Bloomberg — A capitalização da Eletrobras (ELET3) deve acabar caindo na pior janela possível para a empresa devido ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A corte já avaliou o cálculo do bônus de outorga da companhia, mas ainda precisa julgar o preço mínimo da ações. O assunto deve ser levado ao plenário do TCU no início de maio, mas a aposta é que o ministro Vital do Rêgo pedirá vista por um prazo de 60 dias. Isso levaria a decisão final da corte sobre o assunto para julho, empurrando a operação para agosto, no meio de um momento quente na disputa eleitoral.
Dependendo do valor que for fixado para as ações, os investidores podem acabar perdendo o interesse pela empresa, especialmente se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estiver à frente nas pesquisas. Segundo pessoas a par do assunto, investidores não teriam interesse em pagar um valor alto pelas ações de uma companhia cuja privatização corre risco de ser contestada.
O candidato petista tem dito que vai trabalhar contra a privatização da estatal caso vença a corrida presidencial.
Procura-se
O ministro das Comunicações, Fabio Faria, está em conversas intensas com o mercado financeiro para buscar um substituto para o ministro da Economia, Paulo Guedes, caso o presidente Jair Bolsonaro seja reeleito.
O ministro, um dos coordenadores da campanha do presidente, também tem perguntado ao mercado o que se espera de Bolsonaro na economia. A ideia é ajustar o programa de um segundo mandato palatável aos investidores agora que Guedes não é mais o fiador de Bolsonaro.
Animação
Auxiliares de Bolsonaro que já estavam se preparando para encontrar um lugar ao sol longe de Brasília a partir de 2023 agora voltaram a se animar com a reação do presidente nas últimas pesquisas. Começaram a desistir de migrar para o setor privado e mapear para onde poderiam ir num segundo mandato.
Bolsonaro ganha espaço com ou sem Moro: Radar Político
Pesquisa Quaest/Genial divulgada esta semana mostra que, sem o ex-juiz Sergio Moro na disputa, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro cai para 14 pontos percentuais. Lula tem 45% das intenções de voto contra 31% Bolsonaro.
Primeiro desafio
Quem vencer a corrida presidencial de 2022 terá como um de seus primeiros desafios enfrentar a pressão para a adoção de um sistema semipresidencialista de governo. Essa é uma bandeira abraçada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, que está disposto a brigar pela ideia.
A proposta, afirma quem acompanha o assunto de perto, nunca esteve tão próxima de avançar como agora. O centrão, empoderado pela figura das emendas de relator, quer mais do que nunca limitar os poderes do futuro presidente e dar força ao Congresso.
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