França: Macron deve enfrentar Le Pen no 2º turno de disputa para presidência

Macron obteve cerca de 29% dos votos em comparação com cerca de 24% para Le Pen, de acordo com projeções de pesquisas

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Bloomberg — O presidente Emmanuel Macron deve enfrentar sua rival nacionalista Marine Le Pen no turno final da eleição francesa, segundo projeções de empresas de pesquisa após a votação inicial de domingo.

Macron obteve cerca de 29% dos votos em comparação com cerca de 24% para Le Pen, de acordo com projeções de pesquisas com base em resultados parciais. O líder de extrema esquerda Jean-Luc Melenchon ficou em terceiro com cerca de 20%.

Os dois principais candidatos irão para um segundo turno em 24 de abril em uma reprise da disputa de 2017 para decidir quem liderará a segunda maior economia da Europa.

Um aumento tardio no apoio a Le Pen concentrou a atenção no risco político francês e os investidores estarão atentos nas próximas duas semanas em busca de sinais de que o presidente de 44 anos pode consolidar sua vantagem.

O rendimento dos títulos de 10 anos da França subiu para o maior patamar em sete anos na semana passada devido a preocupações com a perspectiva de um nacionalista com simpatias de longa data pela Rússia tomar o poder no meio da guerra na Ucrânia.

Para Le Pen, de 53 anos, as projeções sugerem um resultado recorde que consolidaria sua posição como líder da extrema-direita na França e continuaria o avanço do movimento que começou com seu pai há 20 anos. Também mostram que as profundas divisões que surgiram quando eles se enfrentaram cinco anos atrás só pioraram.

Mesmo que Macron seja reeleito, ele enfrentará desafios claros para promover suas reformas econômicas e sociais e pode ter dificuldades para defender a maioria nas eleições legislativas marcadas para junho.

Ambos os candidatos se beneficiaram da impotência do Partido Socialista de centro-esquerda e dos republicanos de centro-direita, que implodiram quando Macron emergiu para dominar o centro político há cinco anos.

Le Pen demonstrou resiliência durante esta eleição, mas também foi ajudada diretamente pelo rival Eric Zemmour, um ex-jornalista de TV condenado três vezes por discurso de ódio, que a fez parecer mais moderada. Ele ficou em quarto lugar com cerca de 7%

Macron só começou a fazer campanha há cerca de uma semana. Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia no final de fevereiro, ele mudou seu foco da política doméstica para os assuntos internacionais, apresentando-se como uma figura de estadista em tempos turbulentos. Mas, à medida que a preocupação dos eleitores de que a guerra engoliria toda a região começou a desaparecer, o mesmo aconteceu com a onda de apoio que havia empurrado a popularidade de Macron para 51%.

Quando Macron voltou sua atenção para a eleição, Le Pen havia se apresentado como a defensora das pessoas comuns e enquadrou a reputação de Macron como o “presidente dos ricos”.

Muito depende agora do debate presidencial marcado para 20 de abril.

Le Pen é conhecida por seu desempenho desastroso ao confrontar Macron durante a campanha de 2017 e tem trabalhado com conselheiros para garantir que ela esteja melhor preparada desta vez. Mas o presidente é um oponente forte, conhecido por sua memória fotográfica e capacidade de evitar perguntas difíceis com respostas longas e complicadas.

--Com assistência de James Regan, Tara Patel e Angelina Rascouet.

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