Ibovespa cai com varejistas após disparada do IPCA; dólar volta a R$ 4,70

After Hours: Juros futuros disparam após IPCA acelerar acima do previsto e colocar em xeque plano do BC de interromper alta da Selic

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08 de Abril, 2022 | 05:36 PM
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Bloomberg Línea — Pressionado pela queda da ordem de 2% das ações da Vale (VALE3) e de varejistas brasileiras após a surpresa negativa com a inflação de março, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta sexta-feira (8) em baixa de 0,45%, aos 118.322 pontos. Na semana, o índice caiu 2,7%.

Os juros futuros disparam após o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerar mais que o previsto em março e colocar em xeque o plano do Banco Central de interromper a elevação da taxa Selic em maio.

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No mês passado, a inflação acelerou para 1,62%, no maior resultado para o período desde 1994. O resultado foi puxado principalmente pela alta dos combustíveis, com destaque para a gasolina, e dos alimentos, na esteira da invasão da Rússia na Ucrânia. No ano, o indicador acumula alta de 3,20% e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

“A situação preocupa, porque vemos que as políticas monetárias que estão sendo implantadas, com a taxa de juros aumentando reunião após reunião, ainda não estão surtindo efeito nos preços. Considerando um cenário de inflação pujante, não tem como criar um ambiente estável visando crescimento econômico e fortalecimento da cadeia de forma geral; isso tem um impacto negativo na economia real e nos mercados”, avalia Samuel Cunha, economista e sócio do escritório de assessoria de investimentos H3 Invest.

Na Bolsa, lideraram as baixas nesta sexta as ações de Via (VIIA3), com queda de 7,93%, Americanas (AMER3), com baixa de 7,72%, e Magazine Luiza (MGLU3), que caiu 6,55%. Essas empresas são mais sensíveis a juros e à forte inflação, que impacta o consumo das pessoas.

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No lado oposto, entre os maiores ganhos do pregão, estiveram os papéis de Eletrobras (ELET3), com alta de 5,30%, e Eneva (ENEV3), que subiu 4,05%.

Já o dólar operava em queda de 1,12%, após três dias seguidos em alta, sendo negociado a R$ 4,70.

Nos Estados Unidos, os rendimentos dos Treasuries seguiram nas máximas em quase dois anos após a postura mais dura do Federal Reserve para segurar a inflação. Por lá, as bolsas tiveram uma sessão mista, com investidores buscando pistas sobre os próximos passos do banco central americano, além da continuidade da guerra na Ucrânia.

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A União Europeia concordou em proibir as importações de carvão da Rússia. O pacote de sanções, que também inclui a proibição de entrada na UE da maioria dos caminhões e navios russos, foi assinado ontem pelos diplomatas do bloco.

Confira o fechamento dos mercados nesta sexta-feira (8):

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.