diz ser mais difícil para tirar o macacão se alguém quiser atacá-la”, disse Viljoen, uma das poucas mulheres a comandar uma grande mineradora. “Se isso não afetar o cerne de nossos valores e nossa integridade como indústria, então acredito que nada vai”.
Embora o abuso de mulheres também seja uma questão social na África do Sul, a indústria de mineração deve assumir a responsabilidade de lidar com os desafios que enfrenta, disse o CEO da Amplats.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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