Bloomberg — Encurtada pelo feriado da Páscoa, a semana começa com reunião entre sindicatos e o BC, que pode completar duas semanas sem divulgar a pesquisa Focus. Após IPCA salgado, dados do IBGE testarão a percepção de melhora da atividade no início do ano. Petrobras deve confirmar novo CEO. Na política, Lula e Bolsonaro têm sinais mistos sem Moro no páreo.
CPI nos EUA e decisão do BCE
O rendimentos dos Treasuries fecharam a semana em forte alta, na sequência da ata do Fed de quarta-feira, que delineou planos para reduzir o balanço do banco central americano em mais de US$ 1 trilhão por ano, juntamente com aumentos nas taxas de juros.
Expectativas sobre o aperto monetário nos EUA poderão ser influenciadas pelo CPI, que sai na terça-feira, com estimativa de aceleração para 1,2% no comparativo mensal e 8,4% no anual, bem como por novas falas de Lael Brainard e outros dirigentes do Fed.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, falará após decisão do BC europeu, na quinta-feira.
Semana ainda terá dados do varejo e indústria nos EUA, balança na China e pronunciamento do presidente do BC japonês.
A inflação chinesa sai neste domingo e a do Reino Unido no dia 13.
Bolsas devem refletir ainda a divulgação de balanços de bancos americanos como JPMorgan (JPM), Citi (C), Wells Fargo (WFC) e Goldman Sachs (GS).
Dados de atividade e greve do BC
Depois de o IPCA de março acelerar mais que o previsto, números de atividade ganham peso. O IBGE divulgará o dado de serviços de fevereiro no dia 12, o de vendas no varejo no dia 13 e o IBC-Br dia 14.
A agenda semanal será aberta na segunda-feira pelo IPC-Fipe da 1ª quadrissemana de abril.
A pesquisa Focus, assim como outros dados calculados pelo Banco Central, têm sido adiados devido à greve na instituição. O presidente Roberto Campos Neto deve se reunir com sindicatos na segunda-feira.
O mercado elevou os prêmios para altas adicionais da Selic após maio esta semana com o IPCA acima de todas as estimativas e diante da abordagem mais hawkish do Fed nos EUA.
Dólar volta aos R$ 4,70
O dólar devolveu parte das quedas acumuladas em 2022 após a ata do Fed e falas hawkish de dirigentes do Fed acirrarem as expectativas de um aperto mais agressivo da política monetária nos EUA. A moeda chegou a fechar abaixo de R$ 4,60 na segunda-feira, com a queda impulsionada pelo fluxo positivo e alta das commodities, antes de subir nas sessões seguintes e voltar a superar os R$ 4,70. No ano, o real ainda é a melhor moeda emergente, com ganho acumulado de mais de 17%.
Polarização eleitoral
O mercado segue atento às pesquisas, que mantiveram a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro nesta semana. Em cenários sem o ex-ministro Sergio Moro na disputa, a vantagem do petista diminuiu, mas continuou significativa. Desgastes das recentes declarações de Lula e a ligeira recuperação da popularidade de Bolsonaro colocaram petistas em alerta, diz a coluna de Lauro Jardim, do Globo.
Por outro lado, aliados do governo estariam preocupados com o fato de as pesquisas mostrarem Lula com chances de vencer no 1º turno devido à ausência de Moro e com a perspectiva de a 3ª via ter um candidato único na eleição, diz o colunista Tales Faria, do UOL.
CEO da Petrobras
A troca de comando na Petrobras (PETR4) deve seguir no centro das atenções com a AGO do dia 13. O governo indicou José Mauro Ferreira Coelho, atual chairman da PPSA, para a presidência da companhia. Para presidente do conselho, os acionistas irão analisar o nome do conselheiro Marcio Andrade Weber. As indicações foram enviadas pelo ministério de Minas e Energia após uma série de desistências de cotados a assumir a estatal.
No dia 12, a Ambev realiza seu Investor Day.
O leilão de concessão de rodovias do Rio Grande do Sul será dia 13.
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