Breakfast

O futuro do dólar até as eleições

Também no Breakfast: Mercados em alta, apesar da escalada da guerra e nova onda de sanções; OMS se prepara para possível ataque de armas químicas na Ucrânia e Banco Mundial diminui projeção de crescimento da AL

08 de Abril, 2022 | 06:44 AM
Tempo de leitura: 6 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Desde o começo do ano, o dólar vem rompendo sucessivas marcas a ponto de ser negociado abaixo de R$ 4,60, um patamar só visto antes da pandemia, há pouco mais de dois anos. A queda provocou uma corrida pelo papel moeda nos bancos e corretoras no último mês. Estrategistas de câmbio entrevistados pela Bloomberg Línea questionam se há espaço para a moeda americana cair ainda mais e tentam desvendar o comportamento do câmbio até as eleições.

Daqui até outubro, quando ocorre o pleito, o intervalo possível de variação para o dólar é enorme. Pode ir da casa de R$ 4,20 até perto de R$ 6, praticamente a mesma variação nos dois anos de pandemia, a depender da combinação dos mais diversos fatores internos e externos ao Brasil. “Tem essa coisa céu e inferno”, disse o economista Tony Volpon, estrategista-chefe da Wealth High Governance (WHG) e ex-diretor da área internacional do Banco Central, em entrevista.

Estas são as variáveis afetam o câmbio, segundo os entrevistados:

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💸 No lado externo, vai depender da evolução da guerra na Ucrânia (e seu impacto nos preços de commodities), da agressividade com que os bancos centrais controlarão a inflação (e se eles vão mergulhar o mundo numa recessão), do fim (ou ressurgimento) da pandemia e como tudo isso afetará os fluxos de recursos para o Brasil.

💰 Do lado interno, a questão principal é o quanto o novo governo - independentemente de quem for eleito - terá disposição, apoio político e capacidade para enfrentar os principais problemas e colocar o país no rumo do crescimento.

Real Brasil

Na trilha dos Mercados

Após uma semana de um intenso vaivém nas bolsas, os mercados parecem querer recuperar-se das perdas acumuladas no período. Esta manhã, as bolsas europeias e os futuros de índices dos Estados Unidos avançavam.

Na agenda não há nenhuma referência macroeconômica ou de política monetária capaz de marcar o rumo dos mercados. Os desdobramentos da guerra Rússia-Ucrânia, que parece longe de chegar a um fim, encabeçam o noticiário.    

⚠️ Nova ofensiva russa

A Ucrânia reportou esta manhã que ao menos 27 pessoas foram mortas e 30 outras ficaram feridas em um ataque com mísseis russos em uma estação ferroviária que estava sendo utilizada para evacuar civis na Ucrânia, disse a porta-voz regional Tetyana Ihnachenko. A estação fica em Kramatorsk, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aposta que suas tropas podem obter uma vitória no leste da Ucrânia ao resgatar uma operação de seu exército, depois de não conseguir tomar a capital Kiev.  

⛔ Sanções econômicas

A União Europeia concordou em proibir as importações de carvão da Rússia. O pacote de sanções, que também inclui a proibição de entrada na UE da maioria dos caminhões e navios russos, foi assinado ontem pelos diplomatas do bloco.  

📊 Semana agitada no horizonte 

Os bancos iniciam nova temporada de balanços, o BCE se reúne na quinta-feira e serão divulgados indicadores tão importantes como o índice de preços ao consumidor dos EUA (+7,9% em fevereiro, a maior taxa dos últimos 40 anos) e o indicador alemão de confiança empresarial ZEW (que desabou 90 pontos percentuais em março, situando-se em território claramente negativo, -39,3 pontos, contra expectativas de +5 pontos).

O comportamento dos mercados à primeira hora do dia

🟢 As bolsas ontem: Dow (+0,25%), S&P 500 (+0,43%), Nasdaq (+0,06%), Stoxx 600 (-0,21%), Ibovespa (+0,54%)

Após oscilar entre perdas e ganhos, as bolsas norte-americanas finalmente fecharam no positivo. O tom mais duro do Federal Reserve (Fed) deixou os investidores ressabiados quanto aos efeitos de um aperto monetário demasiado intenso sobre a economia. O lado positivo, porém, foi que os mercados conseguiram mais clareza sobre os próximos passos do banco central. Ontem, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse ser favorável a uma elevação das taxas de 3% para 3,25% na segunda metade de 2022, enquanto o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, defendeu um caminho “comedido” para levar a política do Fed à neutralidade até o final de 2022 e início de 2023.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Estoques e Vendas no Atacado/Fev; Relatório WASDE (com previsões sobre o fornecimento de mercadorias); Contagem de Sondas dos EUA - Baker Hughes

• Europa: Espanha (Produção Industrial/Fev); Itália (Vendas no Varejo/Fev); Portugal (Balança Comercial/Fev)

