Bloomberg — A indústria de tabaco do Zimbábue está analisando a cannabis como uma importante fonte de receita, pois o sentimento antitabaco deve diminuir a demanda por um dos produtos mais exportados pelo país.
A demanda antecipada por cannabis deve continuar a crescer, ao passo que a produção global de tabaco pode diminuir 15% até 2030, segundo Meanwell Gudu, diretor executivo do Conselho de Indústria e Marketing de Tabaco do Zimbábue.
“Uma das culturas alternativas que estamos analisando é o cânhamo industrial”, disse ele por telefone na segunda-feira (4). “Queremos fazer parte de toda a cadeia de cânhamo industrial.”
O tabaco rendeu ao país US$ 819 milhões em receita no ano passado. O cultivo de cannabis para uso médico no Zimbábue foi legalizado pela primeira vez em 2019.
O conselho tem 145 mil produtores de tabaco registrados, que começaram a vender a safra deste ano em leilões na semana passada. Os agricultores serão incentivados a plantar cannabis para que um quarto de sua renda venha da planta até 2025, disse Gudu.
“É uma cultura que exige atenção aos detalhes, assim como o tabaco, e confiamos que eles serão capazes”, disse.
O país exportou 30 toneladas de cânhamo industrial para a Suíça no ano passado, sua primeira incursão no mercado europeu, disse Zorodzai Maroveke, fundador do Zimbabwe Industrial Hemp Trust. O grupo está firmando parceria com o conselho de tabaco para facilitar a “transição suave” para a cannabis para fins comerciais.
“A Suíça é a primeira porta de entrada para a Europa”, disse Maroveke em entrevista na capital, Harare. Outras 20 toneladas de cânhamo industrial devem ser exportadas para o país europeu, disse ela.
O conselho buscará mercados de exportação para o cânhamo industrial, incluindo China, União Europeia e também tentará criar um mercado local, disse Gudu.
-- Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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