Bloomberg — Operadores de swaps de juros nos EUA estão apostando que o mercado de títulos começará a soar alarmes sobre a economia novamente.
A liquidação no mercado de títulos do Tesouro americano esta semana levou os rendimentos de 10 anos de volta acima dos de dois anos, apagando a inversão nesse segmento da curva de juros.
Mas é provável que isso tenha vida curta, já que o Federal Reserve aperta agressivamente a política monetária diante da inflação mais rápida em quatro décadas.
O mercado a prazo precifica expectativas de que o rendimento de 10 anos cairá para 0,25 ponto percentual abaixo do de dois anos nos próximos seis meses, e para 0,35 ponto percentual a menos no próximo ano, sinalizando o risco de que a economia possa ser impulsionada rumo uma recessão.
Isso marcaria a inversão mais profunda desse segmento da curva de juros desde 2000, embora possa escorregar mais profundamente ainda em algumas estimativas.
Estrategistas do Bank of America (BAC) disseram em nota na sexta-feira que, sob o cenário hawkish mais extremo para a política monetária, juntamente com a inflação alta, o segmento da curva entre dois e dez anos pode ter um inversão de 1,4 a 2,4 pontos percentuais nos próximos seis meses, dependendo da perspectiva para o yield de 10 anos.
Isso seria o máximo desde o início dos anos 80, quando os esforços do Fed para desacelerar a inflação empurraram a economia para recessões sucessivas.
A resistência a uma inclinação para cima da curva surgiu com força na quinta-feira, com uma série de negociações em bloco (block trades) apostando que ela se achataria. Estrategistas do Barclays assumiram uma posição comprada nos títulos de 10 anos, antecipando que a inclinação desaparecerá.
Mesmo assim, o Bank of America espera que será difcícil a curva de 2 a 10 anos ser achatada além de 0,4 a 0,7 ponto percentual negativo “a menos que haja uma trajetória de inflação significativamente mais alta”.
Eles disseram que os próximos um ou dois trimestres devem fornecer um rumo, “quando ficará claro se a inflação atingiu o pico e está desacelerando”, conforme espera a equipe enconômica americana.
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