• Ásia: Japão (Índice Economy Watchers/Mar; Índice da Confiança entre as Famílias/Mar)

• América Latina: Brasil (IPCA/Mar; Produção e Vendas de Veículos/Mar; Transações Correntes/Fev); Investimento Estrangeiro Direto/Fev)

• Bancos centrais: Pronunciamento de Fabio Panetta, do BCE

📌 E para segunda-feira, 11:

• Europa: França (Domingo: Eleições Presidenciais - 1º turno); Reino Unido (PIB; Produção do Setor de Construção/Fev; Produção Industrial/Fev; Balança Comercial/Fev; Vendas no Varejo do BRC/Mar)

• Ásia: China (Domingo: IPC/Mar); Japão (Empréstimo Bancário/Mar; Índice de Preços de Bens Corporativos CGPI/Mar)

• América Latina: Brasil (Boletim Focus do BC); México (Produção Industrial/Fev)

• Bancos centrais: Discursos de Raphael Bostic e Charles Evans (Fed)

Destaques da Bloomberg Línea

Softbank: Crise pode impactar valuation de startups, mas é ‘questão de ciclo’

ONU suspende Rússia do Conselho de Direitos Humanos apesar de abstenções

OMS se prepara para possível ataque de armas químicas na Ucrânia

Após reações, Lula diz que é contra aborto, mas que tema é de saúde pública

Também é importante

Biden y Brown Jackson

Ketanji Brown Jackson é a primeira mulher negra na Suprema Corte dos EUA. A votação de 53 a 47 afirmando a elevação da juíza federal de 51 anos teve o apoio de todos os 50 democratas do Senado e de apenas três republicanos - Susan Collins, do Maine, Lisa Murkowski, do Alasca, e Mitt Romney do Utah.

Fundos de ações têm pior desempenho dos últimos 5 anos. Mesmo com a alta de 14,5% do Ibovespa, as carteiras acumularam no primeiro trimestre resgates de R$ 31,9 bilhões. O mesmo aconteceu com os fundos multimercados, que tiveram uma captação líquida negativa de R$ 41 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Bank of America vê Ibovespa a 135 mil pontos após rali de commodities. O banco agora vê o principal índice de renda variável da bolsa brasileira negociado aos 135 mil pontos, ante os 125 mil calculados anteriormente – o que implica potencial de alta de 14,2% ante o fechamento de quarta-feira.

Banco Mundial diminui projeção de crescimento da América Latina. O organismo reduziu sua projeção de crescimento para a região de 2,7% para 2,3% em 2023 devido ao impacto inflacionário da invasão da Ucrânia pela Rússia e aos riscos de novas variantes da covid-19.

Bolsonaro recupera eleitores, mas economia ainda é desafio. Segundo pesquisa Genial/Quaest, Jair Bolsonaro está em segundo lugar, cresceu cinco pontos e soma 31% das intenções de voto. O ex-presidente Lula (PT), o primeiro colocado, está estável com 45% das intenções.

Opinião Bloomberg

Blackstone e o chefe do Real Madrid em um leilão? Esperamos que sim

Um negócio que combina exposição de curto prazo a uma recuperação nas viagens com proteção de longo prazo contra os estragos da inflação provavelmente atrairá muito interesse. Isso deve ser o presságio de uma disputa acirrada entre os grandes licitantes que desejam comprar a Atlantia, gigante italiana de infraestrutura apoiada pela família bilionária Benetton. Mas alguns dos protagonistas já têm um reputação quando se trata de evitar leilões complexos.

Pra não ficar de fora

Quanto deveria ganhar o próximo técnico da seleção brasileira, que substituirá Tite após a copa do Qatar? (Andrey Rudakov/Bloomberg)

⚽ A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teria oferecido 12 milhões de euros para ter Pepe Guardiola como substituto de Tite à frente da seleção brasileira a partir de 2023, segundo o jornal Marca, da Espanha. A cifra não foi confirmada pela assessoria da CBF, que, a pedido da Bloomberg Línea, disse que “não irá se manifestar por ora”, mas a especulação foi o suficiente para gerar comentários nas redes sociais.

👀 Se comparada ao salário do atual técnico da Seleção, de cerca de 4 milhões de euros, segundo o ranking do site UOL de técnicos mais bem pagos, a cifra oferecida ao treinador do Manchester City seria três vezes maior, um aumento considerável por um técnico que nunca dirigiu outra seleção.

🏆 O número também representaria, em reais - cerca de R$ 61,92 milhões -, 10% da receita líquida da CBF em 2020, de acordo com o balanço da confederação.

Ao mesmo tempo, a oferta seria um corte pela metade dos atuais rendimentos que Guardiola tem atualmente, que superam os 25 milhões de euros por ano, segundo a revista France Football, a mesma que escolhe o melhor jogador do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe

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